Leitora: Sou mulher, tenho 27 anos, namoro com um homem há quase 3 anos. Sempre tive apenas relacionamentos héteros e por isso, considero que tenho essa orientação. Entretanto, desde a infância, também sempre me excitei vendo vídeos e imagens de mulheres se relacionando sexualmente. Com cerca de 5 anos, lembro de ter “brincado” com uma amiga por iniciativa minha, inclusive. Continuei gostando de ver conteúdo sexual lésbico, além de hétero e até homossexual masculino e, às vezes, até sonho e consigo me imaginar transando com outras mulheres, entretanto, não tive e nem quis ter outras experiências, pois sempre me envolvi sentimentalmente e sexualmente e de maneira intensa com homens. Ou seja, minha atração por mulheres foi sempre mais na fantasia e ligada ao sexo, em detrimento do envolvimento amoroso. Como sempre fui consumidora de pornografia de forma geral, encarava isso como um reflexo desse comportamento, mas atualmente, diante de um relacionamento hétero, no qual tenho uma vida sexual ativa e predominantemente realizada, ao continuar recorrendo a esses conteúdos, comecei a me questionar: será que sou bi ou tenho uma tendência ao lesbianismo?
“Sempre tive apenas relacionamentos héteros e por isso, considero que tenho essa orientação.”
Não acredito que os relacionamentos que você tem garantem a sua orientação sexual. Se for assim, o monte de gay enrustido que tem por aí continuariam sendo todos héteros só porque estão casados com uma mulher, rs. Uma coisa é o que você gostaria de ser, outra é o que você é.
Porém, também não acho que se preocupar com isso seja o mais importante no momento. Você parece ser uma pessoa bem mente aberta e só se fecha quando o assunto é “ter relações com o mesmo sexo”. Pra quê isso? Se seu marido for aberto também, converse com ele sobre a possibilidade de fazer um “a três” com outra mulher. Caso ele seja um dos 90% dos homens que morrem de vontade de ver a mulher com outra, vai é pirar! kkkkk. E se ele descobrir que você não se apega emocionalmente à elas, aí sim ele estará no paraíso! E se você se apegar, a vida é assim mesmo: tem gente que “se descobre – ops.. se revela – gay aos 50 anos! SE for o seu caso, ainda tem tempo. E se não for, você tirou a prova e tá tudo certo também.
Só quero que você entenda que é possível experimentar na vida real: não precisa ficar na dúvida e apenas assistindo pornografia pro resto da vida. A não ser que seu marido não deixe? rs. Do contrário, prove da fruta. Se você gostar, ok. Se você confirmar que até gosta, mas só pra sexo, ok também! Sem contar que ao menos eu acredito em bissexualismo.
O importante é que você saiba que, tirando você mesma, a única pessoa que você deve satisfações é para o seu marido. Ou seja, partindo do pressuposto que ambos aceitem a experiência e que, na medida do possível, vocês estejam seguros de que isso não iria prejudicar o amor entre vocês (acho que você não se descobrirá gay, só bi talvez kkkk), se abram para fantasias e aventuras, oras! A vida é curta, e também um pouco perigosa, fazer o quê 😉
Só conversem muito, mas muito mesmo antes de tomarem uma decisão final, tal como a surubinha básica, rs. Digo isso porque, independente da orientação sexual, vejo muito casal se separando “só” por motivos bobos e de vaidade após o ménage, como ciúmes e insegurança que nasceram em alguma das partes. A fim de minimizar possíveis imprevistos, criem as regras de vocês, tal como por exemplo pedir pra ele te dar atenção e não ficar só babando pela outra mulher, ou deixar você mais com ela, etc. O que importa é ambos concordarem e combinarem o “roteiro” com a máximo precisão possível, ainda que obviamente aconteçam imprevistos – tal como tudo na vida. Depois, se joguem no mundo e aí sim, após ter experimentado, você se preocupa em “se rotular”. Antes, o que importa é o “rótulo” de ser feliz, e vamos que vamos!
Boa sorte!