Leitora: Quando eu tinha 17 anos e estava concluindo o ensino médio, conheci um rapaz e comecei a me relacionar com ele, que era 3 anos mais velho que eu. Com um mês de relacionamento, começamos a transar e, com 3 meses de namoro, sem nem que ele conhecesse minha família, descobri que estava grávida. Me senti um lixo, queria que o chão se abrisse e me sugasse. Bem, conversamos e decidimos que a melhor opção seria interromper. O tempo passou, não descobrimos nenhum fornecedor ou local pra realizar o procedimento, minha família descobriu. Aos prantos contei à minha mãe, que conseguiu o remédio pra mim e eu fiz… Não tenho nenhum tipo de arrependimento e me sinto um monstro por causa disso. Minha sogra teve um filho e a minha certeza que tomei a decisão certa só aumentou. Você acha que eu preciso de um tratamento psicológico? Ou que foi a decisão certa no momento certo? Ou será que eu tô me prendendo aos padrões de que mulher nasceu pra ser mãe? Tenho 20 anos, meu namorado tem 23, faço faculdade, moro com meus pais e meu companheiro vive na mesma situação que eu.
Uai, mas se o filho é da sua sogra, não seu, como você tem certeza de que fez a melhor escolha abortando? Isso quem tem que dizer é sua sogra, não você. Sem contar que, por sua vez, você nem teve o filho pra saber o amor que é kkk. Afinal de contas, os filhos dos outros parecem quase sempre “mais chatos” mesmo kkkk.
De qualquer forma e brincadeiras (reais) à parte: amiga, na minha opinião, você tá distorcendo tudo e fazendo uma salada. Tá neurando sem ter por que neurar, e onde você deveria “neurar”, você não neura. Coloquei a palavra entre aspas porque neurar, neurarrrrrrrr, a gente não deve fazer nunca. Porém, é necessário criar maturidade, um ponto de bom senso que esteve faltando em você. Ou seja, você não precisa de terapia, mas sim de crescer e amadurecer um pouco mesmo (não me bate, mas é verdade kkk).
Se você abortou e até sua mãe te apoiou, ok. Já passou e não acredito que seja o caso de você sofrer por algo que já aconteceu, porém, me choca seu ponto de vista a respeito do assunto. Não interessa muito você querer ser ou não mãe, quer dizer, até interessa, porque assim: você é mulher, menstrua, tem útero, ovário, o kit inteiro. Daí chega o cara com o pinto, transa sem camisinha e você não quer ser mãe? Isso seria o mesmo que eu querer comer coxinha todo dia e querer ter o corpo da Gisele kkkkkkk.
No seu lugar eu pensaria: “ok, abortei e ainda bem que não aconteceu nada de ruim comigo”, já que, cá pra nós e como você já pode ver, abortar no Brasil NÃO É FÁCIL. Inclusive, penso até em fazer um vídeo sobre aborto (comentem o que vocês acham). Sem contar o valor altíssimo (se não for em dinheiro, em risco para a saúde) a depender do método escolhido. Então, concorda comigo que agora é só (SÓ e simples assim) usar camisinha e, se o boy não quiser encapar, dar uma aula de educação sexual pra ele? kkkk. E outra, o filho você abortou e fugiu da sua responsabilidade. Agora, se fosse uma AIDS, você faria o quê? Não é tudo que a mamis e a grana te salvarão não, mana 🙁
E um HPV, que se não cuidado pode virar um câncer? Não brinque com uma vida que ainda não nasceu, mas também não brinque com a sua saúde. Quer transar aos 17 e sua mãe já sabe, ok, agora cabe a você ser uma mulher completa também. Saber das suas responsabilidades, e mais do que isso, influenciar os seus namorados a serem mais responsáveis também. Eu por ex, a primeira coisa que faço é pedir exame de sangue com as possíveis DSTs pra todos os meus namorados e faço questão de fazer os meus também. Filho é só uma parte das mil coisas que podem te acontecer, se esperte minha amiga.