Leitora: Olá! Luiza, preciso de sua ajuda! Tenho 31 anos e namoro há 5 anos um rapaz de 33 anos. Tenho um emprego estável, pago as contas da minha casa, dirijo, tenho carro, viajo sozinha… Já o meu namorado é professor e dá umas algumas aulas e ganha pouco, não tem carteira de habilitação, não tem casa, nunca tem dinheiro para viajar ou ir a um local caro. Apesar de ser muito caseira, acabo me limitando para sair com ele pois nunca possui dinheiro. Não acho justo ir a um lugar e pagar sozinha. Sempre fiz questão de dividir tudo com outros namorados. Estou com um grande conflito atualmente, pois fui nomeada para um bom cargo em outro estado e ele se dispôs a ir comigo (nunca moramos juntos). Inicialmente, achei interessante e me deu uma maior segurança, pois estou com muito medo de começar a vida numa cidade em que não conheço nada e não tenho família. Apesar disso, tenho muito receio de que ele continue acomodado e eu acabe sustentando-o na nova cidade. A dúvida é se isso é uma visão machista minha ou realmente é demais um cara nessa idade ser tão sem perspectiva. Muitas vezes fico com raiva de ficar dirigindo quando saio com ele, ou de viajar sozinha pois ele não tem dinheiro para ir. O pior é que ele fala em casar, filhos… Estou muito em dúvida: tento acreditar numa mudança ou mudo de namorado?
Gente, não tem isso de machismo! O que acontece é que o seu interesse está diferente do dele. O seu é dividir tudo e o dele é que você banque kkk! Mas sinceramente? Isso é um pouco culpa sua também, que foi oferecendo milho pra galinha e depois ficou brava que ela gostou e se acomodou. Afinal de contas, quem é que não gosta de vida mansa? Se tem uma coisa que grande parte dos seres humanos não tem é ânimo pra labuta, aí você facilita com sombra e água fresca e ainda quer que ele se coce? rs. Vamos tentar mudar antes que o negócio comece a feder pro seu lado e você tenha que sustentar geral, inclusive os filhos que porventura vocês tiverem.
Primeiramente, professor pode sempre pegar mais aulas. Ele é daqueles que só trabalha meio turno? Se sim, já comece falando para ele trabalhar um turno inteiro. Fale que será bom para ele comprar um carro e demais coisas que aumentem o conforto e que isso será bom primeiramente para ele mesmo – o que é verdade! – depois para você. Fale que é perigoso – o que também é verdade – apenas você ter carteira de motorista e ele não. E se você ficar doente? E quando vocês tiverem filhos? Hoje em dia dirigir não é apenas uma questão de comodidade, é uma questão de segurança também.
Em relação ao emprego em outra cidade, se eu não gostasse MUITO dele eu ia sozinha, rsrs. Sei lá, não que seja proposital, mas a impressão que dá é que ele se aproveita um pouco da situação a favor dele. O que não teria nada demais desde que ele cuidasse da casa OU fizesse outras coisas que fizessem “ele valer” na praticidade da vida a dois, sabe?
“Ai Luiza, mas e o amor?”
O amor é lindo, mas todos nós temos que ter nossa utilidade para se casar e dividir uma vida, até porque casamento não é só amorzinho de um lado e chameguinho pro outro e qualquer pessoa com o mínimo de noção do que é a vida real sabe disso.
Se não tem como ele ganhar mais (com mais aulas ou alguma outra saída), que ele pelo menos faça algo para ajudar, né? Não é nem questão de você ser interesseira, mas sim que você é uma só e fica pesado levar tudo nas costas, concorda? Sem contar que se a tendência da maioria dos casais é piorar e se folgar cada vez mais com o passar do tempo, imagine ele que já começou folgado?
Eu sinceramente não levaria ele para morar comigo antes de ter uma conversa muito clara, direta e reta com ele, até porque, como “você já paga muita coisa”, se você não informá-lo, ele irá contigo para a outra cidade já esperando que você continuará pagando a maior parte das coisas. E ele nem estará de todo errado, né? Visto que é o que você sempre fez até hoje. Todo mundo se acostuma com o conforto, agora cabe a você tirar isso dele.
Inclusive, ao dar esse “se toca”, acredito que você estaria fazendo um favor para ele também: no começo ele poderá até ficar bravo, mas no futuro te agradecerá por você não ter deixado ele parado no tempo, nem ficar tão dependente de você. Não vejo nada contra você fazer mais coisa “x” do que ele, ou vice-versa: o maior problema aqui é que tem alguém achando que não tá valendo a pena – no caso você! Sendo assim, ou ele aprende a fazer valer a companhia dele, o que não deixa de ser uma prova de que ele se preocupa contigo e com o seu bem estar, ou realmente vai ficar difícil imaginar um futuro com o camarada.
Boa sorte!