Leitora: Namorei durante 3 anos com um rapaz, eu tenho 29 e ele 25 anos. O relacionamento era ótimo, tínhamos gostos parecidos e as famílias adoravam. Um dia mexendo no celular dele, encontrei conversas altamente suspeitas e de cunho sexual com outro rapaz. Pressionei-o e ele me falou que procurava outras pessoas na internet porque precisava conversar sobre um problema que ele tinha e admitiu que sentia atração por crianças, apesar de ter jurado que nunca aconteceu nada com nenhuma. Pressionei-o mais um pouco e ele admitiu que teve dois encontros com esse rapaz (adulto e garoto de programa) que o conheceu em um banheiro público, onde foi em busca de sexo casual. E admitiu que depois foi pra um motel com esse rapaz, mas que em ambos os encontros só aconteceu sexo oral. E falou que já tinha tido outro encontro em banheiro público com desconhecido que o masturbou. Também falou que trocava vídeos e fotos com as pessoas na internet há cerca de um ano. Achei-o nojento, terminei o relacionamento e até mudei de cidade, pois tinha acabado de mudar de cidade para ficar junto dele. Ele iniciou a terapia e diz que agora percebe o quanto foi terrível tudo que fez e implora que eu o perdoe. Fico muito dividida, porque o amo e tínhamos muitos planos juntos, mas não conheço essa pessoa que ele realmente é, além do medo de que aconteça de novo e ter que passar novamente pela sensação de ser mulher e ser trocada por um homem.
Olha minha amiga, por mais que ele faça terapia, existem coisas que não são tão simples assim, a começar pela orientação sexual dele e depois pela atração por crianças. Vamos conversar sobre as duas coisas por partes:
Primeiramente, você se importa dele transar com homens? Porque sinto te informar, mas não acredito que ele pararia tão facilmente, ainda mais pra quem já chegou ao ponto que ele chegou, em que nem exigir muita coisa exige e já saiu transando até em banheiro público e com estranhos. Ou seja, bloqueios e limitações zero, né? Parece até algo meio fetichista-animalesco, sabe? Sem contar que ele não parecia disposto a te contar caso você não tivesse descoberto, e sabe-se lá o que você ainda não descobriu e que por isso ele ainda não te contou…
O lado bom dele é que ele foi relativamente sincero, coisa que, mesmo na pressão, nem todo mundo consegue ser. Porém, nesse caso não ajuda muito no final nas contas, visto que o problema parece ser muito mais sério do que “apenas se arrepender e não querer fazer mais”. Parece ser algo maior do que ele, e pior do que isso, não sei até que ponto ele se sente 100% errado ou apenas intimidado pelo medo de te perder e por você ter descoberto. Daí pelas costas…
De qualquer forma, quem dera se todo mundo que sente atração por crianças (nesse ponto acho que ele se sente realmente errado) fosse sincero como ele foi contigo, visto que é só assim para, quem sabe, ele nunca cometer o ato (procurar terapia, etc..). Mas mesmo assim, acho muito arriscado confiar nele. Não que seja justificativa (porque obviamente não seria), mas será que ele já foi abusado sexualmente? Possui algum trauma de infância? Enfim, existem pesquisas nesse sentido e só com muita conversa, terapia – e quem sabe até mesmo hipnose – para ele entender toda essa promiscuidade sem limitações dele. Lembrando que promiscuidade não tem nada a ver com orientação sexual….
Você que sabe o que é melhor pra você, porém, se estivesse na sua pele, agradeceria a clareza, mas assumiria que é muito pesado para mim. Poderia continuar amiga, mas relacionamento amoroso nunca mais: teria nojo mesmo, bem mais do que o que você teve, a ponto de nem amar mais, sabe? E claro, fundamentalmente, daria força para que ele nunca deixe o acompanhamento. Por fim, continuaria em outra cidade e abriria o coração para outras pessoas, visto que o distanciamento ajuda no esquecimento.
Até amanhã,
Lu