Sempre me interessei pelo naturismo, e de uns tempos pra cá, comecei a ler mais e pesquisar sobre o assunto. Com isso, começou a despertar em mim a vontade de conhecer alguma praia ou clube naturista. Porém, haviam dois problemas:
- O primeiro por morar em Porto Alegre/RS: praias naturistas só a partir de Santa Catarina, ou seja, sairia caro.
- O segundo seria minha esposa, que só de falar no assunto já sentia vergonha. Então, guardei esta vontade só pra mim. Ah, estamos na casa dos 30, pra quem quiser saber, rs.
No início deste ano (2015), fiquei desempregado e minha esposa tirou férias. Como entrou um dinheirinho extra (rescisão + férias), já comecei a planejar nossa viajem, e tinha que ser algo diferente, pois seria pra marcar nosso quinto ano de casamento, e como estamos com 30 anos e pensando e ter filhos, o momento de cair na estrada seria agora.
De cara citei a praia de naturismo e ela disse um não bem dado, com cara de quem comeu e não gostou. Então pensei, calculei, e decidimos juntos outro destino: o parque do Beto Carrero, que fica na cidade de Penha, próximo a Itajaí/SC.
Fiz as contas e sairia mais em conta irmos de carro, só que quase morri dirigindo, rs. Conhecemos rapidamente algumas cidades no caminho, paramos pra tirar fotos em Torres/RS e depois só paramos pra almoçar em Florianópolis/SC – só que praia de naturismo que é bom, nada. Eu sabia que por Floripa tinha minha sonhada praia, porém, como nosso destino ainda estava longe, seguimos viagem.
Aproveitamos bem o parque nos dois dias que ficamos por lá, e na noite anterior ao nosso retorno, toquei novamente no assunto naturista. Falei que poderíamos ir na Praia do Pinho (a 1ª praia de naturismo oficial do Brasil) em Balneário Camboriú/SC, que era no caminho. Só que ela continuava muito receosa. Expliquei o máximo que pude sobre do que se tratava e como seria, mas nada de domar a fera, que tinha medo de encontrar alguém conhecido, mesmo a 400 km de casa. Depois de muita conversa, de mostrar o site oficial da praia em que iríamos e de explicar que seria uma oportunidade única de fazer algo diferente, ela aceitou. Não muito empolgada, mas aceitou.
No dia seguinte, ela já estava vendo a novidade com outros olhos, parecia mais ansiosa, mas não tanto quanto eu. Saímos cedo do hotel e seguimos ao sul pela BR-101. Duas horas depois chegamos ao acesso à cidade de Balneário Camboriú (cidade muito bonita e limpa) e pouco tempo depois, chegamos ao local. O silêncio tomou conta do carro, mas fui entrando como se fosse de casa, cumprimentei o cara da portaria (tem que pagar R$ 20,00 por carro) e logo fui procurando lugar pra estacionar.
Naquele horário (9 da manhã) ainda estava vazio, haviam alguns “curiosos” no mirante e várias placas informando a proibição de câmeras, pois pra quem não sabe, na maioria dos locais naturistas é proibido tirar fotos das pessoas sem sua autorização. Descemos um ladeirão e finalmente chegamos à praia: lá a nudez é obrigatória apenas a partir da areia, ou seja, no estacionamento e nos bares é facultativo.
No carro, tirei a camiseta e falei pra minha esposa também já tirar a blusa, pois seria menos coisa pra carregar depois, mas ela não quis.
Peguei as cadeiras, andamos algum passos e disse “ali já é areia e tem que tirar a roupa”. Ela travou por um estante e eu disse: “vamos?”. Ela levantou a cabeça e foi comigo. Pisei na areia e já me despi. Confesso que não senti nada de mais, achei que fosse sentir alguma sensação estranha, mas não, simplesmente tirei a roupa e não me olhei nu, apenas agi com naturalidade. Enquanto isso, minha mulher segurava as tralhas. Com ela o processo foi mais lento e o nervosismo a deixou mais atrapalhada ainda, mas foi.
Logo que chegamos no estacionamento, percebi que no carro ao lado tinha um tiozinho só manjando o pessoal. Infelizmente, nem todo mundo vai pra praia naturista pra curtir e por azar ou descuido, nos despimos bem no campo do marmanjão: imagina o ângulo de visão que o tio teve. Na hora tive vontade de ir lá e tirar satisfação, mas iria estragar todo nosso passeio e só deixaria minha esposa mais constrangida do que já estava.
Deixei quieto, andamos mais um pouco e logo vi um trio de garotas, bem perto da entrada da praia: duas deitadas de bruços se bronzeando e uma loirinha bem gostosinha de pé, parecia que gostava de se exibir e estava lá pra se mostrar. Mais pra perto do mar tinham dois ou três caras sozinhos, e foi neste momento que entendi a fama de que negão é bem dotado. Enquanto isso, o meu se encolheu de uma forma nunca vista antes. Pensei em mexer um pouco pra ver se melhorava, mas fiquei com receio de alguém achar que estaria me masturbando, desisti e aceitei que dói menos.
Enquanto isso, minha esposa estava quieta, sentada e se bronzeando, com os seios e a ppk de fora, parecia estar bem tranquila. Conversei um pouco com ela, falamos sobre ser tranquilo tirar a roupa ali, que não foi tão ruim como se imaginava.
A maioria do público era de pessoas com mais idade, tinha bastante tiozinho barrigudo, outros bem magros e umas tias mais gordinhas. Uma vez ou outra passava algum casal com o corpo mais em forma. Como estava de óculos escuros, confesso que dava umas olhadas pra loirinha que estava em pé se exibindo, aquela que citei antes, mas a amiga dela que estava deitada era bem mais gostosa: ela se levantou pra mudar de lugar, mas só vi o final do lance quando ela já ia se deitar novamente. Aí entrou uma senhora na minha frente e acabou com meu momento de lazer. Talvez isso tenha influenciado também pra eu não ter nenhuma ereção (hahaha).
Aí você deve estar pensando: “E aquele discurso de que não há conotação sexual em praia naturista, e agora fica falando que ficou cuidando as gostosas?“. Quando se vai ao supermercado e passa uma mulher atraente o cara olha, né? E na praia então? Pois bem, numa praia naturista o comportamento é igual a uma praia não naturista, ou seja, você pode jogar, tomar banho de mar, caminhar, olhar as gostosas, ficar sentado tomando cerveja… a diferença é que você está pelado. E como em qualquer local “público”, não se pode fazer sexo, ou ficar se masturbando por aí. Ah, outra característica de praias naturistas é que dificilmente alguém vai roubar as tuas coisas, mas de vez em quando dava uma olhadinha de longe.
Queria sair andando pela beira do mar até o fim da praia, mas minha esposa, para minha surpresa ainda estava envergonhada e não queria andar muito, então fomos em linha reta até o mar e depois voltamos.
Logo chegaram duas garotas e se acomodaram na área dos solteiros. Confesso que fiquei admirado como a roupa muda e esconde o corpo, as duas eram magras, mas com curvas, tipo mignon, mas a que menos chamava atenção, me surpreendeu quando tirou a parte de cima do biquíni, que seios lindos, arredondados e firmes. E não pareciam ser silicone, pois eram bem proporcionais ao corpo e tinham um caimento bem suave. Pena que só consegui vê-la de lado e logo ela se deitou de bruços. E a loirinha gostosinha continuava em pé, e rindo, e alongando os braços…
Alguns minutos depois fomos até o final da praia, onde tem umas pedras altas e a mata é fechada. Já havia lido algo sobre alguns casais que vão para as pedras para fazer sexo, e que existem algumas trilhas em que ficam alguns voyeurs esperando que isso aconteça, mas acho que estas tais pedras ficam no outro extremo da praia, depois da área dos solteiros, abaixo do mirante. Confesso que fiquei um pouco curioso, mas como haviam muitos curiosos no mirante e vai se saber mais quantos nas tais trilhas, preferi poupar minha esposa de tal exposição desnecessária. Porém, percebi que tinha um casal: a mulher (morena clara, seios pequenos, cintura fina, quadril largo e um par de coxas…bem gostosa) vinha na frente olhando pra baixo e o seu par (cabelo grisalho, meio em forma) vinha logo atrás com uma ereção que já estava diminuindo. E foi justamente nessa hora que resolvemos sair dali, aí perdi o resto do lance.
Na caminhada de volta, vi algo que me fez sentir melhor em relação ao susto com o negão: vinha um casal mais jovem (uns 20 anos), ela loira estilo modelo, ele fortão meio envergonhado e com um pequeno “amendoim” pendurado na frente (hahaha). Não sei porque, mas na hora recuperei minha autoestima…
Enfim, chegou a hora de partir, pois ainda tínhamos umas 7 horas de viagem pela frente. Saímos em direção ao sul, pela praia do estaleiro e aprendi uma coisa bem legal: deveria ter vindo por este lado, pois a subida é menos extensa e menos sinuosa, mas como era a minha primeira vez, me perdoei pelo consumo excessivo de gasolina.
Conclusões:
- Apesar de ter ficado apenas duas horas na praia, foi uma das melhores coisa que já fiz na vida, tirando o tarado do carro, foi tudo muito bom.
- Normalmente quando vamos em alguma praia, minha esposa e eu sempre procuramos ficar em algum lugar mais deserto e sossegado, não nos sentimos bem de ficar no meio da multidão com um monte de gente andando pra lá e pra cá, e ela não se sente à vontade de ficar de biquíni quando tem muita gente por perto. Porém, nesta praia ocorreu exatamente o oposto, parecia que quanto mais gente chegava mais a gente ficava à vontade e queríamos estar ali. Se fosse possível, ficaríamos o dia todo.
- Não há competição de vaidade, como estar com o biquíni da moda, com a bermuda de marca, se preocupar se a sunga ou o biquíni está fora do lugar, há um clima de respeito mútuo e de tranquilidade.
- Não existe padrão de beleza, ninguém é perfeito, todos somos diferentes fisicamente e ao mesmo tempo iguais por não estarmos escondendo isso. E essa atitude é o que nos aproxima e torna o ambiente naturista tão aconchegante.
- Sentir o vento no teu corpo todo, e entrar no mar sem se preocupar se a água baixou teu calção, e o melhor, não ter que ficar horas com a sunga molhada. Imagina dirigir depois durante 7 horas com uma sunga molhada. Esta praticidade é algo que me agrada, pois foi só me secar com a toalha e tava pronto.
- Me senti realizado, e minha esposa, que antes nem podia falar do assunto, acabou curtindo também e disse que se um dia eu for de novo ela vai junto. Viemos a viagem toda conversando sobre o que tínhamos vivido naquele lugar e em momento algum ela reclamou de nada. E olha que ela gosta de reclamar…
Meu próximo objetivo é ir no clube Colina do Sol, em Taquara/RS, que é praticamente uma vila naturista em que há pessoas que moram lá e vivem ao natural, ou seja, nuas. Não gosto muito de campo, mas acho que pelo fato de poder vivenciar o naturismo em sociedade, e agora mais perto de casa, será com certeza uma experiência muito válida.
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