Sempre tive preguiça de escrever sobre aborto: tinha – e tenho – medo de cair naquela repetição social que, sendo verdade ou não, todo mundo já conhece: “abortar é matar uma vida”, “abortar é uma escolha da mulher”, “abortar é uma escolha do casal”. Que “cada um tem sua religião”, “cada um tem o seu corpo”, “cada um tem a sua crença e cada um faz com ela o que bem entender”.
Legal essa independência toda, mas será que somos realmente tão independentes assim? Será que o meu corpo é realmente apenas o meu corpo e por isso posso fazer o que bem entender com ele? E se isso interferir na vida de terceiros? Não só da família, da Igreja ou do pai da criança, mas sim em um mal-estar social, que ao pregar o bem-estar em demasia, pode acabar gerando justamente o contrário. Explico melhor no decorrer desse texto.
Todo mundo sabe que quando o papo é aborto, a briga parece muito mais entre homem e mulher do que pela causa em si. Algumas mulheres afirmam que o homem que diz que a mulher que engravidou é culpada porque foi irresponsável é um machista sem noção, pois se ela engravidou, é porque, com o perdão da palavra, ele estava com o p** lá dentro e concordou com o ato. E algumas ainda dizem mais: “se ele é contra o aborto, que faça vasectomia“! Já o homem se defende:
“Na hora de decidir entre abortar ou não, a mulher diz que o corpo é dela e é ela quem decide, mas se ela opta por ter o filho, elas nos obrigam a pagar pensão. Por que então a gente tem que pagar se ela fala que o corpo e o filho é dela? O filho seria “dela” ou “nosso” a depender da conveniência?”. Assinado: um homem.
Brigas de Lulu e Bolinha à parte, vamos ao óbvio: tirando os casos de estupro e demais violências sexuais que teriam que ser debatidas à parte, se os dois toparam – se arriscaram, ou como você quiser chamar – transaram sem proteção – ainda mais quando não desejam ter filho(s), ambos têm responsabilidades semelhantes, ou melhor, ambos são irresponsáveis. I-R-R-E-S-P-O-N-S-Á-V-E-I-S.
Claro que ninguém quer admitir que ficou com a cabeça oca por um momento, fez m**** pelo único motivo do tesão ou por achar “que rapidinho nem ia dar nada”, e aí prefere colocar tudo nos direitos da liberdade sexual, direitos do homem, direitos da mulher, direitos do papagaio e sei lá mais o quê. Como se não soubessem que o direito de um termina justamente quando começa o do outro. Você já parou para pensar que desde que inventaram isso de liberdade sexual as pessoas ficaram mais egoístas? “Eu faço o que quiser com o meu corpo. Ele é meu e dane-se o resto“. Dane-se?
Um parênteses: você já reparou que adoramos julgar a irresponsabilidade alheia (me incluo nessa), mas quando o erro é nosso, adoramos falar que “o problema é nosso e ninguém se mete”(?). Paradoxalmente, bem que adoramos nos meter na vida do cara/mulher que só nos usou e jogou fora, da biscate(o) que dá em cima de quem você gosta e de várias outras atitudes que julgamos erradas. Por quê? Porque ainda que nos enganemos dizendo que não temos nada a ver com a vida dos outros, nem eles com a nossa, sabemos que no final das contas tudo tem a ver com tudo! É como a teoria do caos: você dá um espirro aqui, e uma coisa explode lá no Japão. Só que é claro que eu não posso dizer qual consequência o espirro da sua irresponsabilidade dará. Isso ficará a cargo do destino: o meu é só ver se consigo colocar um pouco de “pensar antes de agir” na sua cabeça.
Toda mulher conhece aquele papinho básico e clichê do homem na hora da transa: “vai ser rapidinho, e nem vou gozar dentro“, “deixa só eu te sentir um pouco“, “prometo que não vou gozar dentro“. Nessa o homem também se defende: “É, mas tem muita mulher que se não fosse eu lembrar de colocar a camisinha, ela também não fazia questão não!” E ambos constantemente dizem: “Se a mulher toma anticoncepcional, tá de boa“. Sei que o papo aqui é aborto: mas e HIV, você não tem medo não? E as outras DSTs, o que você diz? E se a parceira tomou o anticoncepcional errado e “deu merda”, aí faz o quê? Paga para ver se ela engravida, para aí decidir se aborta ou não, ou opta por dois métodos contraceptivos já na hora “H” para não correr o risco de ter que tomar uma decisão tão séria posteriormente?
Com tamanha liberdade sexual e sem menosprezar as consequências positivas que ela trouxe, o que vemos aqui é uma irresponsabilidade generalizada, não só em relação às doenças, como em relação aos filhos. Você pode achar lindo essa liberdade dos prazeres carnais – e acredite, eu também acho, mas você não pode achar mais fácil fazer um aborto, do que simplesmente confiar em métodos contraceptivos. Você também não pode confiar naquela de “gozar fora” e demais estratégias amadoras: confie na camisinha, bem colocada, é claro! Não interessa a sua religião ou sua filosofia pessoal: você não pode acreditar que é mais fácil ceder à uma relação sexual que te trará riscos, do que dizer um “não!”. Você não pode pensar que é mais fácil comprar remédios contrabandeados para você cometer um aborto (e caros), do que pensar antes de abrir as pernas (ou pegar alguém de perna aberta em caso de você ser um homem!). Sem contar os efeitos colaterais bizarros que algumas “mamães que não quiseram ser mamães” têm. Isso quando a mesma não morre depois de ter recorrido à métodos clandestinos. Não, você não pode pensar nada disso. Na verdade, você tem que pensar, não deixar de pensar. Você tem que acreditar que o método mais fácil é sempre pensar e se cuidar, e claro, cuidar do outro também (lembra da história do espirro, né?).
Remendar coisa quebrada é sempre muito mais difícil do que não ter deixado quebrar. Um método contraceptivo é sempre pouco, dois podem ainda ser falhos, sem usar nada pode ser a morte (pense nisso com a conotação que preferir).
Quer transar? Quer ser o revolucionário(a) sexual? É ninfomaníaco(a)? Adora um sexo sem compromisso? Então por favor, tenha responsabilidade. Não adianta você pagar de defensor das liberdades sexuais e humanas se você nem sabe o que isso significa. Ou se sabe, nem sabe usar corretamente, mas apenas convenientemente. Liberdade boa mesmo é quando você sabe o que está fazendo, quando sabe que realmente é difícil se segurar naqueles 10 segundos de tesão absurdo, mas que se você respirar fundo e deixar chegar nos 11 segundos, você já terá raciocinado o bastante a ponto de não deixar acontecer.
Não sei se você é pai, mãe, ou até mesmo tem um irmãozinho, sobrinho ou qualquer outra criança linda perto de você, mas tenho certeza que se você pensasse “e se ela não tivesse nascido?”, você iria sofrer. Você sofreu estupro? Violência? Foi forçado(a) a algo? Não? Então é porque certamente você pode controlar essa parte do seu destino.
**************************************************
Já assistiu ao meu vídeo: “Sexo com camisinha pra quê, se sem é mais gostoso?”
29 Comentários
Concordo… também penso dessa forma. Mta gnt parece q usa a liberdade de forma conveniente, ao invés de corretamente, ser irresponsável é mais fácil né….
Aborto não é diferente de assassinato em absolutamente nada.
Então masturbação é a mesma coisa ? Quando leio uma idiotice como esta que você escreveu fico arrepiado de raiva, de indignação com essa mentalidade tacanha e imbecil de pessoas que não tem o dom de pensar.
A sua comparação é que me dá raiva. Comparar um embrião com um feto ?
KKKKKKKKKK!
Se um homem se masturba ele joga fora espermatozóides que sozinhos não fecundariam uma vida e tem expectativa de nascimento zero. se a mulher aborta um ovulo já fecundado, a expectativa de vida era de quase 100 por cento, então há uma diferença gritante.
Eu não acredito vc escreveu isso!
decisões de vida ou de morte devem ser reguladas pelo estado, não podendo ficar egoistamente na mãos de cada um. Imagina se o estado libera e cada um decide quem vai morrer ou viver, com base plenamente em seus interesses e egoísmos? acho certo o estado nao abrir mão do controle. lutamos por séculos no mundo jurídico para ninguém poder se matar na rua ou acontecer a lei do olho por olho ou poder matar seus filhos a bel interesse…permitir mortes é um retrocesso de séculos de luta…o corpo pode ser da mulher, porem o bebê não faz parte do corpo dela e sim é algo dentro dela com vida própria. hj a mulher pode escolher não engravidar, se ela engravidou é pq quis, se descuidou ou aconteceu algo ruim, e a consequência é a gravides, que deve então acontecer. alguns dizem que algumas não poderiam sustentar o bebe, sendo melhor abortar do que passar miséria… mas agora somos deuses para poder decidir que rico vive e filho de pobre morre? muitas pessoas nascem na miséria e acabam lutando e vencendo na vida, ninguem tem bola de cristal, e se fosse assim, então poderíamos sair matando os mendigos dizendo que eles tao passando trabalho e fome e é melhor matar também?? ninguem pode prever o futuro ou brincar de deus sobre a vida e a morte. As proteções estão aí, se deu merda, assumam. como tudo na vida. e se o pai abandonar? bom aí que se cobre pensão, ou melhor, aprenda a não dormir com quem não presta. bebê já tem vida sim, têm funções biológicas e existência física, só nao tem direitos ainda, ( apenas expectativas de) e nem têm consciência. mas vida, obvio que tem. se vc faz uma ecografia, vc sabe a diferença entre um feto vivo e um morto, e é uma enorme diferença….e hoje o direito já garante até certos direitos para o feto, como reserva de quinhão em caso de herança. a parte do feto fica disponível caso ele nasça com vida. para quem é religioso, ainda há a questao de o aborto ser pecado, o que não vou entrar no mérito… E se um homem se masturba ele joga fora espermatozóides que sozinhos não fecundariam uma vida e tem expectativa de nascimento zero. se a mulher aborta um ovulo já fecundado, a expectativa de vida era de quase 100 por cento, então há uma diferença e uma gritante. agora digamos que se libere o aborto: neste caso, a decisão pelo aborto ainda não seria só da mulher, pois afinal ela fez só metade do filho. o pai também deveria ser consultado se ele tb autoriza o aborto, pois e se ele quiser ser pai e criar o filho sozinho? ele tem responsabilidade em 50 por cento de ter feito o filho, então tem que decidir junto e sua autorização é imprescindível. Afinal, se ela decidisse sozinha, não poderia depois, pela mesma lógica, alegar que quer pensão. Ou seja, se o homem tem dever de pagar pensão, tem igual direito de decidir pelo nascimento do filho, caso seja liberado o aborto no Brasil. Por fim, digamos que se libere o aborto legalizado. sabe o que aconteceria? seria só uma forma da rica poder fazer aborto sem cometer crime, em clinica de luxo particular. a pobre não ia conseguir fazer o aborto igual, só clandestino. explico: vcs acham que no nosso país onde nem clinico geral têm e tivemos que trazer de cuba, acham que por exemplo uma mulher da amzonia ou rondonia, pelo SUS, consegue um mero clinico geral com rapidez? tem que marcar consulta para meses na frente. imagina então achar uma ginecologista, obstetra ou cirurgião que faça um aborto no pará ou acre pelo sus? Para conseguir um simples exame de ecografia pelo sus já demoraria mais de 3 meses. E, pela segurança, sabemos que um aborto só seria permitido por lei até o terceiro mês ou pouco mais, pois após começa a ter risco para a mãe. ou seja, pelo sus pouquíssimas pessoas vao conseguir fazer seus abortos, e terão os filhos de igual forma ou recorrerão a clinicas clandestinas. Só a rica vai marcar consulta imediata com seu médico, pagar e abortar. Ou seja, a lei seria ainda mais injusta e segregadora. Eu poderia dar mais mil argumentos, mas inicialmente estes chegam. A questao do aborto tem o ponto de vista da vida sob varios aspectos: o da biologia, o filosófico, o humanitário, o divino e o das leis. Mas estas são minhas opiniões como pessoa.
Eu sou contra o aborto ,mas em casos de estupro ,acho que deva ser autorizado ,mas feito por causa de irresponsábilidade por não usar camisinha ,acho errado .
Esse tema e polêmico ,outro tema complicado e eutanásia ,duvidou a favor da eutanásia.
O legislador pensou assim: a mulher tem o poder de querer transar ou não. com quem quiser….e ela sabe as consequências e os meios protetivos. se ela quis ir para cama mas não se protegeu, ela podia saber e prevenir a consequência e a gravides, ela teve escolha, então, se errou, se não se protegeu, que assuma a consequência que era presumível e evitável . no caso do estupro, a mulher não concordou com o sexo e nem teve direito de poder se prevenir ou chance de evitar o inevitável. ela teve sua vontade corrompida e direito de proteção violado. deste modo, não é justo assumir a consequência de algo que ela não podia de modo nenhum evitar, e ainda foi fruto de uma violência. pela violação da vontade, pela impossibilidade de proteçao e pela violência, neste caso e POR ESTES MOTIVOS, O LEGISLADOR PERMITIU QUE EM CASOS DE ESTUPRO possa haver o aborto, e também quando há risco de vida para a mae ( mulher que pode morrer se der a luz) porque daí há o confronto de duas vidas: a da mae, já estabelecida e existente, e a do feto, que tem mera expectativa de nascer com vida. Nestes casos, se a mulher estiver com risco de morte pela gravidez e QUISER, ela pode fazer aborto também. justíssimo e bem pensado. Estas não são opiniões minhas, são os motivos que o legislador pensou ao fazer estas exceções. Porem apesar de eu estar relatando aqui a opinião do legislador, eu concordo plenamente com ela
No Japão e permitido abortar ,mas precisa de alguém para assinar no hospital ,caso tenha alguma complicação essa pessoa fique responsável .
Teve uma época que avia muitas brasileiras que aproveitavam para tirar,sei de muitas depois que fez isso ,ficou arrependidas até hj .
Eu moro no Japão, tem hospitais que perguntam na hora se vc vai ter o bebê!
Imagina se pergunta isso no Brasil ?kkkk
Que curioso. Iria te mandar um texto da perspectiva masculina da gravidez indesejada, falando um pouco da “profissão” “mãe de filho meu”. Mas vamos ao tópico: Há alguns anos uma pessoa da minha família teve a oportunidade, oferecida por um médico particular, de dizer “não” para o nascimento de uma criança. E ela disse sim. Hoje essa menina tem 15 anos, e mudou nossas vidas, para melhor. Isso quer dizer que eu sou contra o aborto? Não quer dizer nem que sim, nem que não. Quando eu julguei os motivos de alguém para abortar, acabei cometendo uma injustiça maior que a questão. Eu concordo com o texto de que hoje a discussão sobre aborto é centralizada nos argumentos errados. Aliás, o que vejo nessa discussão é que a questão masculina é colocada completamente de lado. O homem passa a não existir nas discussões quando se fala em aborto, só voltando a aparecer na hora do regulamento da pensão. E por outro lado, muitos se colocam do lado nessa discussão, o que também é errado, e covarde. Mas quando toco nesse assunto, o que vejo muito é a defesa de mentira, irresponsabilidade e frases feitas que uma verdadeira discussão ampla sobre o assunto. Um exemplo clássico: Se um casal quer abortar, pergunte como se deu a concepção. A resposta provavelmente será um “não interessa”. Ou seja: Quer se pregar a discussão sobre o aborto independente da discussão de prevenção. Parece-me um contra senso…
Manda esse texto!!!!! Da perspectiva do homem será muito legal!!
Manda, manda =)))))))))))))
´Pois é, só se lembram dos homens na hora da pensão, super tenho que concordar com isso.
Sei que o texto aqui fala sobre o aborto em condições
normais sendo feito ou não com base apenas na decisão de ter ou não um filho não
planejado. Nessa condição sempre pensei (e ainda penso de certo modo, mas hoje
vejo que há outros fatores a serem considerados) como os comentários de Letícia.
Mas não quis comentar esse post pra falar sobre isso, quero colocar outra questão
a se pensar aqui pra você Luiza (admiro seu blog) e para todos que o lêem e/ou
comentam. A questão de ser permitido por lei o aborto somente em três casos,
estupro, risco de vida à mãe e se o feto for anencéfalo. Excluindo assim todos
os outros casos clínicos que em minha opinião deveriam ser tão permitidos por
lei quanto esses três. Pensem no seguinte caso uma mulher esta em seu segundo mês
de gestação faz todos os exames e descobre que esta com toxoplasmose, esqueçam
as novelas em que sempre a criança vai nascer perfeita na vida real sabemos que
as chances de não ter nenhuma sequela são praticamente nulas, essa mulher vai
ser obrigada a acompanhar sua gestação, seu sonho de ser mãe sabendo disso e se
tiver dinheiro para tal fazendo mês a mês ultrassons que mais cedo ou mais
tarde vão mostrar algo de errado, talvez até complicações mais graves que farão
com que a criança não sobreviva por muito tempo após seu nascimento, nesse caso
e em vários outros decorrentes de doenças ou anomalias genéticas detectadas no
inicio da gravidez sou a favor (e muito) de que se de a chance dessa mulher,
desse casal escolher se quer ou não abortar, ao invés de obrigá-los
principalmente a mãe a passar por toda dor e sofrimento que isso causa. Então por uma questão pessoal minha e por todas as mulheres que passam ou
sabem que passarão por isso, coloco essa questão aqui para que quem ler possa
pelo menos pensar sobre isso.
Oi!!!! Concordo que as pessoas muitas vezes são moralistas, até demais! Porém, também devo dizer que muitas vezes a gente pinta que as coisas serão mais difíceis do que realmente serão e isso é algo que você deve cogitar também.
Eu tive um tio com Síndrome de Down e só eu sei como minha avó ficou quando ele morreu. É um apego enorme, um amor enorme. Ela não cansa de falar que ele que ajudava ela, não o contrário. E isso ela disse sem romantismo, ela disse como mãe que realmente conviveu com isso! E conviveu por muitos anos. É claro que nem tudo é fácil, com nenhum filho é, mas as mães dessas crianças costumam dizer que vale a pena. Você já tentou falar com os seus familiares que convivem todos os dias com uma criança assim? Acho que eles podem te ajudar muito.
Uma vez eu também postei no blog um vídeo sobre o assunto, não sei se te ajudaria em algo, mas é lindo. É sobre questionamentos de mãe!
https://pergunteaumamulher.com/2014/03/portadores-de-sindrome-de-down-explicam-como-sera-a-vida-deles-para-mamae-com-medo.html
O negócio é procurar informação, não ser tão trágica, nem pessimista, mas realista com um pingo de esperança que é sempre bom!
Grande beijo!
Oi Luiza, acho que por meu comentário ser muito longo você não entendeu a questão que quis colocar aqui, (revendo ele realmente vi que passava essa impressão, ao tentar colocar um exemplo pessoal acabei saindo do meu foco e passando a impressão de querer/precisar de ajuda)ja vi e ja conversei com muitas familias que tem casos desse disturbiu genético, alem da minha é claro, tambem procuro sempre me informar sobre o assunto e com certeza vale a pena, amava meu irmão e jamais trocaria ele por outra criança, mas a questão que quis colocar aqui é sobre o direito de escolha se quer abortar ou não. No caso de se descobrir no inicio da gravidez, você ainda não conhece a criança não esteve com ela. Não falo só nesse caso, falo em todos os casos de doenças e problemas genéticos descobertos no inicio de uma gravidez.
Na verdade eu não respondi muito pq achei que tivesse sido meio claro que eu não abortaria sabe. Mas entendo que é uma escolha de cada um, mas EU não abortaria. Acharia que poderia aprender com isso. Não sou religiosa, mas acho que ninguém tem uma cruz maior do que conseguiria carregar, mas isso é uma opinião muito pessoal minha. Eu me estender mais poderia implicar em eu ter que tomar uma decisão por você, e aí me limitei aquilo mesmo. Eu acho que um ser humano é muito mais do que um probleminha ou outro, claro que não é fácil, mas o que é fácil nessa vida? E você pode aprender coisas de maneira que você nem imagina. Seria que nem dizer que você tem uma dor no coração, e por isso você tiraria ele. Não, você não faria isso, você enfrentaria.
Eu posso estar errada, mas eu acho que você quer alguém para te dar razão, e se não der é porque essa pessoa é ”moralista” ou está ”no padrão social”. Você quer se sentir mais livre para fazer isso. Na verdade você é livre, mas EU não faria pelos motivos que disse aqui e no texto. Sem contar que quando uma pessoa transa sem camisinha, não implica que ela teria um filho saudável, é sempre um risco. Mas é claro que se uma mãe for ”odiar” ou rejeitar um filho por causa disso, pode dar para uma mãe adotiva dar muito amor para ele. Enfim, na minha opinião muito pessoal abortar é bem último caso.
Luiza, não estou nessa situação quando disse que era uma questão pessoal por viver em uma familia que possui vários casos e acompanhar de perto o sofrimento dessas mães, não estou buscando que me deem razão só acho que é um assunto a ser pensado.
Entendi! Acho que era legal a pessoa que passa por isso dar uma olhadinha por aqui e por outros lugares também. Será que teria como? Você sendo interessada ajuda, mas a pessoa que vive isso é melhor ainda.
O que as pessoas não entendem é que um filho é uma caixinha de surpresas. Na minha opinião pessoal se a gente espera um filho saudável, fácil de lidar etc, talvez não estejamos tão preparadas para ser mãe. Um filho é uma surpresa sempre: pode nascer alto, baixo, ouuuu, com alguma doença. Faz parte do risco de ser mãe. Uma vez vi na TV uma mulher que foi ser mãe depois de certa idade, ela falou que corria riscos do filho dela nascer com deficiência, mas que iria gostar de tê-lo da mesma forma.
Desde quando um médico, por mais especializado que seja, está habilitado a avaliar, com esse grau de profundidade e em caso de tamanha gravidade, em que momento começa a vida ou ainda quais as “condições psicológicas” de uma mulher? Permitir o aborto ,mesmo em caso de toxoplasmse, corresponde simplesmente a legalizar a prática ao arrepio da Constituição e do próprio Congresso.
O Supremo Tribunal Federal decidiu sobre os casos de anencefalia. Isso poderá abrir o caminho para toda sorte de horrores. O conceito de “vida independente” é muito vago. Sob muitos aspectos, um indivíduo com Síndrome de Down, por exemplo, não tem uma “vida independente”. Precisará sempre de um monitoramento.
Podemos ter aberto a porta para chegarmos depressa à eugenia nos casos em que se conclui que a criança a nascer não teria uma vida autônoma… O conceito é larguíssimo.
A rigor, não é o aborto dos anencéfalos que esteve sob escrutínio, mas se o Brasil dá ou não o primeiro passo rumo ao estabelecimento de pré-requisitos para que uma vida seja considerada humana.
Não ignoro nem quero esconder os graves problemas sociais que estão na base do aborto clandestino. Para combatê-los, não é admissível mascará-los com o direito ao crime, em vez de ir às suas causas. Urge a continuação de tomada de medidas positivas de natureza humana, social e ética (planejamento familiar, apoio à mãe solteira, o desenvolvimento da instituição da adoção, o incremento de correta assistência social, atenção construtiva aos fatores de desagregação moral na família e na educação etc.).
Também é lamentável a confusão que se faz enumerando o aborto como um dos meios possíveis de limitação da natalidade. Não é. É, sim, um meio sofisticado de condenar à morte um ser inocente. Isso não quer dizer que não alertamos também para a necessidade de proibir o comércio de anti-conceptivos que são de natureza abortiva.
No recente caso da votação de aborto em fetos anencéfalos devemos indagar: se feto considerado anencéfalo pode ser eliminado porque viverá pouco, por que não eliminar o recém-nascido anencéfalo?
Seria licito eliminar um idoso em estado terminal, que também causa sofrimento à família?
Lembremos o fundamento do humanismo: a vida humana é um valor inegociável, não pode ser relativizada.
A decisão sobre o aborto de anencéfalos só foi para o Supremo, porque se trata de matéria Constitucional. Está lá no Artigo 5º:
“Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade (…)”.
Esse é o texto que impede que se aprove a pena de morte no país mesmo para os piores facínoras.
Se o que está no corpo da mulher lhe pertence, seja um tumor ou um feto, ele lhe pertence na primeira semana de gestação ou na 37ª, certo? Logo, por uma questão puramente lógica, enquanto não se diz que um bebê é nascido, então ele é “coisa”.
Não me peçam para tratar a vida humana como “coisa”, sujeita à engenharia social de iluminados e bem-intencionados. Defendo incondicionalmente a vida humana.
Eu acredito na vida humana em qualquer dos seus estágios, eu pertenço àquela que já foi uma saudável maioria: a que RECONHECIA o direito que qualquer ser humano tem à vida; a que CONSIDERAVA que a vida do homem era inviolável e que preservar esse princípio nos PROTEGIA das eventuais e mutáveis vontades do poder
Eu sou a favor do aborto e acho que deveria ser legalizado. Muitas pessoas me veem como um monstro por causa disso, só que eu penso da seguinte maneira: Se o aborto fosse liberado não teríamos tanta gente disputando lugar atrás das grades. E se fosse por uma questão de religião, então não poderíamos usar camisinha e nem tomar anticoncepcional. Só penso que é melhor um aborto do que muitas mães irresponsáveis oferecerem vidas miseráveis aos seus filhos, ninguém merece ter a vida tirada, mas pior ainda é ter que viver de forma desumana.
ate q enfim um comentário racional, sério mesmo.
Eu sou contra o aborto, nunca incentivaria uma mulher que eu tivesse engravidado a fazer um aborto, mas nao critico aquelas que fazem, afinal de contas quem sou eu para julgar os outros? Apesar de ser contra o aborto acho que deveria ser legalizado pelo simples fato de que hoje em dia isso é feito em clínicas clandestinas, muitas vezes em condiçoes extremamente precarias, colocando em risco a vida e a saúde da mulher que aborta. O erro está na decisao de fazer, mas se a decisao é tomada entao que hajam condiçoes decentes e seguras.
Os abortos só acontecem porque ainda existe um tremendo grau de egoismo e/ou ignorancia dentro de todos nós. É muito mais fácil e cômodo se “livrar do problema” do que assumir que somos responsaveis por aquela vida que acabamos de gerar. E falo no plural porque na minha opiniao toda a sociedade é responsável pela criaçao das crianças, nao somente os pais. E a sociedade brasileira é incrívelmente irresponsável nesse ponto, visto os milhoes de crianças e adolescentes abandonados pelas cidades, e também a péssima qualidade das nossas escolas. Como pode haver ensino de qualidade com os professores ganhando $1.200 Reais por mês? E isso nas grandes cidades, imagina no interiorzao. Entao é até compreensível que a mae, ou os pais, decidam fazer um aborto visto a imensidao de dificuldades que teriam em criar aquela criança. No dia em que a sociedade brasileira evoluir ao ponto que todos entendam que cada criança é responsabilidade de todos entao talvez o número de abortos diminua significativamente.
Acho que a população brasileira ainda não é evoluída o bastante para optar ou não pelo aborto , se for liberado vai se tornar algo corriqueiro , como se tornou o uso da pílula do dia seguinte !
Eu estou de acordo, se não foi planejado, e o casal se cuidou pra que não acontecesse, mas que acabou acontecendo (Ela tomou a pílula), se for de comum acordo dos dois, e que haja apoio do parceiro, não vejo problema, os estudioso já fizeram pesquisa e dizem que até três meses pode ser feito. Leio a matéria e olho pro meu sobrinho de 1 anos e 9 meses dormindo muito despreocupado com a vida ao meu lado, pensar na sua inexistência é dolorosa realmente, mesmo assim estou de acordo, melhor que ter e depois usar a criança pra infernizar o pai da mesma, que ter filho e abandonar.
Eu tento respeitar a forma de pensar das outras pessoas, mas o que eu não entendo é por que que quando esse assunto entra em cena são as mesmas afirmações sem base coerente alguma? As pessoas que são contra geralmente consideram que a mulher tem poder sobre o corpo, mas não sobre a vida que carrega e se você é a favor acredita na veracidade de que muitas mulheres morrem em clinicas de aborto clandestinas.
Ninguém toca nesse questão do ponto de vista cientifico, seja porque não acreditam, ou seja porque desconhecem (maioria). Eu me lembro, anos atras vi uma reportagem no fantástico onde médicos e cientistas afirmavam que embriões são somente células aglomeradas e que a vida humana não começa na fecundação e sim no início de impulsos nervosos. A reportagem foi muito criticada pois a tese entrava em contramão com o consenso da maioria das pessoas (tudo bem), é o pensamento do indivíduo, é um direito, mas temos que admitir que há muito mais que uma crença de realidades que embarcam esse pensamento.
“Eu sou a favor do aborto, mas só em casos de estupros.”
Seria horrível para a mulher gerar um filho indesejável por meio de estupro, mas aonde fica a história do assassinato nesta questão? Bom, vida é vida, não é? Nesta problemática é permitido matar então. Embrião é sempre embrião?
Não estou tentando vomitar ideias pretensiosas na cara das pessoas, mas a verdade é que o medo de pensar, procurar, esclarecer, se aprofundar prevalece, encontrar alguma coisa que vá contra tudo aquilo que sempre acreditou é amedrontador.
Penso da mesma forma que você @luizacosta2006:disqus, mas no meu caso sendo homem escrever a mesma coisa em certos sites é complicado. De qualquer forma, um bom texto… Parabéns!!
É melhor discussão sobre aborto que eu já li. Justamente pela sensatez. Sem cair no conceito feminista (egoísta?) “meu corpo minhas regras” ou falar apenas pelo ponto de vista da Igreja ou do homem machista.
Agora se a gravidez já aconteceu, penso eu, que a melhor forma de compensar a irresponsabilidade do ato é sendo responsável na criação do filho.