Brigas, término, depois mais brigas e reconciliação. Afinal de contas, o que será que faz tantos casais insistirem no mesmo erro? Agressões verbais, às vezes físicas e ainda assim a esperança de que tudo mude, “em nome do amor”?
Não quero julgar o que você sente, mas na grande maioria das vezes, não é amor de verdade. É carência, é apego, é tudo, menos esse sentimento lindo que você confunde com sofrimento. Não tem como pensar que duas pessoas se amam e por isso brigam tanto, que se amam e por isso fazem da vida do outro um inferno. Mesmo que você chame isso de insegurança, o amor não iria permitir tantos excessos. E na melhor (ou pior?) das hipóteses, você não está preparado(a) para ele.
A Cláudia pensa que o outro vai mudar, mas…
Pensa comigo: se pra você é tão difícil se mudar, nem que seja pequenos hábitos do dia a dia, porque o outro mudaria os grandes – e o mais engraçado de tudo – por sua causa? Se é difícil pra você, é difícil pro outro também. Nunca se esqueça disso.
Também tem vezes que a gente fica feliz porque o outro finalmente admitiu que “estamos certas e ele precisa mudar”. Nisso é feito um acordo e “ok”, “ele irá mudar”. Só que boa vontade não significa que ele conseguirá de fato. Sem contar que a gente nem sabe se essa boa vontade um dia existiu mesmo, ou se a pessoa só falou para ganhar tempo, encerrar logo a briga e o pior, não ter que tomar uma decisão maior:
“Tá bom, vamos tentar mais uma vez! Eu mudo! … E o que tem pra jantar hoje mesmo?”
Não é fácil internalizar mudanças. Não é fácil entender as mudanças. Por mais que uma pessoa concorde contigo que ela está errada, isso não significa que ela conseguirá melhorar e você deve estar preparado para essa possibilidade.
Sua criação não é a dela. Sua realidade não é a dela. E por mais que todo mundo seja diferente, existe um limite que faz com que nem todo mundo consiga conviver bem entre si. Você deu certo com o João, mas não dá certo com o Alfredo. Normal, quem nunca, né? Só que chega uma hora que você é obrigada(o) a pensar se tudo isso vale a pena.
Você tem o seu passado, a pessoa tem o dela. Você tem as suas crenças e ela as delas, e aí entra a grande questão que mexe com a vida de vocês:
Como mudar uma lógica cerebral e comportamental, que por pior que seja, mantivemos durante anos, para enfim podermos dar certo? Sem contar o monstro chamado comodismo.
A propósito: será que a gente quer dar certo mesmo? Ou só não queremos ficar sozinhos?
Até que ponto você consegue aguentar?
Se você brigou e voltou várias vezes, de duas uma:
1- Ou o seu limite já foi ultrapassado faz tempo.
2- Ou não existe uma boa vontade mútua.
De qualquer forma: quando um não quer, dois não ficam. Daí você pensa: “Talvez esteja na hora de vencer o medo de ficar sozinho(a) e parar de pensar que não consigo alguém melhor.”
Você não precisa pensar em mudar as pessoas. Se você conseguir se mudar, já mudou tudo.