Mulher perfeita: magra, de preferência gostosa e com tudo empezinho? Nem sempre. Ainda que a “moda do bacon extra” só tenha feito sucesso efetivo no passado, quando demonstrava poder e status social (afinal de contas, a pessoa tinha $$ para se alimentar com “sustança” e de sobra), hoje em dia ainda existe quem ame as gordinhas.
Até aí, lindo, maravilhoso e tudo mais, né? Se não fosse a vergonha que muitos homens sentem em dizer que gostam, reações clássicas de quem se importa muito mais com a opinião alheia do que com a própria felicidade. Sem contar os sérios problemas de autoestima que essa pessoa costuma carregar.
Quem é ou tem uma amiga gordinha, já ouviu falar sobre pelo menos um desses casos:
Gosto mesmo é das gordinhas, mas as pessoas me zoam muito, bem como meus familiares. Nisso acabo ficando com uma magrinha mesmo.
Eu não ligo de você ser gordinha, mas sabe como é, né amor? Emagrece aí (e mais uma vez, pensa que não quer ser zoado por isso).
Homens bonitos, feios, gordos, magros e até mesmo instrutores de academia: nenhum escapa do gosto – ou até mesmo do fetiche com as gordinhas:
Ele: Morro de vontade de você, mas para mostrar para os meus amigos, você tem que emagrecer logo. Afinal de contas, você é linda – e deixa bem claro – de rosto.
Pergunta que não quer calar: Se ele gosta de gordinhas, por que fala que ela é bonita só de rosto? Resposta simples: porque como a sociedade em geral pensa assim, ele já se prepara para repetir a velha teoria também. No fundo, ele sabe que gosta, mas acaba se comportando como se não gostasse porque sabe que o pensamento comum vai contra o dele.
A menina fica triste, dá um sorrisinho amarelo, finge que não liga, mas quando chega em casa chora e pensa:
“Se ele tem vergonha por eu ser gorda, por que não arruma uma magra logo ao invés de ficar tentando me mudar?”.
Aquela velha frase do “me aceite como eu sou” costuma ser de gente egoísta, que quer que os outros mudem e a aceite, mas que não quer se mudar em nada. Porém, nesse caso da gordinha, faz todo o sentido do mundo.
Se uma mulher está gordinha, é porque de duas uma:
– Ela está feliz assim.
– Ela não consegue mudar.
Em qualquer uma das duas hipóteses, não vale a pena você se relacionar com uma pessoa já colocando poréns para se relacionar com ela: “se você emagrecer”, “se você mudar”; porque pode ser que ela nunca mude. Não se case com alguém colocando pré-requisitos para ter orgulho dela. Se case porque você gosta e assuma que gosta! Se case porque já sente orgulho (e tesão!), não porque você ainda está planejando sentir algo em um futuro distante. Vai ser bom pra você e vai ser bom para ela. Ninguém tem nada com isso e o maior problema está em você, que por baixa autoestima, deixa de viver momentos legais por conta de gente que no fundo não dá a mínima para você e para o que você vive.
E mesmo que alguém te zoe, pode ter certeza, um dia essa pessoa se cansa, e isso vai acontecer quando você impor respeito e eles verem que isso não te atinge, que você tem personalidade o bastante para “cagar” pra isso. Você vive bem e feliz, obrigada. Além do mais, se a sociedade fosse tão esperta e inteligente assim, não estaria na fossa que está. Correto?
E se você quiser mudar a “sua gordinha” por questões de saúde?
Mais uma vez: não se case com ela, pois pode ser que ela nunca mude. Você pode incentivar sim, mas acima de tudo, isso é algo que deverá partir dela, da própria força de vontade, que virá apenas quando ela “ver sentido na coisa” – e que pode ser que nunca aconteça. E acredite, se você transparecer ter vergonha dela, aí que ela vai comer mesmo: por tristeza, por conforto, por vazio.
No final, a regra é clara: aceite as pessoas como elas são. Se elas mudarem, “ótimo e tudo bem”. Se não mudarem, ao menos você não criou expectativas com algo que você nunca teve e que nunca prometeram que você teria. O principal é que isso é só a casca, que deve ser o suficiente para despertar o seu tesão enquanto durar a vida com essa pessoa. Você não precisa se decepcionar, nem ela. Combinamos assim?