Leitora: Oi Luiza, gostaria de dizer que adoro seu blog. Tenho 28 anos e atualmente estou finalizando meu doutorado. Estou me sentindo sozinha, desprovida de intelectualidade e interessante perante a mim e aos outros. Durante anos me sentia completa, nunca senti falta de ter algum relacionamento amoroso, pois tinha grandes amigos ao meu redor na faculdade, que obviamente com a vida pós-faculdade nos distanciamos por necessidade, mas no fundo imaginava que seria bom namorar e conhecer alguém, entretanto, todos os pensamentos neste sentido ficavam apenas na idealização e eram reconduzidos para os estudos e amigos.
Esqueci de dizer, nunca sequer namorei ou fiquei com alguém, tive oportunidades para tal, mas reconheço que algumas vezes tive medo, alguns casos eram boas pessoas, mas não sentia atracão por ela e outras eram roubada mesmo (tinham namoradas). Preciso sentir algo pela pessoa para pensar em algum envolvimento, mas quando acontece, não sei como agir por timidez.
Há alguns anos, comecei a sentir vontade de sentir como é ter alguém ao meu lado, namorar, sentir aquele frio na barriga por alguém simplesmente ao segurar minha mão, sempre fui romântica, entretanto sou muito tímida e crio uma barreira invisível e involuntária em relação a aproximação das pessoas quando vejo um grande interesse em mim. Gostaria que me ajudasse a tentar melhorar nesta questão afetiva, pois sinto uma enorme pressão sobre a minha vida afetiva aos 28 anos, mesmo sabendo que podemos ser felizes e realizadas sozinhas, isto entretanto está afetando meu desempenho nos meus estudos.
Para chegar aos 28 anos sem nunca nem ter beijado alguém (apesar da sua vontade), recomendo de verdade que recorra a um acompanhamento para perder essa sua timidez. Veja a diferença entre conselheiros, psicólogos e psiquiatras. Porém, se tiver condições financeiras ou até mesmo um plano de saúde, tente conciliar mais de um acompanhamento/hobby/terapia, que podem ser inclusive, um curso de teatro ou de circo também. Estas são excelentes opções para quem anda assim, meio travada na vida – tal como você está.
A boa notícia é que, ao contrário de muitos problemas aqui do site, a resolução do seu dependerá única e exclusivamente da sua força de vontade e atitude. Só não desista de você mesma. Muito menos pense que você é burra, até porque cá pra nós, não que formação acadêmica garanta inteligência, mas com um doutorado nas costas, se achar desinteressante e desprovida de intelectualidade é forçar demais a situação pra se colocar pra baixo, né?
Outra questão é que, como tudo na vida, às vezes seu corpo/mente só estão te pedindo por um namorado agora (ou seria namorada? Não entendi bem, mas tanto faz). Antes você não queria/não sentia falta e está tudo bem. Agora, é só ter:
1- Paciência;
2- Se lembrar que, se você já conseguiu sobreviver sem uma pessoa até hoje, é porque ainda é possível curtir a vida enquanto ninguém de interessante chega.
Se é assim, te resta dar uma passo por vez para alcançar esse seu mais novo objetivo, entre outros tantos que você ainda terá na vida.
Sem contar que, não é porque você é do mundo dos estudos que você também não poderá se jogar nos hobbies dessa área. Muito pelo contrário, você poderá frequentar oficinas, cursos de escrita, etc – desde que, claro, frequente os mesmos ambientes, porém, sendo uma serumaninha cada vez mais diferente = menos tímida e mais resolvida com você mesma. É claro que até no doutorado dava pra ter encontrado outro love, mas como você não encontrou, ficam essas outras tentativas também, né?
Em paralelo a isso e ainda que pareça um pouco contraditório, tente também pensar se você não estudou demais e ficou “parada” no tempo.
Digo isso porque já fui bem vagal, porém, também já fui bem nerdona de só estudar e pegar pesquisas, uma atrás da outra. Tudo isso a ponto de sair bem menos e achar que “geral” atrapalharia meus estudos. Nisso, não fica difícil concluir que a gente sempre acaba prejudicando alguma outra área quando não conseguimos seguir o famoso caminho do meio.
Ou se você topar ser um pouco mais ousada, quem sabe até mesmo o caminho do 80 nesse seu caso em específico, visto que se entregar ao ridículo em um curso de circo, por exemplo, não sairia nada mal para quem precisa urgentemente de desafios contra a timidez e ainda estaria em um ambiente aberto a isso.
Quanto à sua exigência vs romantismo, acho que você tem mais é que ser exigente mesmo. Afinal de contas, apesar de dar medo, não tem coisa melhor do que beijar/transar com alguém que desejamos por tanto tempo, né? É como disse esses dias no meu instagram: amar é de fato um ato de coragem, mas que sempre vale a pena pra quem é guerreiro kkkk.
Só não espere um grande romance dos seus ficantes, ainda que o frio na barriga possa e deva existir. É sempre um passo por vez, lembra disso =)
Quanto ao se achar desinteressante, isso se limita ao seu intelecto ou também à sua aparência?
Se sim, procure cursos de maquiagem, de estilo, academia. Sei lá, qualquer coisa que, quando você olhar no espelho, te faça se lembrar que você precisa daquilo sabe? Não que a vida seja apenas aparência, porém, todos nós sabemos que quando nos garantimos fisicamente, fica também bem mais fácil conversar, rir, contar piadas e tudo mais aquilo que acaba ajudando – e muito – contra a timidez. Afinal de contas, ser como você é também tem muito a ver com não confiar em si e no que você tem a oferecer, né?
Você dá conta e até amanhã,
Lu