Por volta do 5º mês de gravidez, meus seios já haviam aumentado bastante de tamanho e o que mais eu ouvia era coisas do tipo:
“Nossa, vai ter leite para alimentar uma creche!”
“Leite não vai faltar!!”
“Vai ser uma vaca leiteira!”
Claro que meu sonho era amamentar, conseguir acalmar meu filho e alimentá-lo no meu peito, mas a realidade foi outra.
Meu filho nasceu de 35 semanas, de repente, sem nenhum aviso de que isso poderia acontecer. E o leite simplesmente não desceu. Assim que nasceu, ele foi levado para fazer exames e não o colocaram para mamar e não sei até hoje se isso contribuiu (alguém saberia dizer? rs).
Eu passei umas 4, 5 horas na sala de recuperação e só depois pude vê-lo. E ali, ao colocá-lo no peito pela primeira vez, descobri que não seria tão simples como eu imaginava. Ficamos no hospital por 5 dias e nenhuma tentativa deu certo. Enfermeiras vieram me ajudar e se admiravam, porque aparentemente meus seios estavam cheios de leite. E nem uma gota saía! Meu bebê começou a perder peso, então o pediatra mandou dar o leite artificial.
Ele passou o Nan Supreme da Nestlé, falou que é um dos mais completos do mercado e muito próximo ao leite materno. Mais tarde, por volta do 4º mês, mudei para o Aptamil AR (anti refluxo) e ele continua nesse.
Na alta, o pediatra passou um remédio que ajudaria o leite a descer, não ajudou!
Em casa foram muitas tentativas, simpatias e palpites, mas o leite não descia.
10 dias depois, levamos o bebê na pediatra do convênio, e ela passou outro remédio para eu tomar e me encaminhou para uma enfermeira que era especializada em ajudar mães a amamentarem. Liguei e marquei com ela pro dia seguinte, achando que tinha encontrado a solução. A essa altura, meus seios doíam muito, o leite havia empedrado!!
Quando a enfermeira me viu, se admirou com a situação em que meus seios se encontravam. Enormes, cheios de veias e duros. Durante uma hora ela fez massagem que doía demais, para desmanchar as “pedras” e mesmo assim o leite não descia. Ela chegou à conclusão que eu tinha “os ductus do bico do peito fechados”, então, não tinha como o leite sair. Falou que era a primeira vez que via isso. Mandou eu fazer massagem todos os dias durante o banho pra desmanchar totalmente e não empedrar novamente, e assim eu fiz. E depois que todas essas pedras se desmancharam, o peito não voltou a ter leite. Ali acabava meu sonho de amamentar meu bebê…
Eu chorei muito. Durante o pós-parto, o chamado baby blues, a mulher já fica mais sensível e você saber que produz o leite, mas não é capaz de alimentar seu filho, me deixava arrasada. Sem falar que durante a gravidez eu engordei 16 kgs e pensava: como vou emagrecer sem a ajuda da amamentação? Mas aos poucos foram embora 14 kgs em 5 meses, afinal, o que não falta a uma mãe é trabalho! Todos pensavam que eu ia entrar em depressão porque eu não conversava, não ria e só chorava. Nesse momento, meu marido interviu e veio conversar comigo. Seu apoio, amor, carinho e compreensão me fizeram ver que eu não seria menos mãe por isso.
Esse foi o meu caso. Convido-as a contar o de vocês ou a compartilhar esse post com quem vocês acham que ajudaria. Até a próxima!
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