Leitora: Bom dia. Bom, o meu caso é o seguinte, tenho 21 anos e minha esposa 24. Nos casamos há 2 meses. Ela ficou grávida, o pai colocou uma enorme pressão sobre o acontecido, a mãe, submissa a ele, não conseguiu criar nenhuma resistência. O resultado foi uma gravidez conturbada, com muitos problemas em casa, levando inclusive a tornar a gravidez de grave risco de perder o bebê. Não tive outra solução a não ser me casar, prezando por uma chance de salvar o bebê e o relacionamento.
Embora sua mãe seja submissa e só pense nela mesma, minha esposa não vê isso e tem uma dependência emocional da mãe. Todas as nossas discussões ela leva pra mãe, não desgruda, saio pra trabalhar e ela corre pra casa da mãe, conversa o dia todo com ela. Nas nossas brigas ela fala pra mãe dela tudo e diz que só a mãe dela a ama de verdade…
Já falei pra ela que, ou ela amadurece ou não vou mais aguentar viver nesta situação em que minha sogra não consegue deixar sua filha de 24 anos ser tratada como adulta, passando a mão na cabeça em todos os casos e pior, depois de tudo que fiz por ela, ser visto como um carrasco. Isto só se manifestou desta forma intensa alguns dias antes do casamento.
Trabalho e estudo, sou bem resolvido, não tenho o maior receio de ficar sozinho, amo ela e resolvi fazer o melhor sempre pra nossa relação, porém, estou disposto a terminar o casamento brevemente e retomar minha vida se algo não mudar!
Se você nunca traiu sua esposa nem bateu nela ou algo semelhante, não vejo o porquê de sua sogra te ver “como um carrasco”. Porém, entendo que é complicado às vezes só ter uma briguinha de nada e sua esposa sair contando e, quem sabe, até aumentando tudo (no calor da emoção kkk) tal como muitas pessoas fazem por aí. Porém, a solução final parece ser muito simples, OU muito complicada. Tudo dependerá do seu ponto de vista.
Vejamos os pontos:
Entenda que criação materna é uma das coisas mais sérias que existem. Se ela cresceu ouvindo da mãe que “só ela a ama”, “que amor de mãe é o mais sincero do mundo” e blablá, será difícil ela tirar isso da cabeça – até porque não deixa de ser uma “meia” verdade. Porém, nisso você pode sabiamente dizer que amor de mãe não tem nada a ver com o amor entre marido e mulher, e que sendo assim, é simplesmente impossível ser medido. Se mesmo assim ela pestanejar, pergunte por que então ela se casou e não ficou na casa da mãe até hoje, visto que deve ser chato viver sem se sentir amada e segura… Diga isso no tom mais leve e bem humorado possível. Diga isso com a ideia de fazê-la refletir, ou quem sabe, até mesmo sorrir (ou ficar sem graça?) com a situação. Ou melhor, pergunte se ela gostaria que você ficasse o tempo inteiro duvidando do amor dela e contando as intimidades do casal para amigos ou demais pessoas que você julga serem “confiáveis”. Faça-a entender que, por mais que ela confie em um terceiro, todo mundo gosta de ter privacidade, inclusive você!
Outras perguntas possíveis para um debate positivo:
“Se não te amo o suficiente, por que você acha que me casei contigo? Sendo que o casamento implica “viver de certa forma por alguém?“.
“O que eu te fiz para parecer tão pouco confiável assim?“.
“Por que você acha que não somos capazes de resolvermos nossos próprios problemas sozinhos?“.
Faça-a perceber que todo mundo tem seu valor e seu lugar social, e que ficar comparando o ovo com a galinha é apenas uma atitude imatura e egoísta. Diga inclusive que não quer que ela faça isso com os filhos de vocês, visto que tal comportamento gera competitividade e insegurança entre ambas as partes.
Por fim, eu a lembraria que, sem querer, ela pode acabar fazendo a sogra “te odiar” – coisa que seria péssimo, inclusive para ela mesma. Ou será que ela não se importaria se, com o tempo, você passasse a odiar ir para a casa dela e eventos de familiares? Tudo isso por medo de ser olhado com cara torta ou até mesmo de ser julgado? E o “pior”, com razão e por culpa dessas fofocas que, no fundo, ela sabe que nem todas foram realmente necessárias? E se foram, por que ela não pediu o divórcio então?
Se o papo estiver pegando fogo, ainda rola perguntar se ela não se preocupa até mesmo com a saúde da própria mãe, já que fica levando tantos problemas assim pra ela. E por que ela não tenta, justamente por amá-la, fazer programas mais agradáveis e saudáveis para ambos os lados? Afinal de contas, imaginamos que a mamis também tem os problemas dela para resolver e precisa de um descanso né…
Em suma, sua esposa precisa pensar no outro lado. Se ela conseguir fazer isso, desde que seja minimamente madura e goste minimamente de você, tenho esperanças deque dará certo! E se no fim nada desses argumentos – adaptados por você, claro – funcionarem, eu juntaria as duas e conversaria numa boa. Tipo “poxa sogrona (não a chame de sogrona kkkkkkk), eu preciso que você me ajude a fazer sua filha a crescer e a ser uma mãe de família. A senhora já se casou e sabe que o casal precisa crescer junto, porém, você precisa confiar que sua filha também é capaz de tomar decisões, inclusive ao ter se casado e na vida a dois comigo. Ou a senhora seria mais feliz caso nós dois nos separássemos?
Emparede a “véia” se precisar também. E por mais que essas minhas dicas pareçam um tanto quanto ousadas, acredito que é isso ou nada. Quer dizer, sempre rola a opção de você parar de reclamar e viver feliz como está, né….
Boa sorte!