Leitora: Tenho 42 anos. Queria me casar. Ter filhos. Fiz tudo isso aí que dizem… não me desesperar, não escolher demais nem de menos, fiquei na minha, mas investi quando senti que era necessário. Gostei muito da minha própria companhia. Resultado: homens que não quiseram ficar, nenhum relacionamento duradouro e meu sonho de família e maternidade indo pro ralo. E aí?
Planos, planos, planos.
Sou uma pessoa planejadora e não me sinto bem quando não tenho objetivos bem claros pra mim a curto, médio e longo prazo, mas o que faço quando meus planos não acontecem conforme objetivei?
Fico triste e me entrego ao fracasso? Não, mudo de plano e refaço os meus traçados.
Existe um padrão na sociedade e esse padrão compreende namorar, casar, ter filhos, netos, aposentar-se e morrer (de preferência morrer sem dar nenhum trabalho aos herdeiros). Tudo isso sem reclamar e propagando aos sete ventos que esse quadradinho esquematizado é o melhor do mundo.
Só que não são todos os que se encaixam nos padrões sociais e é por isso que temos muita gente frustrada e depressiva, pois acabam assumindo papéis que não lhe servem.
Muitos não têm o perfil para casar e se casam de tanto que a família enche o saco.
Muitos não têm o perfil da paternidade/maternidade, mas cedem à pressão familiar e colocam filhos no mundo quando no íntimo não era bem isso que queriam.
Para as mulheres, as pressões são extremamente maiores e isso vai dando uma mexida na cabeça, pois sabemos que existe o relógio biológico que não obedece nossa vontade.
Eu não sei os motivos dos seus relacionamentos não terem durado e cabe somente a você fazer um retrospecto e analisar o que houve, sendo assim, procurar um profissional pode ajudar nessa jornada de autodescoberta, porém, a única coisa que posso dizer para o seu “E aí?” é: MUDE DE PLANOS.
Você quer MUITO ser mãe? Você tem duas opções: adotar ou partir para um projeto solo, seja ele engravidar de algum amigo ou partir para a inseminação artificial.
Quanto ao casamento, só posso lhe dar algum alento ao dizer que conheço muitas mulheres da sua faixa etária que só têm marido para bancar o padrão de vida e para reclamar dele. É uma miséria afetiva gigantesca, onde duas pessoas vivem a solidão a dois, por isso, a velha frase ainda cai bem: antes só que mal casada.
E por favor, não caia na armadilha das redes sociais, babando por famílias margarinas que NÃO EXISTEM NA VIDA REAL. Lá, ninguém posta que gritou com a criança e teve vontade de largar tudo e ir embora. Ninguém tira foto do arroz e ovo do almoço ou que não conversa com a esposa há três semanas. Livre-se das cobranças desnecessárias e torne-se uma pessoa mais leve.
Continue curtindo a sua própria companhia e pense assim: até as pedras mudam quando as intempéries as atingem, portanto, não se torne uma pessoa rígida e presa a planos do passado, adapte a sua realidade e seja feliz com o destino que você mesma traçou.
Boa sorte.