Leitora: Olá, estou sem saber o que fazer, preciso de um conselho. Sou casada há 16 anos, tenho 29 anos e tenho 3 filhos, mas com passar do tempo, fui desgostando do meu marido, ele não valorizou quando eu o amava, depois que ele acordou foi tarde. Hoje ele é louco por mim, mas eu não amo. Conheci um homem 17 anos mais velho do que eu e faz 5 anos que somos amantes. Não larguei do meu marido por medo de enfrentar a vida sozinha, ele foi meu primeiro namorado e também pelos meus filhos, só que faz uma semana que descobri que estou grávida do meu amante, estou feliz por estar grávida da pessoa que amo e triste porque não sei o que fazer, não sei se conto que trai e me separo, ou me separo sem falar nada, ou aborto meu filho, mas não é o que eu quero. Eu já contei pro meu amante, então ele mandou eu decidir o que fazer. Ele já me comprou o remédio para o aborto, o que eu faço, como vou arrumar emprego grávida, as pessoas e minha família vão me julgar.
Entendo que sempre rola um comodismo e um medo de terminar um relacionamento que durou longos anos, ainda mais quando têm filhos na jogada, porém, o que será que falta para você se tocar que você está levando anos da sua vida no medo e na covardia?? Você já não ama mais o seu marido, aí trai. “Ok”, só que ai você trai e não usa camisinha. Daí engravida, aí o seu amante “apoia” caso você decida abortar, daí você tem medo do julgamento da família, só que nunca pensa nos seus atos entende?
Primeiro de tudo, você tem que tomar uma decisão baseada no que é certo, não nos seus medos. Você tá que nem cego em tiroteio indo de um lado para o outro e motivada apenas pelo medo de perder algo que nem é tão grande coisa assim (o marido que você nem ama, etc). E em relação aos seus filhos, falaremos mais deles adiante e vai dar tudo certo – porque esse vínculo nunca será cortado.
Acredito que abortar não seja uma opção, não só porque você não quer, como também porque, pelo menos ao meu ver, não é o certo a se fazer mesmo, né? Sei lá, acho que você já passou do limite do bom senso fazendo uma caquinha atrás da outra e espero que “matar” uma criança não seja mais um preço a se pagar pela sua covardia em não querer ser julgada e por isso sair prejudicando terceiros, entende? Fora a criança que está para nascer, acredito que o seu marido também não merece ficar com uma mulher que ama outro, e nem você merece ficar com um homem que você não ama!
Pare de enrolar e dê logo um jeito na sua vida. Sem essa de ter medo: agora é enfrentar, enfrentar, enfrentar e vencer, sem precisar prejudicar muito os outros e nem você mesma. No ponto que as coisas já chegaram, sei que uma mancha ou outra ficará nessa história, mas concorda que quanto mais você demorar para se decidir, mais manchas terão?
Eu no seu lugar terminaria meu casamento por pensar que já chegou a um ponto em que eu não teria outra escolha, visto que EU no seu lugar não abortaria a criança, não só porque amo o pai dela, como também porque sou absolutamente contra o aborto (salvo em caso de estupro, etc). Depois que, visto que minha barriga iria crescer, acaba sendo um incentivo a mais para me agilizar. Eu também procuraria força em pessoas da família que sei que me amam e que apesar dos pesares e mesmo que me dessem uns puxões de orelha, me ajudariam a sair dessa.
A única coisa que concordo contigo, é a ideia de não contar para o seu marido que você tem um amante, muito menos que está grávida dele. Sei que os politicamente corretos vão discordar de mim, mas no seu caso em específico, fazer o que tem que ser feito na “miúda” é melhor, até pela saúde da sua criança que não pode passar por muito estresse e precisa ter uma mãe saudável e feliz para ela nascer da mesma forma. Deixe que pensem que você terminou um casamento pelas vias normais, não porque engravidou de um amante. Só que termine logo, antes que a barriga comece a crescer demais! Depois de separada, eu esperaria alguns meses para contar para os meus filhos o caso, bem como explicar toda a situação com o intuito de tranquilizá-los, etc. Começaria contando para o “filho(a) mais tranquilo(a)”, que sei que me apoiaria e pediria ajuda para contar para o resto. É claro que fácil não será, mas acho que mais difícil ainda seria se você abortasse essa criança e tivesse que conviver com isso + um marido que você não gosta, entende?
“Ah Luiza, mas mesmo se eu terminar antes da barriga crescer, meu marido pode fazer os cálculos e ver que eu já estava grávida antes de terminar”
SE isso acontecer, você não estará mais com ele, então será “bem menos pior” do que ele ter descoberto com você debaixo do teto dele, concorda? =)
Vá ter seu filho, fique solteira e se seu amante também não te aceitar, “problema é dele”. Vai doer? Vai. Mas o mais importante agora é o seu bebê. Sem contar que tenho certeza que você que já é mãe sabe que um filho sempre vale a pena =). E aí fica de lição também para que – não que seja certo, mas da próxima vez que você tiver um amante, usar camisinha, né? Mas acho que essa parte do recado você já entendeu e nem precisava falar, rsrs.
Fiz um texto sobre aborto também, talvez te interesse ler!
Boa sorte!