Leitor: Olá, antes queira aceitar os meus melhores cumprimentos. Tenho 25 anos de idade, tenho uma namorada de 22 anos e ela é virgem. O que acontece é que estamos juntos há mais de um ano e apesar de várias tentativas, nunca conseguimos fazer amor. Sempre que tentamos, mesmo depois de todas as preliminares e estarmos sem roupa, quando chega o momento da penetração ela pula, grita. Aliás, o mínimo de toque do meu pênis na vagina dela é o suficiente para ela pular. Ela diz que me ama e está a tentar mas não consegue. Ontem, inclusive, nós tentamos e tivemos o mesmo problema. Ela alega sentir muita dor. Por mais que eu tente deixá-la confortável, não tem sido suficiente para avançarmos. Ela não deixa eu usar o meu dedo para fazer carícias na vagina dela. Ficamos de tentar mais uma vez neste final de semana, e ela disse que se não conseguir iremos nos separar. Mas eu não quero perdê-la, ajuda-me por favor. O que devo fazer? Como devo fazer?
Gente, não sei o que nossos amigos comentaristas irão achar, mas eu pessoalmente estou achando isso muito estranho: isso não parece coisa de mulher virgem, parece coisa de mulher traumatizada, será que não? Não que tenha acontecido, mas acho importante conversar com ela se ela tem algum tipo de trauma, fobia, ou até mesmo sofreu algum abuso sexual na vida. Não sei se ela te contaria ou se é daquelas que prefere morrer sofrendo do que contar a verdade, porém, acho que vale a tentativa: ainda que ela não te diga o que é, se você ver que ela ficou muito atordoada com as suas perguntas, é dica certa de que ela precisa procurar uma terapia. Sei lá, ter medo de perder a virgindade – e de doer – (quase) toda mulher tem, agora “pular” só de pensar e sem “nem ter entrado o pipi” é preocupante.
Ao que parece, o problema não é “com você”, mas sim “com ela”: se ela te ama, se sente preparada para transar, tenta mas na hora não consegue, isso não parece ser algo que esteja em suas mãos para solucionar, pelo menos não diretamente, mas sim nas dela.
Acho legal ela procurar por uma terapia porque fora ser uma oportunidade dela se abrir, também a ajudará saber “exatamente o que tem”, visto que nem todas as pessoas processam os próprios problemas de forma consciente. Eu aconselharia algum profissional que mexa com hipnose ou que faça alguma forma de “interpretação de passado”, porque o caso dela não parece estar ligado com (quase) nada presente. Eu já fiz umas sessões com uma mulher que mexe com hipnose e ela me disse que muitas vezes “não sabemos” dos nossos traumas, não sabemos trazê-los para o consciente, sabe? É como se a gente tivesse bloqueado certas coisas para nos proteger, mas elas continuam fazendo mal por ainda estarem “martelando no plano inconsciente”. O lado bom é que muitas vezes o problema é tão simples, mas tão simples que depois que a pessoa descobre, ela se pergunta: “putz, por que é que não procurei ajuda antes?”, rs. Por exemplo, ela me contou um caso de um menino que simplesmente não conseguia comer: tratamento vai, tratamento vem e ele descobriu que agia assim porque no passado a mãe dele foi tão fissurada em dieta que acabou passando isso para ele. Claro que estou simplificando o caso, mas resumidamente ele percebeu que o problema não era “bem dele”, mas sim de outra pessoa que ele incorporou, sabe? Claro que também tem gente que tem traumas diretos (tipo assalto, perdas, estupro, etc) ou familiares (alguém que ela ama sofreu algo, etc) e é justamente isso que ela tem que conversar com um profissional: para saber exatamente onde ela se encaixa e o que ela pode fazer por ela mesma. Seria legal ela inclusive tirar dúvidas sobre como seria o processo (seja ele hipnose ou não), se ela concorda com “os termos” do tratamento e, acima de tudo, se ela se sente preparada para se tratar, porque isso não depende de você e não dá para forçar.
Vou torcer para que seja algo bem simples! Sei que vocês homens tendem a ver essas coisas sexuais com mais simplicidade do que as mulheres: querendo ou não, isso (ainda) é cultural. Porém, adicione a isso o fato de que o problema da sua namorada pode estar muito além do “normal entre as virgens”. Continue respeitando a virgindade dela, até mesmo para não causar um trauma maior e você se sentir culpado depois. Seja um incentivador e “a ajude a procurar ajuda”. Quem sabe com o passar do tempo e das suas atitudes que geraram confiança ela não acaba se sentindo bem para te contar, bem como ir fazendo descobertas junto contigo e vocês superarem esse trauma juntos?
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Boa sorte!