Em 1889 o dramaturgo Oscar Wilde escreveu: “A vida imita a arte…”. Passaram-se os anos e o contexto é outro, mas a ideia ainda se aplica. Afinal, o pornô retrata algo real ou ele, na sua forma, afeta a realidade?
Desde a legalização da pornografia em 1969 pela Dinamarca – o primeiro país na história a fazê-lo, passando pela produção em massa nos EUA e por todas as inovações tecnológicas que popularizaram a distribuição e produção, comercial ou caseira, de material erótico, até os dias de hoje, muita coisa mudou, mas outras não. O alvo inicial deste produto foi o público masculino, e tendo ele como parâmetro, o vídeo pornô tomou a forma como o conhecemos até hoje.
Assista: Mulheres e os filmes pornôs
A abundância de vídeos íntimos caseiros nos dias de hoje, mas divulgados sem permissão, permite uma constatação: O pessoal está copiando o pornô comercial.
Existe algum problema nisso? Claro que sim!
Algo que surgiu exclusivamente para excitar homens, transformou-se em modelo. Pode-se dizer que a primeira visualização de um ato sexual, da quase totalidade das pessoas que nasceram a partir da década de oitenta do século passado, foi através de um vídeo pornô.
E o que mostram estes “modelos” de transa?
O roteiro:
Por ser um “filme”, ele tem que ter início, meio e fim bem definidos, e aí começam os problemas. É quase sempre a mesma sequência, quando no mundo de carne e osso, deveria prevalecer o improviso e a atenção voltada à reação do parceiro.
O início:
Ela puxa o pinto do cara para fora e, já de início, ele está duro, bem distante do que acontece na vida real, quando muitas vezes ele demora para acordar. Embora, em muitas ocasiões, a ereção possa acontecer espontaneamente e com rapidez, não é a regra, como sugerem os vídeos pornôs. As consequências que isso tem gerado na expectativa muito artificial que as pessoas nutrem, são nefastas. Homens diminuídos por que não tem o desempenho de máquinas automáticas e mulheres frustradas por acharem que está nelas a deficiência que não liga o sujeito num piscar de olhos.
O oral nelas:
Então o rapaz se ajoelha e reza. E como o objetivo é sempre obter impacto nestas cenas, os caras metem língua e dedos com bastante força. Os caras enfiam a cara e sacodem! Perguntem às mulheres sobre o que elas acham sobre isso. Devido às inúmeras terminações nervosas nestas áreas, a sensibilidade é muito grande e justamente por isso, não costuma combinar com movimentos violentos. Façam menos cena e tenham mais sensibilidade!
As variações:
Um pornô também se caracteriza pela troca frenética de posições. Vira de lado, fica por cima, por baixo, vira e desvira, não ficando muito tempo em cada uma. Isso se justifica, porque o objetivo é manter a audiência estimulada e mostrar um casal “na mesma” por muito tempo seria tedioso demais para o cara que está sentado na poltrona, solitariamente descascando a banana. A troca de posições na vida real pode ser até interessante para prolongar o ato e aumentar a excitação, mas como é muito comum as mulheres demorarem a “engrenar”, nem sempre é uma boa estratégia. Afinal, ela está indo, indo, aumentando, aumentando, quase lá e então… Você para tudo e recomeça, agora com ela com os pés no teto e as mãos no piso, enquanto você, em diagonal, tenta recomeçar o vuca-vuca. Um ato, em que as preliminares se estendem por bastante tempo e não envolva apenas os genitais, mas que termine com um prosaico papai e mamãe, é uma heresia na realidade dos vídeos pornôs, mas pode ser uma foda inesquecível na sua vida de simples mortal.
As posições:
Os homens abraçam as mais variadas profissões, mas todos nós (homens) gostaríamos, no fundo, é de ser médico ginecologista. Os produtores de pornôs sabem bem disso.
As posições assumidas nos vídeos levam em conta a visualização da “perseguida”. Ela é o alvo e tem que ser mostrada em toda a sua plenitude. Então temos uma profusão de posições em que o clitóris é mantido a uma boa distância de seu amiguinho pontudo, e quem quiser imitar aquelas poses na vida real, passa ser obrigatório fazer justiça com as próprias mãos, senão não goza. Também, o viril membro masculino, é completamente ignorado na sua real constituição e fragilidade. O que o pornô faz, é partir da premissa que o pênis tem uma rótula no encontro com o corpo, e que o bilau funciona como uma perna. Amiguinhas, um lembrete: Aquilo não tem joelho, portanto incliná-lo para baixo não é algo tão natural quanto possa parecer quando a ereção não está na sua plenitude. Para baixo, todo o santo ajuda, mas neste caso pode quebrar o “osso”.
O tamanho:
Atores pornôs têm como critério básico serem portadores de um pau grande. Acontece que as medidas destes afortunados pela natureza – maior que 18 cm – correspondem, segundo uma pesquisa brasileira, a 2,5% da população. Homens e mulheres terem em mente estes parâmetros como medida ideal para sua satisfação é por uma razão objetiva da estatística, condenar-se à frustração. As chances de encontrar o seu príncipe na forma de um homem cavalo não são muito grandes. E na prática, existe muita variedade na reação das mulheres aos big boys. Varia do prazer à dor, mas de qualquer forma, mesmo quem aprecie sem ressalvas um grandão, sabe que muitas outras coisas contam no cardápio humano do sexo. O que não se pode contestar, é o valor simbólico de um grande pênis. Os vídeos pornôs apenas responderam à isso. Cabe aos atores e atrizes da vida real, a escolha de se submeter a fetiches ou não.
Os gemidos:
Se você ouvir uma mulher gemer tal qual uma atriz pornô, e não é de volume que estou falando, tenha compaixão, chame a ambulância, ajude-a, pois certamente ela deve estar preste a morrer por algo que deva ser muito doloroso. Os vídeos mostram a reação das mulheres dessa maneira, começando a sonorizar quando o cara sequer iniciou a penetração, porque é o sonho de todo homem, afinal basta você mostrar a vara e a mágica está feita. Se a sua parceira real, logo que começarem os trabalhos, iniciar uma “gemeção” constante, mesmo que em baixo volume, desconfie. As razões dos fingimentos são várias: Elas podem estar querendo te agradar, estimular você a acabar algo que já não está tão bom assim, ou talvez por se acharem na obrigação de ter uma reação mais fogosa do que a realmente vivenciada. Fingimentos fazem parte do jogo, infelizmente, mas você só imita algo, se o conhecer de verdade. Se uma mulher imitar a performance e reação de uma atriz pornô, isso pode ser um indício de que ela nunca tenha tido um orgasmo!
Gozando fora:
O responsável pela validação do pornô, como algo verdadeiro, é o homem. A nudez, a ereção e o ato em si, embora reais, não têm o mesmo impacto do que o orgasmo masculino. E o gozo do homem é comprovado com a ejaculação. Acontece que na vida real, o usual é gozar dentro, portanto, para quem está olhando, não dá para ter certeza de que o cara realmente chegou lá. O pornô mudou isso, pois precisava “provar” que o gozo e todo o resto eram reais.
Então quando chega o grand finale, dê-lhe porra no rosto, na barriga, nos peitos ou nas costas. Algum problema nisso? Pergunte à sua parceira. Mas algumas considerações podem ser feitas: Não há comprovação de que o sêmen traga algum benefício à pele feminina para que se justifique espalhá-lo nas costas e, terminar o ato se masturbando, não acho ser das coisas mais excitantes. No entanto, não dá para negar que existem territórios amplos e prazerosos para se explorar quando você mostra para sua companhia o resultado do seu prazer. A ejaculação no rosto, tão banal no pornô, pode ser excelente para curtir uma performance de dominador versus submissa, mas duvido que a maioria esmagadora das mulheres apreciem, como sugere o pornô.
E por fim, a depilação:
Atrizes e atores pornôs se apresentam totalmente, ou quase, depilados nas genitálias. A razão é muito simples: Nos homens, para que o pau se mostre o maior possível, e no caso das mulheres, para que a visualização microscopicamente detalhada das pepekas seja possível. Esse é o principal motivo, embora não se deva descartar, também, fantasias pedófilas.
Uma polêmica surgiu em 2013, quando a atriz global Nanda Costa apareceu nas páginas da Playboy. O motivo é que ela mostrou fartos pentelhos, mais do que se vê habitualmente nestas publicações. Muitas mulheres, nos comentários que se seguiram, relataram que a prática da depilação total está mais relacionada à higiene e ao conforto pessoal do que à aparência. Quem já viu pornô vintage ou revistas antigas, sabe que os pelos eram fartos em décadas passadas. E há quem aponte que este fenômeno da devastação das matas nativas é relativamente recente, teria iniciado nos anos noventa. Contudo, as mulheres sempre se depilaram e muito: Nas axilas, nas virilhas e nas pernas. A tecnologia e a disposição para raspar pelos, portanto, é muito antiga. E aí, fica a pergunta: As mulheres, de nem tão antigamente assim, não se preocupavam com a higiene? Será que o aquecimento global provocou uma onda de suores que antes não existia?
Esse, para mim, é o maior indício do poder de influência do pornô na vida das pessoas. Embora não se possa contestar os motivos de conforto que as mulheres alegam para a depilação total ou quase, ela só se tornou viável no momento em que a replicação, do que era visto nos vídeos, começou silenciosamente a ser aceito. O que já foi visto como infantilização do corpo feminino, agora tornou-se algo corriqueiro.
Existem várias pessoas que debatem esta questão, e que não consideram a influência da pornografia muito saudável. A sueca Erica Lust produz pornôs com um enfoque diferenciado, que seria mais adequado ao ponto de vista feminino. Existe, até, um site criado para incentivar as pessoas a enviarem os próprios vídeos, mas que fujam do roteiro típico, para contrapor um pouco de normalidade à artificialidade do pornô mainstream.
Na minha opinião, a inconsciência de grande parte das pessoas sobre a origem de suas práticas é o grande problema. Então pessoal, nada contra olhar os pornôs e explorar os limites da sacanagem, mas o façam com o devido cuidado, para não estarem pensando que são protagonistas, quando de fato são apenas fantoches em mãos invisíveis.
Assista ao vídeo sobre como esquecer o passado sexual da sua mulher
Assista: 08 curiosidades sobre o orgasmo!
33 Comentários
“Os caras enfiam a cara e sacodem! Perguntem às mulheres sobre o que elas acham sobre isso”
Fiquei imaginando uma máscara de pedra fazendo isso e dei risada kkkkkk. Mas mandou bemzaço no texto, bela estreia.
a pior coisa é quando a mulher finge orgasmo e geme que nem uma atriz pornô, agente sabe que elas estão fingindo
Texto recomendado! Homem de Pedra destruidor de mitos. Pois é homem de Pedra, nem sempre o sexo foi assim, mas hoje parece que o modo da pornografia sempre esteve presente, desde os primórdios.
Gostei muito do texto do Mr.Pedregulho, já poderia estar nos brindando com eles a mais tempo.
E a inteligência da Lu por abrir espaço para novos colaboradores.
Parabéns aos dois.
Obrigadaaa
não só abro espaço, como olho, reviso e ainda dou pitaco em tudo com carinho. Sou uma tia muito carinhosa e ainda escolho fotos bonitas kkkkkk Só que claro que o colaborador tem que ter talento, que é algo que sobra no tio Carlos!!
Tio? Descobriu a idade dele então? rs
Isso ele não conta nem a tiro, tá parecendo mulher que não fala a idade kkkkkkkkkkk
mas tenho meus chutes kkkkkkkkkk
Parabéns pelo texto Homem de Pedra. Gostei de todas as abordagens e achei interessante a parte que vc fala sobre o oral, pois é preciso ter muito diálogo entre os parceiros para que realmente a mulher possa sentir realmente prazer e não dor, porque somos muito sensíveis lá.
Depois de ler seu texto, começo a achar que boa parte da minha depressão se deve a esses filmes de entretenimento adulto, ha, ha, ha… Bom texto Carlos, parabéns!!
Depressão por que? se não for invasivo demais perguntar…
Caras altos, com o membro do tamanho de uma régua e com a capacidade transar por horas e mais horas sem perder o tesão, mesmo gozando no percurso*.
Vejo muito por aí pessoas criticando o padrão perfeito feminino estabelecido, mas pouco se fala no padrão perfeito masculino que também existe. Muitos homens sofrem calados porque não se é digno falar dessas coisas, afinal como diz naquela música do Pablo: “porque homem não chora”.
* É claro que têm edições, montagens… Mas quando você era relativamente novo quando viu esses filmes, não liga pra esses detalhes.
Cara todo conteúdo multimídia de entretenimento cria seus mitos… Todo final de episódio na maioria de seriados sobre família, todo mundo tem um diálogo onde consegue se entender e resolver tudo… Por que que não fazemos igualzinho??? Duvido que sua família ou a minha terminam em episódios de finais felizes…
Nós somos bombardeados com histórias cheias de felizes para sempre… Isso simplifica demais a complexidade do mundo, da vida, das emoções reais… e das pessoas reais…
Muitas vezes, a mãe da família tá sempre bem arrumada, gostosona, com o cabelo impecável…O marido tá sempre pronto pra tudo, nunca chega cansado do trabalho… ele chega de boas, fazendo piada, conversando com os filhos e acorda sábado de manhã consertando tudo em casa…
Ter a noção de que somos reais requer tomar essas representações como histórias para nos divertirmos… mas a vida real requer uma aplicação do conhecimento que a música popular chama de improviso…
às vezes você é muito bom de cama quando ao invés de se frustrar com a indisponibilidade sexual da sua parceira, deita ao lado dela e não deixa ela levantar pra nada quando está doente… cuidando dela como se cuidasse de um buda num altar… E ela quando simplesmente te dá carinho quando você sofre uma baixa na libido quando passa por momentos difíceis…
Quando éramos crianças resolver o mundo era o Megazord destruir o Monstro e salvar o dia… E agora… qual seria a solução pro nosso mundo tão complicado?
Nós estamos nos insultando como vibradores ambulantes… Afinal a atriz porno nunca contou pra gente se a língua do cara era boa… ou se realmente aquilo tudo foi bom…E a seleção de um parceiro por parte de uma mulher poderia ser num concurso de tamanho de pintos…Ou os homens ficariam desnecessários frente a um bom vibrador…
Mas mesmo assim as seleções dos acontecimentos sexuais na vida real acontecem de uma forma bem mais interessante, vc num acha?
Pode ser um próximo colaborador Son!
Juntamente com outros bons escritores aqui do blog !
Muito bom seu texto Carlos !
Quando somos jovens,somos muito influenciados pelo pornô, como um modelo a ser seguido,com o passar do tempo, vamos descobrindo o verdadeiro sexo ,onde é preciso individualizar todo o enredo de acordo com a parceira e o momento !
Parabéns pelo texto !!
Mesmo sendo viciado em porno antigamente, nunca senti vontade de imitar o filme.Acho que a mulheres nunca aceitariam isso. Hahhahahahahahahahah
Infelizmente, Rodrigo, tem muita mulher aceitando… algumas, apenas pra não parecerem caretas, outras, por já terem nascido numa época em que fazer sexo assim virou “padrão”.
Realmente é verdade.
“para não estarem pensando que são protagonistas, quando de fato são apenas fantoches em mãos invisíveis.”
Brilhante conclusão… Carlos… comece seu livro que você tem futuro cara!
A maioria das mulheres de filme pornô gemem alto… e com um olhar que se você prestar atenção, ela nem tá curtindo aquilo que tá rolando… Acho que esse tipo de cinema tem seu teor instrutivo aos meninos na puberdade, mas tem sua participação nociva na formação de homens que só sabem buscar aquilo que agradam seus olhos… Somos pouco educados ainda pela maioria dos padrões e referências a aprender com o outro, a sentir mais o outro.
A cobrança social pela experiência sexual na parte masculina também se mostra aí… Esse guia de posições filmado mostra toda a mecânica da coisa, mas de forma que tudo ainda não saia da prosa…
A partir disso você pode ter dezenas de experiências, serão experiências de repetição, de cópia e de muita frustração da cama como pra fora dela…
Feeling a gente só pega vivendo mesmo, e esse é o ingrediente essencial pra transformar a coisa toda em poesia.
“Feeling a gente só pega vivendo mesmo, e esse é o ingrediente essencial pra transformar a coisa toda em poesia.” Frase perfeita. Gosto de praticamente tudo o que você escreve. Sou sua fã… rs.
Com relação a esse tipo de filme ser instrutivo aos meninos na puberdade, tenho sérias dúvidas se não faz mais mal do que bem. Concordo que pra quem não tem muita orientação na escola e em casa, só sobra mesmo a internet… mas corre-se o risco de que ele não saiba filtrar corretamente aquilo que é bom e instrutivo de todo o lixo que assiste. Há uma perigosa combinação entre o excesso de exposição à pornografia, a total ausência de freios que a net permite e a imaturidade do adolescente; uma mistura que pode levá-lo a aceitar como normal algo que o senso comum condena.
Brigado Mika^^ vc é um anjo^^
” Concordo que pra quem não tem muita orientação na escola e em casa, só sobra mesmo a internet… mas corre-se o risco de que ele não saiba filtrar corretamente aquilo que é bom e instrutivo de todo o lixo que assiste. ”
Isso é igualzinho um negócio que eu vi num blog… “Eu não vou expor minha filha às princesas da disney, porque ensina machismo… subjulga a mulher….”
Ou que eu já ouvi de uma feminista… “Olha esses brinquedos… panelinha, boneca… elas dizem que a mulher deve ser subservente… que ela é inferior…”
Tudo é muito bom… ou muito nocivo realmente sem a mediação de um alguém mais maduro que dialogue com o mundo interno desses aventureiros auto-descobridores….
Mas acredito que diabolizar uma coisa… ou leva a uma curiosidade experimental, ou encerra visões interpretativas mais abertas….
Você dá uma panelinha pra sua filha porque você quer uma escrava do lar? Ou porque saber administrar uma casa também é sinônimo de organização pessoal e autonomia?(Os meninos, os homens ainda são muito desajeitados, toscos e imaturos nesse sentido… proíba as bonecas…você quer essa imaturidade nas mulheres também?)
Os desenhos são cheios de compêndios artísticos, visuais… são musicalizadores… e por que não às vezes romantizar um príncipe e princesa…isso estimula certas brincadeiras que são prazerosas na vida adulta a dois… (nós romantizamos a união dos nossos pais…alguns até santificam… e não conseguem descê-los ao nível humano…)
Como essa fábula do adolescente… ela é uma caricatura… e não um guia a ser seguido… é um esquema representativo que nos dá mais possibilidades de ver o mundo… Mas é como você disse… cabem aí mais orientações e visões mais amplas… É igual um menino de três anos que vÊ o super-homem voando…. Ele acredita naquilo porque uma criança nessa idade mistura o real ao imaginário… Cabe a visão adulta sentar, conversar e explicar que aquilo é só um desenho…
Não seria diferente de explicar que aquilo é apenas um filme… mas realmente falta muito essa orientação que vem criando adultos que se jogam da janela e sofrem quedas feias em suas vidas sexuais hauahauhauahauh…
Quando se quer saber como é sexo, mas tem vergonha de perguntar…Se recorre ao porno.Quando eu era mais novo eu tinha muita vergonha de perguntar.
Era difícil esse tipo de conversa com os pais,por exemplo !No futuro espero que meus filhos(pré adolescentes) um dia queiram tirar dúvidas comigo,bem que hoje percebo muito mais intimidade com a mãe para certas perguntas !
Verdade. Com a minha mãe eu tremia de vergonha.
Parabéns pela iniciativa, Cara de Pedra! Gostei do texto. Um exemplo perfeito de que a vida imita a arte, se é que se pode chamar cinema pornô de arte… rs.
Sei que o objetivo aqui não é discorrer sobre o tema em profundidade, mas gostaria de enriquecer seu texto levantando três outras questões que acho que foram pouco abordadas:
1ª – A prática do sexo anal, pouco comum até bem pouco tempo, virou prato obrigatório no cardápio. Uma infinidade de mulheres acredita que se não fizer, o parceiro irá procurar quem faça. Daí, pratica-se sem gostar, sem vontade, sem saber fazer e, na maioria das vezes, sem os devidos cuidados.
2ª – A eterna busca por novidades na indústria pornô introduziu hábitos inimagináveis até bem pouco tempo, excessos desnecessários até mesmo para um casal que se considera “liberal” nos dias atuais. Práticas que ficavam apenas no imaginário de cada um, e não eram sequer confessadas, ganharam status de normais e modernas. Troca de casais, Ménage, sexo grupal, BDSM, e uma infinidade de bizarrices, são cada vez mais aceitas e praticadas por homens e mulheres cada vez mais jovens (muitas vezes mal entrados na adolescência). E acreditam que precisam disso pra agradar o(a) parceiro(a).
3ª – A indústria pornô, como realização eminentemente masculina, desvirtuou a importância do sexo no relacionamento e está ditando regras que as mulheres resistem em aceitar. Exemplos clássicos são a frequência sexual da parceira, sempre abaixo do esperado, e a insistência na realização de fantasias que apenas ele tem (como introduzir uma terceira pessoa durante o ato). Sexo não é, nem nunca foi, o objetivo primordial da união de um casal.
“…e está ditando regras que as mulheres resistem em aceitar.”
Isso eu discordo. O bizarro, na minha percepção, é que as mulheres estão se apropriando destas fantasias como suas e replicando.
E aí vem o mais bizarro: O sonho do punheteiro da década de 70 se tornou realidade e como recompensa, a mulherada recebe o porn revenge e a condenação perpétua que só a internet e sua capacidade de nunca esquecer tem.
PS. Eu dei um trato no cabelo, na barba, botei cor e vc ficou preto e branco?
Sim, acho que as mulheres mais jovens já encaram certas fantasias com naturalidade, mas ainda estão longe de acrescentar um(a) terceiro(a) na cama ou de fazer sexo com a mesma facilidade com a qual os homens fazem (só citei esses dois exemplos aí acima justamente pra não generalizar). Qualquer pesquisa que você pegar, vai mostrar que as mulheres fazem muito menos sexo do que os homens, seja por questões culturais, religiosas ou biológicas (a libido feminina é muito menor do que a masculina).
Não sei se estamos falando de coisas diferentes. Talvez eu esteja meio lesada hoje, pois não entendi o que você quis dizer com esta frase: “O sonho do punheteiro da década de 70 se tornou realidade e como recompensa, a mulherada recebe o porn revenge e a condenação perpétua que só a internet e sua capacidade de nunca esquecer tem.” Por acaso você está se referindo aos vídeos caseiros que ex-namorados sem escrúpulos vazam na net?
PS: Que imagem preto e branco? Teus olhos de pedra carecem de sensibilidade. Não vês que ela mais parece uma pintura do que uma foto? Tem um certo charme barroco, um típico modelo “Chiaroscuro” de Caravaggio! kkkkkkkkkk
Falo do contraste e aparente contradição do seguinte:
Lá no início da saga do vídeo pornô, aquilo que se via nas telas era a expressão de uma fantasia masculina. Na vida das pessoas comuns, aquelas práticas não eram a regra.
Dando um salto até 2015, vemos que o sonho daqueles homens se realizou. A mulherada abraçou o papel. Qual é a resposta masculina mais visível? Punição! Na forma de vingança, por rompimentos, infidelidades, ou simplesmente para humilhar quem não “sabe se comportar”.
É o paradoxo de desejar algo, mas não saber como lidar com ele, quando o gênio da garrafa o transforma em realidade .
PS: Minha avó sempre ameaçava com chinelo: “Se te pegar fazendo arte…” Quer maior “arte” do que a sacanagem.kkkkkkk
Carav,.. What? Só entendo de pintar bizões nas paredes de minha gruta.
Então, saí da caixinha de texto…
Agora eu estou lá em cima. No espaço amplo, ao lado daquelas fotos enormes, com propagandas por todo o lado, com formatações… E dá para rolar, rolar, rolar. Pra baixo, pra cima…
Tendo asas, até as pedras voam!
Obrigado Luíza pela oportunidade. Obrigado pessoal pela boa acolhida.
Parabéns Carlos! Muito bacana o texto.
Aguardaremos a sua próxima postagem.
Um filme de pornografia é gravado da seguinte maneira, a primeira cena a ser gravada é a gozada, o ator fica diversos dias sem relação sexual para acumular bastante, daí já começam por esta parte, por isso a cena pula rs. Depois uma cena de 15 mits pode demorar até uma semana para ser gravada, a depender da qualidade do filme. Vi isso na biografia de uma atriz porno, Sylvia alguma coisa, se aposentou nos anos 90, era uma diva nos meus tempos de adolescnencia. Então é complicado se basear nesses padrões rs. E a postura quanto ao prazer, vai de mulher para mulher, apesar de que muitas delas gostam e sentem prazer nessa posição de super estrela desejada pelos homens, muitas largam carreira tudo e se identificam. Já outras é o arduo meio de ganhar a vida
Pornografia, seja verdadeira ou fake, é fundamental na sociedade, assim como as garotas de programas.
Cara eu vou me resumir a essa mensagem: é muito constrangedor falar sobre pornografia. Tem uma trava. ( Mas é pessoal, não fico constrangido quando outros falam, principalmente mulheres que também assistem ) .
Ótimo texto!! Uma foto de Leonardo Di Caprio e seus pais provocou uma reação inusitada e relacionada à questão da depilação: https://br.cinema.yahoo.com/post/140738765086/por-que-todo-mundo-est%C3%A1-falando-sobre-esta-foto-de