No artigo mega sentimental de hoje, a intenção é indicar certas ilusões nas quais até a mais prevenida das moças e o mais sistemático dos caras pode cair inconscientemente.
Namorados pegajosos são irritantes e você morre de medo de se tornar um mala daqueles. Porém, estão cansados de viver na friendzone, sendo apenas encarados como o amigo da vida toda, por exemplo. De repente, surge alguém que o interessa, você é correspondido e se surpreende por finalmente ter uma oportunidade de viver uma paixão como sempre quis. E cai na armadilha do primeiro verso desse poema aqui:
“Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário.
Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas.
Se achar que precisa voltar, volte!
Se perceber que precisa seguir, siga!
Se estiver tudo errado, comece novamente.
Se estiver tudo certo, continue.
Se sentir saudades, mate-a.
Se perder um amor, não se perca!
Se o achar, segure-o!”
Silvana Duboc
Não é uma questão de desespero. Você pode ter sido bem seletivo e se interessado por alguém que realmente combina em questões como gosto para músicas, livros, alguns hobbies, certos princípios sobre relacionamentos amorosos como ter filhos ou não, como lidar com a família, limites de cada um. Mas a vida é uma vaca, e mesmo a mais gentil das pessoas pode agir de maneira que você não concorda.
O difícil é ser egoísta, se conhecer bem o suficiente e ser sincero consigo mesmo: o que é realmente importante que a pessoa faça por mim em um relacionamento?
Respondendo a essa pergunta, já é meio caminho andado para saber o que você não toleraria de maneira alguma. E não deixar isso de lado por qualquer justificativa que a pessoa tenha.
Traumas com determinadas situações todos nós temos em algum grau. Mas estamos aí, vivendo para nos tornarmos pessoas melhores e superarmos o máximo que pudermos essas más lembranças e tirar algumas travas com perseverança (tempo e insistência, basicamente, formam quase uma fórmula de soma!). Por exemplo: você acha que sair com seus amigos sozinho de vez em quando é uma necessidade básica e seu companheiro(a) fica assustado com isso porque sofreu com uma traição. Então o negócio é sentar e conversar sobre isso devagar, até conseguir entrar em um consenso sobre como promover as saídas sem deixar a pessoa insegura demais. Mas em hipótese alguma, se for fundamental para você, deixe isso de lado para agradar o outro.
Vamos concordar: quem quer agradar demais, acaba virando capacho. E infelizmente, gente disponível demais geralmente não é valorizada por isso, pois quem está perto acha que, independente do que apronte, será compreendido.
Como dizia “House” em sua série homônima: “As pessoas não mudam. Elas melhoram com as experiências, mas a essência delas é a mesma”. Não tente enfiar na cabeça de alguém que não quer ter filhos que isso será a melhor coisa da vida dela. A pessoa pode aceitar tê-los, mas no fundo ficaria muito bem – ou até melhor – se não os tivesse. E isso não é bom negócio nem para o casal, nem para os filhos, e o resultado se nota depois de muito, muito tempo, geralmente. Pessoalmente, vi um documentário esses dias de uma senhora que adotou uma criança porque queria ter alguém que cuidasse dela quando ficasse idosa. Sinceramente, esse não parece um motivo suficiente para ter um filho.
Se alguém é mais desprendido, não se apega às pessoas com facilidade, por favor, jogue fora aqueles filmes românticos em que o mocinho é galinha e não se apega, e de repente ele conhece o amor da vida dele e muda para um romântico nato. Se ele é pegador porque está na fase de querer ser, mas quer encontrar um amor um dia, é uma coisa. Se ele faz isso porque nunca sentiu necessidade de se envolver, ou nunca conseguiu se sentir ligado às pessoas de verdade, é outra situação muito diferente. Acha mesmo que uma pessoa assim vai mudar completamente? Pode ser que um dia ame sinceramente, mas não possa oferecer tudo o que uma pessoa sem dificuldade para ter laços afetivos nos dá. E aí mora a sutileza cruel sobre a essência de cada um: ninguém consegue oferecer aquilo que nunca cultivou dentro de si.
Avaliem bem. Muitas vezes a gente só percebe que está cedendo demais quando se vê sem algo fundamental. Não acredito em pessoa certa, mas em sintonia entre pessoas que estão vivendo o mesmo momento emocional. Explicando-me com alguns exemplos de sintonia: ambas queriam de verdade um relacionamento, não estavam pensando em outra pessoa ou sofrendo. Os dois têm planos profissionais que não envolvem obstáculos muito absurdos para estarem juntos. O casal quer mais é ter uma amizade colorida por enquanto (geralmente dá errado, mas vai que acontece e dá certo por um tempo?).
Meu recado a quem está lendo e se encontra ainda sozinho, ou achou alguém e está com medo de cobrar demais: não aceite menos do que você julga que merece. Ser compreensivo é uma qualidade maravilhosa, mas amor próprio é o primeiro que se deve ter antes do amor ao próximo. Como você quer dar amor se não o tem dentro de si em primeiro lugar?