Sempre olhei com desconfiança a instituição do casamento, até mesmo porque todos os meus exemplos ou não eram bons ou se faziam de bons. Desta forma, nunca pensei, cogitei ou quis casar. Assim, durante quase três décadas, vivi por mim e para mim, sem a preocupação de buscar por algum príncipe encantado.
Por nunca ter prestado muita atenção a detalhes relacionados ao casamento, sempre me perguntei: “por que as pessoas vivem mal juntas?” Aí comecei a pensar que os casados estão lá infelizes, se fodendo e querendo ver todo mundo na merda, por isso faziam a propaganda: “case-se é tão bom e legal!”
É triste, eu sei.
O que quero mostrar é que eu não estava preparada para morar junto com ninguém e, quando aconteceu, foi um baque para mim, então talvez esse post possa te preparar para as coisas que não te contam sobre ser casado(a).
Antes de tudo, peço que reflitam sobre três questões básicas:
- Você sabia dividir a bolacha (biscoito?) ou lanche com os amiguinhos?
- Conseguia emprestar a bike pro irmãozinho dar uma volta?
- Sabia que impreterivelmente teria que passar a vez quando morresse ou passasse de fase no Mario World?
Se respondeu NÃO a 1 dessas três questões, NÃO CASE!
Sabe o porquê de tantos matrimônios falidos? Nem todo mundo tá pronto pra casar. São ótimos namorados e noivas, mas péssimos maridos/esposas. O casamento não é para todos, mas a sociedade vai nos empurrando pro “precipício” kkkkkk.
Assim, vos presenteio com 5 coisas que não te contam sobre o casamento:
1 – Família pé no saco
Já ouvi algumas pessoas afirmarem “não me casei com a família dele” e pensei na hora: “que burrice tremenda, alguém salve essa alma perdida!”. Sim, casamos com a família e ignorar isso só trará sofrimento, desentendimento, estresse emocional e muita merda.
A única vez que eu propus terminar meu relacionamento com o mozão foi por causa da convivência dele com os meus pais numa época crítica, quando ele disse “nunca mais vou à casa dos seus pais”. Quem acompanha o blog e já leu uma coisa ou outra que comentei, sabe que os meus pais achavam que ele não era pra mim. Na época, ele não estava errado, porém, eu disse: “jamais vou abdicar dos meus pais, nem por você, nem por ninguém”.
Nos acalmamos e ele entendeu o meu ponto de vista. Certas vezes temos que engolir nosso orgulho, nos colocar no lugar da pessoa que está lhe ofendendo e fazer um exercício de empatia.
Não temos e não podemos nos desvencilhar do núcleo familiar primário (pai/mãe/irmãos), portanto, você terá que saber conviver com as diferenças e entender que não está entrando num território inimigo e que não vai dividir ninguém, na verdade você está somando a família do seu mozão ou amorzona.
Sem contar também que qualquer pessoa em sã consciência deve analisar que a criação da pessoa veio da família, assim como os hábitos do dia a dia. Ou seja, a família vai estar lá contigo mesmo quando não estiver (se é que vocês me entendem).
Assim sendo, imagine cada encontro familiar, cada almoço de domingo serem recheados de caras de bunda de quem não quer estar ali? Imagine isso por longos 10, 20, 30 anos. Então o negócio é levar de boa e ser gentil com todos, curtir esses momentos, apoiar seu companheiro(a) mesmo com aqueles(as) que não merecem um único pingo de gentileza.
2 – Privacidade: hora da caquinha
Gente, vocês não tem noção do quanto o meu intestino era tímido. Não conseguia imaginar fazendo caquinha na mesma casa que ele kkkkkkk.
Até que você vai morar junto e impreterivelmente a hora da caquinha vai chegar. O banheiro vai feder e ele vai entrar LOGO EM SEGUIDA e você vai fazer aquela cara de pastel de feira.
Eu tenho uma amiga que, até a pouco tempo atrás, ia ‘cagar’ na casa dos pais, até que um dia deu uma zica de noitão e não teve jeito. Foi um sofrimento tão grande e desnecessário, né não? Todo mundo faz cocô e xixi gente, o negócio é não fazer caquinha de porta aberta kkkkkkk.
Portanto, a sua privacidade entrará em conflito com a privacidade dele. Às vezes você estará tomando um banho de boa, relaxando, precisando que a água leve seu cansaço no silêncio e quem entra no banheiro e invade o seu chuveiro? Sim, o mozão.
Depois de um tempo, se ele para de invadir, você sente falta kkkkkkk.
Também vai acontecer dele estar lá ocupando o banheiro e a sua barriga dar um nó que vai te pedir para que os céus abram uma latrina na sua frente. Se você morar numa casa/apartamento com mais de um banheiro, tá fofo, mas se for que nem eu. Ferrou-se…
Assim sendo, eventualmente, você vai soltar um peidinho ou arroto na frente do mozão, vão rir disso e bola pra frente.
3 – Casal “trás pão”
Desde o início da nossa convivência marital, decidi que eu não queria ser um “casal trás pão” e amava demais namorar pra deixar as coisas ruírem ao nível “trás pão”.
Vejam só, o casal “trás pão”, só se conversa pessoalmente (ou nem isso) e, quando estão longe um do outro, se comunicam apenas para avisar sobre algum fato relevante, pedir um favor (trás pão) ou falar que alguém morreu.
Já um casal de namorados, tem a maior propensão a ser gentil no decorrer do dia. De mandar um beijinho gratuito, de encaminhar uma foto fofa, dizer eu te amo gratuitamente e de forma inesperada. Então por que cargas d’água eu deixaria a nossa rotina nos transformar no casal “trás pão”?
Nesse sentido, saiu uma matéria essa semana no UOL na coluna da Lia Bock sobre como os casais param de beijar e essa é uma realidade de MUITOS casamentos. A rotina engole tanto os casais que eles se esquecem de como era a rotina anterior e como eles se tocavam mais, se tratavam com mais gentileza e como eram mil vezes mais amorosos.
Como se já não bastasse ser “casal trás pão” e parar de beijar, descobri, em algumas conversas informais e na observação da vida alheia, que existe um comportamento muito comum: ser grosseira(o) com o marido/esposa e isso tá mó errado. Você pode ter a capacidade de dizer “vai à merda” com gentileza e a pessoa não vai se ressentir e jamais se esqueça de tratar o melhor possível a pessoa que está ao seu lado. Vejo muitos tratando amigos e colegas de trabalho com mais zelo que a pessoa que dorme junto todo dia.
Então, para que você não seja um casal “trás pão”, crie rotinas:
Rotina pela manhã ao se despedir: Nada de beijinho, tô falando em beijão, em língua, em sair de casa descabelada. kkkkk
Rotina no reencontro, demonstrando saudade e perguntando como foi o dia de seu parceiro(a).
Rotina enquanto você ou ele está no fogão ou outra atividade doméstica: Agarre, boline e beije muito.
E GENTILEZA. Seja gentil. Afinal, gentileza gera gentileza.
4 – Hora da naninha
Ah, dormir agarradinho, mas que delícia cara! Só que nem tanto kkkkkk
Dormir junto foi a maior problemática que tive ao dividir a minha cama, pois eu tenho o sono leve, sou espaçosa, tenho hábitos noturnos estranhos e pareço uma idosa de 85 anos incomodada com barulho.
São vários problemas relacionados à hora da naninha, mas destaquei 4 principais:
Problema 1 – empurrar o mozão mais pra lá e quase derrubar o coitado;
Problema 2 – ronco no ouvido. Às vezes ele quer ficar agarradinho (delícia), mas fica roncando no meu ouvido;
Problema 3 – ele rouba o edredom;
Problema 4 – meu nariz entope no ar condicionado e eu fico sempre com receio de acordá-lo na hora de assoar o nariz;
Contudo, quando durmo sozinha, todos esses problemas fazem uma falta do cacete!
5 – Tá bom, tá bom, tá bom
Tem coisa mais chata e irritante quando alguém quer terminar uma discussão e começa a dizer “tá bom, tá bom, tá bom” e você ainda não terminou de brigar? Kkkkkkk
Duas pessoas diferentes convivendo sob o mesmo teto não é moleza e exige muito jogo de cintura, muito diálogo e paciência um com o outro.
Há alguns minutos estava conversando com uma colega de trabalho e perguntei: “Pra você, qual a maior dificuldade em ser casada que não te contaram antes do casamento?”. Ela citou a intimidade (banheiro), conversamos sobre dividir a cama e concordamos que realmente é difícil, mas pra ela o pior foi o “tá bom”.
Essa amiga é casada há oito anos e destacou que conviver com alguém com uma personalidade muito diferente é um desafio do caralho.
Ela é toda pra frentex, enquanto ele é todo retraído e guarda para si as raivas do dia a dia. Obviamente que conflitos aconteceram e, quando eles brigavam pelos motivos mais variados, ele não conseguia se expressar e dizer as frustrações, ou melhor, se recusava a discutir e vinha com o discurso do “tá bom” enquanto ela se debatia e se irritava por querer conversar e expor o que a incomodava.
No decorrer desses oito anos, ambos tiveram que aprender a dialogar para viverem bem. Assim, o destaque desse tópico foi ela ter ensinado ele a dialogar.
Quanto a mim, não tenho lá grandes problemas com diálogo, pois conversamos muito e sobre absolutamente tudo, mas de vez em quando eu fico puta com ele e não sei dizer no momento certo o que me emputeceu. Eu meio que demoro a descobrir por que estou possessa ou como me expressar corretamente para que ele saiba que estou braba. Tenho comigo que ele não é obrigado a desvendar meus pensamentos e sentimentos, cabe a mim dizer, mas e quando esses pensamentos e sentimentos estão confusos? O que fazer?
Não sei e nem ele. Descobri recentemente que algumas atitudes minhas o irritam profundamente, mas como eu poderia adivinhar que pedir um copo d’água o deixa ressentido? kkkkkk.
Ou seja galerinha, tenham paciência, saibam ouvir e saibam falar, visto que viver com outro alguém lhe trás momentos lindos de autodescoberta e é um prazer imensurável partilhar a vida ao lado de quem se ama, ainda mais quando tudo flui com naturalidade, paz e harmonia.