Namoro a dez meses, meu namorado tem 18 anos e eu 22. Ele não se expressa e fala muito pouco a cerca de qualquer assunto. Até pra sairmos sou eu quem decido. Ele faz a mesma faculdade que eu e no mesmo lugar. Sou protestante e nunca transei com ele, nem com ninguém. Quero, mas não sei se devo. Porque sinto que não o conheço o bastante. Ele sempre tenta me agradar e me respeita muito quanto a decisão de nos conhecermos melhor antes de transar. Às vezes sinto que não sei o que ele quer e como agradá-lo, visto que ele não conversa comigo. E por vezes quanto se chateia com alguma coisa é uma amigo em comum que me dá um toque ou ele me dá indiretas que não ficam bem explicitas. Nunca brigamos, embora ache que isso possa levar a tona o que eu penso e ele também. Ele mora em minha cidade durante o semestre e quando estamos de férias vai visitar sua família e amigos. Já me chamou. Mas me sinto em um impasse, pois meus pais são muito conservadores e não permitem (ainda dependo deles).
O que realmente quero é que ele se expresse melhor, converse mais para poder conhece-lo melhor e decidir se realmente quero dar mais um passo em relação ao sexo.
Parece que o principal problema no seu relacionamento é a falta de diálogo. Sabendo disso, o primeiro passo que você deveria dar era sentar com ele e expor sua insatisfação em relação a esse comportamento deveras silencioso. No entanto, tente não fazer isso de forma muito incisiva, pois, a depender da forma como ele encarar a questão, poderá se sentir acuado, tornando-se mais arisco do que já é. Procure introduzir o tema de forma carinhosa para que ele se torne mais aberto ao que você tem a propor, sem criar resistências que possam vir a frustrar sua empreitada. É importante que você escolha um momento que considere ideal para abordar o assunto, tal como quem sabe carinhosamente convidá-lo a deitar a cabeça em seu colo, fazendo-lhe um cafuné a fim de sutilmente começar a trazer o assunto à tona.
Agora, fazer a linha mais caladão parece-me ser uma característica inata ao seu namorado e isso pode dificultar um pouco as coisas. Diante disso, é importante, desde já, você ter em mente que não tem poder algum de mudá-lo. Tudo o que você pode fazer é expor o que sente e observar se, através disso, ele adquire a consciência de que precisa mudar e a partir daí realizar alguma mudança. Afinal, quem ama se sacrifica, e esse seria um outro meio de você avaliar os sentimentos dele por você. Também é importante que, depois de conversar com ele sobre isso, você estabeleça um tempo razoável para verificar se ele está disposto a mudar pelo bem da relação, e caso mude, se persistirá na mudança. Sim, porque existem pessoas que mudam não porque adquiriram a consciência de que tem que mudar, mas para agradar o outro; voltando depois de um tempo a ter o mesmo comportamento de outrora. Sendo assim, é interessante estabelecer esse tempo para que você não fique se iludindo esperando por uma mudança de comportamento que talvez nunca ocorra de forma efetiva.
Já que seus pais não a deixam viajar sozinha com ele no período das férias de faculdade, por que não sugere a ele e a sua família quando houver um feriadão, viajarem para casa dele? Vocês já têm dez meses de relacionamento e, com esse tempo, é natural que você queira conhecer a família dele. Ademais, que enxergo nessa “visita” uma ótima oportunidade de você poder conhecer melhor seu amado; vez que no seio da família, ainda mais em caráter de visita, será mais fácil colher algumas informações sobre a vida dele (tem sempre um parente que acaba soltando alguma coisa) que talvez seja interessante você saber, e se não for, ao menos já será alguma coisa que você conhecerá sobre ele, já que você demonstra saber quase nada sobre seu namorado.
Caso seus pais apresentem alguma resistência em relação à ideia, diga que isso é importante para você e que deveria ser para eles também, já que conhecendo a família dele, eles teriam uma boa noção de quem é o rapaz com que a filha deles namora – todo pai e mãe que se preze se preocupa com a procedência do genro, e nada melhor para conhecer isso do que saber a origem, que no caso aqui é a família. Se mesmo assim não der certo, peça, caso ainda não tenha, o telefone convencional da casa dele para que você possa ligar quando ele viajar para lá, e quem sabe você não acaba sendo atendida por algum parente curioso que queira puxar papo contigo (risos)…
Penso que esse ainda não seja o momento mais adequado para transar com ele, pois, para isso, é importante que se tenha alguém em quem possa confiar, sobretudo em uma primeira vez. Além disso, meninas virgens, ao menos a maioria, precisam ter um parceiro em quem confiem para ter a primeira relação; já que esse é um momento que, por si só, traz consigo algumas inseguranças. Então, é muito importante confiar no parceiro a fim de atenuar as incertezas que o próprio momento em si inspira.
Se depois de conversar, você perceber que a reação dele não foi muito receptiva, e que dentro do tempo razoável que você estipulou ele não mudou – ou se mudou, não manteve a mudança necessária -, o melhor mesmo é que você repense essa relação; pois quando uma das partes se nega a cumprir o básico que se pode esperar dentro de um relação, é porque, de fato, pode não haver nada para salvar, nem no que insistir.