Esses dias o comentarista Zé – que mora há anos no Japão – fez algumas observações tão interessantes e relevantes, que entrei em contato com ele afim de poder aperfeiçoar tudo para um post. Felizmente ele autorizou e aí fica mais esse aprendizado cultural para nós =)
1- Sexo
Esse tema é meio difícil de ser debatido, porque os japoneses não falam sobre esse assunto – nem com os amigos!
Até onde eu sei, manter a virgindade para se entregar àquele príncipe encantado não é algo tão importante como é para as mulheres no Brasil. Desconfio que, geralmente, elas têm a primeira experiência aos 17~19 anos, porque já rola sexo no primeiro namoro e, em geral, boa parte dos jovens têm namorado(a) com 17 anos.
A família desses jovens sabem que, se os filhos já estão namorando, é porque já está rolando sexo. Não tem aquela cobrança dos pais sobre esse assunto como tem no Brasil, além de não ser um assunto discutido na sociedade japonesa.
Método de prevenção é a camisinha masculina. Existe o uso dos anti-concepcionais, mas isso ainda é um tabu e bem pouco usado comparado com outros países. Não sei se por medo dos efeitos colaterais ou falta de informação passada dos ginecologistas aos pacientes.
Quando acontece uma gravidez, ou o casal se casa, ou a mulher aborta. O aborto é legalizado por aqui.
2- Traição
Existe isso aqui tb! kkkk
Às vezes a sociedade faz vista grossa: geralmente a mulher sabe que o marido está traindo e as esposas fingem que não veem. Se pegarem a traição, não tem barraco, pois até para brigar o povo aqui é discreto! A mulher também pula cerca, mas sempre na discrição!
3- Casamento
Em geral, os japoneses se casam um pouco tarde se comparado aos brasileiros. As mulheres normalmente se casam entre 24~26 anos e, para muitas, a idade ideal para se casarem e terem filhos é aos 26 anos. Uma mulher ter filhos depois dos 30 é considerado muito tarde.
Às vezes elas se espantam quando veem uma brasileira de 43 anos com filho de 3 anos!
Quando o casal se casa, eles compram uma casa, um carro zero e logo já tem os filhos.
Quando nascem os filhos, a vida sexual entre o casal cai muito e às vezes já nem existe mais.
Alguns japoneses onde eu trabalho dizem que não fazem mais sexo com as esposas, e outros dizem fazer sexo uma vez por ano, isso na faixa dos 40~55 anos!
Os motivos são muitos. Às vezes, as esposas já não querem sexo ou os maridos chegam em casa e enchem a cara de saquê. Outras vezes o sexo foi só para terem filhos. Sexo definitivamente não vem em primeiro lugar na vida dos japoneses.
Outra coisa que acaba influenciando nos relacionamentos e nessa falta de sexo é o fato do homem japonês ser viciado em jogos. Aqui existe tipo uma casa de jogos chamada de “Pachinko”. Muitos maridos vão e deixam as esposas em casa. Algumas mulheres também frequentam essas casas de jogos.
4- Japoneses gostam de álcool
Tanto o marido como a esposa bebem em casa à noite e isso é normal.
Homens casados e solteiros frequentam alguns bares que são chamados aqui de “Sunaku”. Esses bares têm atendentes que são chamadas de “Hostess”, que servem aos clientes, além de bebidas, a própria companhia, sendo normal o japonês pagar para conversar com essas mulheres. Não são casas de prostituição, mas alguns clientes acabam tendo relacionamento fora desses bares com estas Hostess e acabam virando amantes.
Deixando claro que nem todas que trabalham de Hostess se prostituem ou viram amantes, essas profissionais são para conversar com os clientes. Geralmente elas são filipinas, japonesas, russas, romenas ou brasileiras.
5- Japonesas são relativamente tranquilas em relação à traição
As esposas não se preocupam se os maridos frequentam esses estabelecimentos. Ciúmes quase não existem, mas quando fico sabendo de casos de ciúmes é porque saiu na mídia, acabou num assassinato ou em agressão.
Os japoneses, em geral, são frios, sendo poucos que demonstram sentimentos. Isso inclui tanto homens quanto mulheres.
Não beijam, não abraçam e nem dizem “eu te amo” em público.
6- Esposa como tesoureira e cuidadora da família
O dever da esposa é cuidar da casa e dos filhos. Se o marido for filho único ou o filho mais velho, a esposa deve ajudar o marido a cuidar do sogro e da sogra quando estão velhos, pois o filho mais velho herda todos bens dos pais e, assim, deve cuidar deles quando estão idosos!
A esposa ainda se torna a tesoureira das finanças da família, ou seja, toda a grana do marido fica nas mãos dela. O marido recebe tipo uma mesada, e isso, dependendo do acordo entre os dois, é uma mesada diária ou mensal. Por exemplo: o marido ganha 3000 reais, então a mesada seria algo como 300 reais por mês ou 5 reais por dia.
7- O marido é responsável pelo dinheiro da casa
O dever do marido é trabalhar e trazer o dinheiro para casa. Nem pense que se ele estiver com dor de cabeça ou uma dor de barriga ele vai sair do trabalho para ir para casa. O homem não pode mostrar fraqueza. Quando ele chega em casa, não precisa fazer nada, sua roupa está limpa, a banheira está com água quente e sua comida está pronta no prato, junto com seu copo de saquê. Em casa o marido é Rei e no trabalho é Robô escravo das empresas.
Você pode pensar que as japonesas se sentem exploradas, mas não, muitas preferem casar e cuidar da casa do que ficar nas empresas se matando nas linhas de produção das fábricas. Trabalhar em fábricas aqui é bem cansativo.
Quando o salário do marido não é suficiente, aí sim elas saem para trabalhar.
8- Relacionamento
Se os casais são felizes? É uma pergunta difícil de responder, porque cada cultura pensa diferente.
Eu já tive a chance de me relacionar com japonesas, mas não quis. Prefiro mulheres carinhosas, já que eu sou um homem carinhoso, e achar uma japonesa assim é difícil! Não vou dizer que não existem exceções, porque existem sim.
Eu já tive amigos que namoravam japonesas, elas até aprenderam português.
9- Japonesas amam brasileiros?
Geralmente, quando uma japonesa namora um brasileiro e eles terminam o relacionamento, ela começa a namorar outro! Elas percebem que os estrangeiros são mais carinhosos e isso elas não vão encontrar num relacionamento com um japonês.
Não dominar o idioma acaba reduzindo a chance dos brasileiros se relacionarem com os japoneses – além da forma que a sociedade leva os seus relacionamentos, sendo totalmente diferente de nós, brasileiros. Não vou entrar no mérito sobre a sociedade japonesa, porque é cultural.
Vamos falar agora de alguns motivos dos relacionamentos dos brasileiros aqui muitas vezes acabarem em merda:
1- Por duas décadas os brasileiros se relacionavam apenas com brasileiros, porque era mais fácil pelo idioma e por serem da mesma nacionalidade.
2- No Japão o custo de vida é alto e, por esse fator, muito casal começava a se conhecer e, se fosse um com a cara do outro, já ia morar junto mesmo sem conhecer direito a pessoa. Acontece até de o casal se conhecer hoje e, uma semana depois, já estar morando junto, pois isso ajuda a reduzir os gastos com moradia, por exemplo.
10- A carência
Agora o ponto crucial dos problemas que leva alguns brasileiros a fazer tanta besteira: a carência. O que mais vi foram brasileiros(as) carentes, com medo de ficarem sozinhos, etc.
Tudo isso levou a criar uma sociedade brasileira no Japão, a qual se forma casais que vão morar juntos com pouca afinidade e, se não tem amor, não tem respeito, e sem respeito começa a traição.
Entre 1990~2005 aconteceu algo que deixou bem explícito uma coisa que no Brasil já tem bastante, que é o fato das garotas brasileiras escolherem o cara pelo carro que tinha. Nunca vi tanta mulher interesseira por metro quadrado, rs. Então, um homem sem habilitação e sem carro esportivo era invisível, ou seja, eu kkkk
A diferença de estar no Brasil é que vocês têm opções de escolha e, mesmo assim, tem gente que reclama que está sem opção. Às vezes aqui no blog aparece gente reclamando que não arruma ninguém, etc. Isso morando em cidades com 50~100 mil habitantes. Agora compare com o Japão numa cidade de 50 mil habitantes japoneses e com 100 brasileiros. Suas opções de escolha são reduzidas ao extremo!
De 10 anos para cá, os brasileiros já se relacionam com outras nacionalidades, só não sei isso vai melhorar ou piorar a vida deles. Não estou dizendo que não existem famílias felizes aqui, mas se for fazer um cálculo de 10 casais formados, só 1 ou 2 dão certo.
Se você pensa que rola a mesma coisa aí, até pode rolar, mas aqui a proporção é muitas vezes maior e é isso que espanta.
************************
Assista também: Reagindo aos programas bizarros japoneses