Leitora: Olá, tenho 19 anos e precisava que me esclarecesse uma dúvida. Eu procurei por você porque conheci uma pessoa especial e não queria perdê-la de forma alguma. Estamos gostando um do outro, de nos conhecer. O que é certo, é que ele conseguiu trabalho no Canadá por 5 meses e volta em setembro. Ele já partiu há um dia e a preocupação é a distância. Não sei o que fazer para aguentar a distância, e como lidar com a distância? Porque eu não vou poder ir lá nem ele vir cá. Não dá. O que faço? Com a distância, com a saudade? Obrigada 🙂 Espero que me consiga ajudar! Muito obrigada.
Vou te dar alguns conselhos que não quero que você considere como pessimistas, mas sim para preservar o que mais importa nesse momento – a sua paz de espírito.
Sabe o lema dos fumantes que querem largar o vício, o do “um dia de cada vez”? Esse é um ótimo caminho para pessoas que estão sofrendo com ansiedade como você. Não tente prever o futuro. Não fique pensando se você vai perdê-lo ou não, se o tempo vai passar rápido ou devagar. Acredite, isso só te ajudará a obter resultados opostos: você ficará “louca surtada”, e como consequência disso, poderá não só acabar perdendo-o, por ele te achar meio descontrolada, como também te fará perder tempo de vida com o que realmente importa: o hoje.
Ninguém quer perder, isso é normal. Só que você tem que entender que, muitas vezes, é por medo de perder que a gente acaba perdendo: seja porque ficamos muito em cima, seja porque simplesmente paramos a vida pensando em algo que, querendo ou não, não está ao nosso alcance no momento. Ele vai viajar, você não pode ir lá, nem ele aqui, certo? Logo, você não tem muita saída que não seja relaxar a deixar rolar. Dá agonia? Dá, mas é tudo o que você tem.
A regra número um para conviver bem com a distância é antes de tudo não ter medo dela. Ligue para ele nos horários marcados, mas espere ele te ligar também. Converse sobre o dia dele, mas tenha em mente que você deve ter vivido o seu: sem essa de “ah, tudo sem ele fica sem graça, vou ficar só morgando em casa mesmo“. Pense nele, mas pense em outras coisas, nem que para isso você precise procurar por meditação, Igreja ou seja lá o que for, rs. Evite perguntar “quando, como, com quem” ele vai sair, porque se você chegou ao ponto de fazer isso, é porque não confia nele, e por aí vai. Pior do que ficar longe sem poder fazer “séquiço” e dar umas bitocas, é ficar longe E preocupada. Assim, por mais que você goste, aprenda a aproveitar bem a sua vida sem ele.
No mais, é torcer para o amor de vocês ser forte o suficiente para superar isso. Não adianta, se ele gostar de você “mais ou menos”,será difícil ficar esses meses todos esperando, e isso serve para você também. E isso pode ser algo triste, ou não, depende de você.
“Nossa Luiza, você falou isso para eu surtar de vez, né?”.
Não, eu falei isso para trabalhar com os fatos. Se, e apenas se, você considerar que o apego entre vocês não está tanto assim e se você concluir que tem o perfil de que simplesmente não conseguiria viver em paz com a distância, eu sinceramente cogitaria terminar, ou dar um tempo, com isso, só para ficar em paz mesmo. Daí, quando ele voltar, eu rezaria para ele não ter gostado pouco o suficiente de mim a ponto de ter me trocado por outra.
O que importa é que, independente da sua decisão final, enquanto ele está lá, você deve continuar estudando, trabalhando, indo para a academia e mais tudo de “normal” que você tem o direito de fazer por aqui. Fazer o quê né? Antes de se preocupar em “perdê-lo”, você deve se preocupar em não se perder.
Boa sorte!