Leitor: Olá Luiza! Bom, tenho 27 anos e tenho uma deformidade na caixa torácica chamada Pectus Excavatum e isto sempre afetou minha autoestima. Tenho condições para corrigi-la, mas meu médico foi muito categórico, aconselhando-me a não fazer uma cirurgia, dizendo que era só um problema estético.
Sou muito sociável, conheço várias mulheres e toda vez que tento algo a mais com uma, elas fogem depois de terem visto o meu corpo. Desde a adolescência foi assim. Fico desiludido em relação ao amor. Nenhuma sequer me dá uma chance. Eu me acho uma boa pessoa e inteligente, mas se você tem uma buraco no peito, não vale nada. Mas o problema não é este. Em 2009, fiz uma viagem para a Holanda com meus amigos e lá conheci um lugar chamado De Wallen, onde fica o Red Light District. Lá me relacionei com muitas prostitutas e até hoje eu não paro com isso. Virou um vício. Até adotei uma filha (sabendo que eu nunca teria uma família) para não me sentir sozinho. Foi uma alegria ter ela, mas ainda me sinto incompleto, sinto uma parte vazia em mim. Eu quero ter uma mulher ao meu lado, mas tenho medo de me magoar pela trilhonésima vez. Como lidar com isto?
Calma aí: e a questão da autoestima, o médico simplesmente ignorou? Entendi que para ele é apenas uma questão estética, e para você? Para mim faz toda a diferença não indicar uma cirurgia porque ela é de alto risco, de não indicar “só porque ele acha que é besteira”. Se te faz sofrer, se te faz perder qualidade de vida, é algo importante sim! Cada um com a sua dor e toda dor é válida quando a gente sente (filosofei agora kkk).
Sendo assim, eu no seu lugar procuraria opiniões de outros médicos, tipo globo repórter: qual é o risco de vida? O que eles podem fazer? O que eles acham da questão da autoestima? E por aí vai. Se eu tivesse grandes chances de morrer, eu não faria. Agora, se é uma cirurgia segura, com um médico capacitado, em um hospital capacitado (nada de fuleiragem e de economizar nessas horas, porque pode custar a sua vida), por que não? Eu sempre gosto de pegar várias opiniões quando o assunto é mais sério e se eu fosse você, faria o mesmo. Só não se esqueça de antes de se consultar, pesquisar na internet pessoas que tiveram um caso como o seu e que fizeram a cirurgia. Como está a vida delas? Valeu a pena? etc. Depois eu faria uma listinha de perguntas para não me esquecer de nenhuma e sairia toda serelepe pra mostrar para os profissionais. E se houver um médico especialista em casos como o seu, melhor ainda!
Quanto aos esquemas das prostitutas, não se preocupe tanto (só com a camisinha e a burocracia que você já sabe). O mais importante agora é a sua autoestima. Você não procura prostitutas como um problema em si, mas sim como consequência de um problema que, ao ser solucionado, automaticamente eliminará esse. É claro que 100% de autoestima ninguém nunca terá, mas tenho certeza que depois de procurar as opiniões médicas e aliar isso a um trabalho de terapia (procure isso também!), com o tempo você se sentirá cada vez melhor, mais seguro de si. E aí “pimbaaaa!!”, arrumar uma mulher será questão de tempo.
Uma última dica que te dou é, caso no fim você opte por nunca fazer essa cirurgia ou arrume alguém antes que ela aconteça, avise antes (do sexo) sobre o seu problema. Mostre alguma foto, sei lá, porque aí se for para a pessoa correr, já corre antes, não precisa de você enfrentar constrangimento na hora, né? Mas pode acreditar: nem todo mundo irá te discriminar e essa atitude valerá mais para o seu conforto psicológico mesmo. Todo mundo tem “defeito”, alguns no nariz, outros na perna, outros na cabeça (rsrs), só disse da foto para você se sentir mais seguro mesmo. Agora, se você achar que é melhor descobrir “na hora do vamos ver”, fica a seu critério também, vai da maneira que você se sentir mais confortável.
Beijos e aproveite o dia 🙂