Leitora: Olá Luiza, tudo certo? Bom, sei que você é uma ótima conselheira do amor, pois acompanho sempre o blog e o face tbm… mas o meu caso não é bem por aí, ”O Amor de companheiro”, mas sim o Amor maternal. Então, meu problema é minha sogra. Vou começar do início, mas bem resumido rsrs.. Sou casada há 3 anos temos uma filha de 1 ano e meu esposo é filho único. Quando engravidei e descobri que teria uma menina, minha sogra pediu para a gente dar nossa filha pra ela criar de papel passado e tudo, pois somos novos (ele 23 e eu 22) então teríamos um futuro grandioso pela frente, poderíamos fazer o que quiséssemos sem perder nossa juventude com filho. Eu, claro, fiquei muito chateada e meu esposo como um bom filho e um ótimo pai claro que recusou.
Minha sogra é servidora pública e sempre deu tudo e mais um pouco para meu esposo! Eu sou dona de loja tenho minha própria renda, crio muito bem minha filha. Essa neta é tudo pra ela pois é a filha que não teve, ou melhor a filha que queria ter.. Ela fala que minha filha foi tudo o que ela pediu para Deus, e Deus mandou para ela. No começo, com aquele ciumes de mãe, claro quem for mãe vai me entender, eu morria chorava de ciúmes. Meu esposo falava que eu era boba e tinha que parar com aquilo. Ótimo, melhorei um pouco o ciúmes. Agora minha filha é grande, tem 1 ano e já entende muita coisa, muito inteligente! Chama ela de vovó mais ela quer ser chamada de mãe. Eu falo não, vovó. Ela mima muito minha pequena, quer fazer tudo o que ela quer. Ela está desobediente para a pouca idade, chora pra tudo, faz birra, e bate na cara das pessoas, menos na minha e na do pai dela.. mas na da avó e do avô dela ela pinta e borda. Sou bem rígida já com ela, quando ela merece eu dou o que quer, quando não merece eu explico e ela entende por ter 1 ano. Bom, sempre respeitei muito minha sogra, independente dela querer ser mais mãe do que eu, ela quer passar por cima das minhas ordens com minha filha e qualquer coisa fala que vai tomar a menina.
Luiza não sei o que eu faço, como havia dito, sei que você é uma ótima conselheira amorosa. Apesar de que tenho medo que um dia isso interfira no meu casamento porque às vezes tenho que ser um pouco grossa, pois não posso deixar que minha filha faça o que bem quer. Tenho que mostrar quem é a Mãe e quem é filha, certo?
Sogras: quem nunca teve problema, né?! Achei engraçado ela “caridosamente se oferecer” para registrar sua filha de papel passado e tudo, já que vocês “eram novos e não tinham condições”. Se ela quisesse mesmo ajudar, era só ajudar na criação da criança, cuidar dela quando vocês não pudessem e mais tudo aquilo que muitos avós fazem quando acontece de vir um netinho com a pouca idade dos filhos, né? Sem essa de registrar como se fosse a mãe oficial, que é algo completamente desnecessário nesse caso.
Nem precisa dizer que sua sogra está pensando apenas nela mesma, porque essa parte você já entendeu. Porém, isso não acontece porque ela é uma pessoa ruim, mas sim porque está cega devido aos sonhos não realizados que ela teve, sabe? Ela é a típica pessoa que se frustra e acaba usando os outros para preencher um vazio que na verdade é dela. O triste é que ela não percebe que isso não só não é justo, como também acaba causando dores de cabeça desnecessárias nos outros, que no caso é você. Só espero que o seu marido tenha percebido isso também. Até porque, tem coisas que você até pode ter “ciúmes de mãe”, mas outras tantas só se for um filho bastante cego e ingênuo para não perceber que o erro é da sogra, né? Converse com ele a respeito das dicas que eu e os comentaristas dermos por aqui e espero que vocês cheguem em um consenso =)
Eu no seu lugar responderia com toda a educação do mundo que se Deus quisesse mandar uma filha para ela, mandaria nascendo da barriga dela, não da nora. Se nasceu da nora, é porque Deus deu uma neta, não uma filha para ela. Também explicaria que não há necessidade dela querer tanto ser chamada de “mãe” pela criança, sendo que ser avó também é algo maravilhoso! Sem contar que isso ajuda a não confundir a cabeça da pequena: já pensou ela tendo que explicar que tem duas mães, sendo que uma na verdade é mãe do pai e as duas são mães dela? Dá até nó no cérebro! rs. Enfim, se eu fosse você, quando a sogra tentasse ensinar minha filha a chamá-la de “mãe”, eu, com toda calma do mundo, explicaria na frente da sogra algo como “não minha filha, essa é a Vovó! Mãe é a pessoa que te guardou dentro da barriga por 9 meses e essa sou eu!”. Tudo bem que existem mães adotivas e de coração, mas para o seu caso, basta explicar o sentido de mãe biológica para não confundir mais ainda a criança. Sem contar que isso de ensinar “o que é mãe de coração” nesse contexto em específico pode é prejudicar o seu lado, vai que a avó gosta da ideia? kkkkk
Outra coisa que eu faria é conversar em privado com a avó. Falaria que ela é uma excelente avó, que admiro muito ela, mas que não faz bem para a criança ficar aprendendo coisas erradas desde o início. Perguntaria se ela gostaria que a mãe dela tivesse ensinado ao seu marido a chamá-la de mãe, não de vó! E com jeitinho assumiria que me sinto mal com a situação pelo simples fato de que, fora confundir, tira minha autoridade. Inclusive aproveitaria para pedir ajuda na criação da criança, do tipo: “ela não pode comer doce pelo motivo tal. Me ajuda?”, e assim por diante. Se você não pode afogar sua sogra, tente se unir a ela que será melhor para as duas. Sem contar que, ao pedir ajuda, ela se sentirá mais parte do processo, enquanto ficará com mais receio de “te desobedecer”, visto que você contou com a colaboração dela e fez um pedido direto e reto que acaba com o cinismo entre as duas “se fazendo de loucas na politicagem”. Entendeu a malandragem?! rs. Estimule o papel de avó e vá amansando a “véia” com calma, rs.
O importante é que você saiba que tem coisa que é melhor falar o quanto antes para não complicar mais na frente, sabe? E ainda dá para soltar um: “você é mãe como eu e me entende, tenho certeza disso!”, rs. Seja legal e educada, mas a coloque no lugar dela. Ao contrário do seu marido que parece ficar calado e por isso que a avó pinta e borda, toda vez que ela ensinar algo de errado para sua filha, corrija do jeito mais natural possível, mas corrija, inclusive na frente de todo mundo se for necessário, até para a sogrinha ver que o filho pode ser sonso, mas a nora não é não! E a depender da gravidade do erro, você pode inclusive dizer: “mas eu já tinha te pedido para me ajudar nisso, lembra?!” e a lembre que ela é sua aliada, não sua inimiga. Ser boazinha é uma coisa, ser boba e deixar outros assumirem as rédeas da sua vida é outra completamente diferente.
Tudo depende da forma como você fala, então, se você falar a verdade na educação, não tem nem motivos para ela ficar com raiva, mas sim sem graça e com vergonha do mico que ela está pagando. E se um dia ela fechar a cara, você pergunta na maior tranquilidade do mundo “O que houve? Eu estou ensinando algo de errado para a minha filha?”. Dá para fazer até cara de preocupada só para ver o que ela responde kkkkkk. Se ela tiver bom senso você, já sabe o que irá acontecer…
Ao mesmo tempo, seu marido pode te ajudar – e muito – nessa situação, mas para isso ele precisa entender “a gravidade” da coisa! Pergunte se ele gostaria que outro homem que não seja ele fosse chamado de pai pela princesinha dele. Tente colocá-lo no seu lugar e veja como ele se comporta. Explique também que tem coisa que é bom que ele fale, não você, justamente por ele ser sangue do sangue e para evitar brigas, sabe? Fale que ele tem que pensar na filha dele, que criar uma criança é algo muito sério, que não dá para cada um da família falar e explicar uma coisa: todos tem que entrar em um consenso em relação aos limites da criança. Do contrário, ela aprenderá a manipular e usar as pessoas para o que convier a ela, e isso não será nem por maldade, mas sim por inteligencia e um pouco de “malandragem humana” mesmo, rsrs. Por exemplo, se ela sabe que a avó dá chocolate na hora que ela quer, mas a mãe não, com quem ela vai querer ficar quando quiser chocolates? Ao mesmo tempo, se você também desse chocolates para disputar com a avó, o que aconteceria com a criança? Ela teria grandes riscos de se tornar não só uma criança extremamente mimada e chata, daquelas chiliquentas que quer tudo na hora, como também poderia sofrer de obesidade e demais riscos para a saúde dela. E por aí vai… Sem contar que vocês não irão querer ter problemas no casamento por conta disso, né?!
Seu marido precisa entender que isso é algo sério e que deve ser resolvido em prol de algo maior, e que não é à toa que a filha de vocês está dando tapa na cara das pessoas: na verdade e com todo o respeito, se ela continuar assim ela será exatamente aquele tipo de criança chiliquenta que disse no parágrafo acima! Sem contar que quando a criança é muito mimada, ninguém coloca a culpa nos avós: essa vai para a conta dos pais mesmo! Seu marido precisa aprender a bater um pouco mais de frente com a mãe – ainda que seja no respeito – e precisa entender que isso deve acontecer acima de tudo pelo bem estar da relação e da filha dele, não para gerar um mal estar gratuito. Crianças que foram muito mimadas na infância tendem a sofrer muito com a ansiedade, bem como frustrações e problemas de autoestima na fase adulta, justamente por não terem sido acostumadas com “não” e com as regras sociais. Às vezes dá dózinha impor limites e em certos casos a gente acha até “bonitinho” ou ao menos “sem maiores problemas” alguns mimos infantis, porém, quando ela crescer, vocês não acharão nada disso.
Boa sorte!