Leitor: tenho 25 anos e sou de Brasília. Há exatos 8 anos conheci o amor da minha vida na rua aonde conversava com meus amigos. Nos tornamos grandes amigos e aí tempo depois começamos a ficar. Nos afastamos um tempo por conta dela se mudar da cidade aonde a gente morava, foram 2 anos sem a gente entrar em contato por conta da rotina, essas coisas.
Tempo depois, nos reencontramos em uma festa de uma amiga nossa, e começamos a todo vapor, trocávamos mensagens, telefones, descobri então que a “C” poderia se tornar mais que minha amiga. No princípio em que a gente ficava, ela começou a gostar e eu apenas vivendo uma aventura. Logo depois de uma viagem ao Piauí, resolvi pedi-la em namoro. No início eram tudo flores, declarações, risos e brincadeiras, mas eu não estava amadurecido para viver um grande amor, as brigas vieram e eu sempre estando mais com meus amigos e sempre saindo pra festas sem ela. Como a gente tinha apenas um dia pra se ver porque como eu morava em uma cidade e ela em outra, ela me disse que seria um grande problema, e foi mesmo, eu não soube conciliar amigos e ela. Sempre quando era pra estar com ela, estava com meus amigos e isso foi atrapalhando. Houve uma traição da minha parte, e eu mesmo falei pra ela e me arrependi. Na época ela me perdoou. Houve também outra mulher que teve um grande impacto na minha vida e quase me separei, mas escolhi a C. Essas coisa foram machucando, até que chegamos ao fim após 4 anos e meio de namoro, ela me dizendo que não era justo eu amar ela e ela apenas gostando. O que mais me dói é saber que eu podia ter feito melhor, mas deixei o comodismo nos pegar, faltou mais comunicação sabe? Sinceridade e companheirismo. Quero poder mostrar pra ela que posso ser diferente, que posso mudar, ser uma grande homem. A gente tinha muitos planos, mas esmaguei um pouco as possibilidades, como casar e ter uma criança, porque só pensei no meu futuro, mas não corri atrás pra mudar minha vida. Hoje vejo que quero isso pra minha vida, não porque perdi, mas porque eu a amo de verdade, e quero mostrar que posso fazê la feliz. O que fazer? Tento correr atrás ? Ou sigo minha vida e esqueço que eu amo?
Você disse: “(acabou) após 4 anos e meio de namoro, ela me dizendo que não era justo eu amar ela e ela apenas gostando.“
A menina confia no próprio taco, heim?! Eu no lugar dela não acreditaria nunca, mas nunca mesmo que “você me ama e eu estava só gostando”. Pelas atitudes que você teve, eu pensaria justamente o contrário: o que você fez não parece coisa de quem ama. Errar uma vez ou outra, “ok”, mas você errava sempre e repetidamente, o que me soou não só a comodismo e a falta de companheirismo, como também a você simplesmente não estar tão afim na época. Provavelmente, de fato a sua maior vontade era ficar com os seus amigos, não com ela, sabe? Já ela, não: ela sim parecia te amar, porque a bichinha aguentou e suportou coisas que uma mulher “que não está nem aí ou que “apenas gosta” jamais aceitaria”. Concorda?
Sei lá, quando a gente gosta muito de alguém, não é que a gente vai querer ficar grudado que nem bicho de pé, mas pelo o que li da sua pergunta, ela estava (quase) sempre como última opção, sabe? Se teve algo bom no seu egoísmo e comodismo é que você fez apenas o que você queria, ou seja, querendo ou não, você foi sincero nessa de nem tentar parecer um bom namorado atencioso. Ou seja, me perdoe, mas você fez o que queria ter feito mesmo. Aí depois que ela te deu um pé na bunda tudo mudou: agora você acredita que a ama loucamente e está arrependido. Sabe orgulho ferido? Pois é, é o que está parecendo.
Não sou ninguém para julgar o amor das pessoas, mas como você pediu a minha opinião, sinceramente acho que, ainda que você não esteja se tocando disso, você está sofrendo mais por ter levado um pé e ter perdido a pessoa que tanto te amava do que pelo amor em si, sabe? Não vou dizer que você não gostava e não gosta dela, mas AMORRR, AMORRR mesmo, acho que não. Se você a amasse mesmo, por mais que você fosse um crianção infantil, você iria querer ficar mais com ela enquanto você tinha oportunidade: é instintivo, sabe? Você não ficava com ela porque achava que ela estaria sempre lá para você (o que é fato), mas também porque você achava a zoeira com os seus amigos mais interessante.
Eu no seu lugar até poderia correr atrás dela por desencargo de consciência: sem forçar a barra e me retirando quando sentir que realmente não dá mais e que eu estou só pentelhando. Porém, eu no lugar dela não te aceitaria de volta nem ferrando, pelos motivos que te disse, sabe? E sinceramente? Acho que no futuro você agradecerá por isso, porque ainda que agora você esteja sofrendo e jurando por tudo que a ama, depois quando você amar alguém de verdade você verá que as coisas não são bem assim.
“Ah Luiza, mas você está me julgando, eu a amo sim!!!”. Se você realmente acreditar que a ama, tente convencê-la disso, mas sinceramente? Se ela for esperta, não se convencerá com palavras, mas sim atitudes vindas da sua parte. Não adianta nada falar que a ama e continuar na prática o mesmo fanfarrão de sempre. Eu no lugar dela pelo menos não me convenceria disso, e se me convencesse, também não iria aceitar por acreditar que ser amada é ótimo, mas viver em paz é melhor ainda.
Tente sentir se a sua maturidade realmente bateu, ou se você acha que bateu só por causa da “livre e espontânea pressão do desespero”, rs. Tente perceber se é realmente isso que você sente: se você realmente a quer, ou se apenas gostaria de querer. Explico melhor: quando a gente é muito amado por alguém, é normal a gente sentir falta dessa pessoa quando a perdemos (levamos um pé na bunda), não porque a amamos de fato, mas sim porque gostaríamos de amá-la sabe? Do tipo “onde vou encontrar outra pessoa que beije tanto os meus pés”? Tá, brinquei e exagerei um pouco, mas você entendeu kkkk.
Talvez agora você não entenda a mensagem que quero te passar, mas tenho certeza que daqui a alguns meses entenderá.
Boa sorte!