Leitora: Olá, tenho um grande desafio: “o meu casamento”. Já tenho 6 anos que estou casada e de três anos pra cá tenho sofrido muito e cada dia mais. Durante minha primeira gravidez, separei de meu marido e fiquei sem a presença dele durante toda a minha gestação e quando minha princesinha nasceu, voltamos e dias depois ele revelou que havia outra mulher que estava grávida dele, e partir desse dia minha vida nunca mais foi a mesma. Ele disse que queria ficar comigo e minha filha e resolvi continuar, tentei perdoar, mas o filho dele é três meses mais novo que minha filha. Foi um baque pra mim, porque eu o amava demais. Hoje tenho três filhos… todo os dias luto contra mim para perdoar ele mas não consigo e cada dia que passa não sai da minha cabeça o que ele me fez.
Estou com depressão por conta de tantos problemas que tive, uma gravidez complicada com internações e minha filha tem que fazer controle por causa das crises de epilepsia. Ele é um grande pai e tenta ser um bom marido, cuida de mim e da nossa família, se dedica ao máximo… mas não posso dizer o mesmo de mim, quando fazemos sexo, não sinto nada e às vezes sinto até nojo dele, pelos pensamento que me vêm, tenho nojo até quando ele me beija mesmo sem estar grávida. Preciso de ajuda porque nem pra minha mãe tenho coragem de dizer tudo isso…
Gente, estou ficando assustada com a quantidade de homens que traem e engravidam outra e por isso pre-ci-so fazer um apelo: Mulheres, conversem com seus maridos. Sei que vocês pensam que eles nunca iriam trair etc, senão vocês nem teriam se casado com eles, certo? Porém, não custa nada conversar sobre camisinha com mulheres da rua. Eu sempre converso isso com os homens da minha vida, falo que pior do que ser traída, é pegar uma DST, né? Se papai do céu ajudar, ele nunca irá te fazer sofrer e te meter os cornos, mas mesmo assim essa é uma informação que precisa ser dada. Vejo que, devido ao fato de muito homem ser acostumado a transar sem proteção em casa, acaba levando esse costume para a rua também. Sei que eles alegam ser mais gostoso e blablaba, mas digam que se nascer uma couve flor na piroquinha deles, não vai ter nada de gostoso. Sem contar os filhos que, ainda que sejam um presente maravilhoso, tem que ser planejado em uma família o mais unida possível, né?
Agora posso continuar: Minha amiga, está na cara de que você não perdoou: tem nojinho dele, não quer fazer sexo e pensa nisso todos os dias. O que mais você quer para se dar conta de que você está forçando a barra e que não está no seu momento de perdoar? Eu no seu lugar explicaria para ele que quero perdoar (você quer, né?), só que não consigo. Pediria a ajuda dele para não me decepcionar mais e esperar mais um tempo para eu (tentar) me acostumar com a ideia. É claro que não teria garantia de perdão e tampouco você teria que fingir “estar bem” durante o processo, porém, será uma tentativa. Note que, por mais que você queira perdoar, o perdão não vem do “nada”, entende? Não é só dizer “perdoei e pronto”. Precisa – e muito – da colaboração dele no dia a dia. Entendo que ele já está sendo um bom pai e um bom marido, mas mesmo assim é necessário que ele conserve isso por um tempo, até você pegar confiança novamente. Explique que é como uma criança aprendendo a nadar: no começo ela pega confiança na água, depois entra com as boias, e só depois de um tempo que tira e perde o medo, entende? Ou seja, vocês ainda precisam passar por todo esse processo.
Outra dúvida que tenho é se você quer perdoar por você mesma ou por causa dos filhos que você tem com ele. Se for por causa dos filhos, cuidado: se ele é um bom pai, continuará sendo independente de vocês estarem juntos ou não. Sem contar que duvido que seus filhos iriam gostar de ver a mãe infeliz, sofrendo “só para manter a família”. Temos a mania de pensar que os filhos sempre querem os pais juntos, “custe o que custar”, sendo que na verdade é claro que eles querem uma família de “margarina”, mas não é a qualquer custo, né? A gente pensa que não, mas as crianças percebem o sofrimento do casal. Sendo assim, é legal pensar: será que meus filhos seriam mais felizes com a gente separado, cada um cuidando bem, porém no seu canto, ou vendo a mãe com aquele espírito pesado ainda que esteja junto ao pai? Pense bem: não adianta você transar e beijar sem vontade só “para não dizer que é solteira”, né? Eu no seu lugar me sentiria meio estuprada. Pode parecer exagero, mas é como eu me sentiria. Lembre-se que querer é uma coisa, conseguir é só dando tempo ao tempo (e aí vocês decidem se durante a tentativa continuariam dividindo a mesma casa ou não). O perdão é lindo, mas não é para todos. Se cobre menos, certo?
Boa sorte!