Leitor: Oi, Luiza, tenho 19 anos e namoro uma garota da minha idade há mais de dois anos.
Eu fui o primeiro namorado dela, assim como ela foi a minha primeira namorada. Nos dois primeiros anos, o nosso relacionamento estava ótimo, nós nunca tivemos qualquer discussão de relacionamento (DR) nesse período. Era um relacionamento bem leve.
Acontece que, há dois meses, nós tivemos nossa primeira DR, que pôs realmente em xeque nosso relacionamento. Na ocasião, eu fui bastante babaca com ela, pois, com medo de perdê-la, fiz o joguinho de que “ah, se você não me quiser, tem quem queira”.
Já nos reconciliamos e inclusive pedi perdão por esse comportamento infantil/passivo agressivo que eu tive, mas ela me revelou que, depois do que eu falei, ela perdeu completamente a admiração que sentia por mim e que já não se sentia mais tão apaixonada assim.
As coisas ficaram tão confusas que mês passado ela me disse que já não tinha mais certeza se queria continuar o namoro. Na época eu insisti que continuássemos, mas admito que às vezes até eu me questiono se sou também tão apaixonado assim por ela.
Minha dúvida é se vale a pena eu continuar investindo nesse relacionamento. É possível um relacionamento durar apenas pelo afeto produzido pela convivência ou isso seria, na verdade, o mais puro comodismo disfarçado pelo nome de “amor”? É válido terminar um relacionamento pelo simples fato de a paixão ter acabado ou isso seria tratar o outro como um objeto descartável?
“Fiz o joguinho de que “ah, se você não me quiser, tem quem queira”.
Mas você falou SÓ isso e ela já te achou infantil, possessivo e perdeu toda a admiração por você? Acho que tem algo mal contado nessa história, até porque essa frase em si e por si é muito usada. E, “sim”, apesar de ser infantil, não causa essa bagunça toda no relacionamento de ninguém não! Vai que nós sabemos kkkkkkkkkk.
Enfim, independente de você ter feito ou não esse “algo a mais”, o resultado está claro: ela já disse com todas as letras que não se sente mais tão apaixonada por você, o que de duas uma:
1- O que você fez foi grave no ponto de vista dela. E se “foi muito grave”, sabemos que dificilmente teria volta, OUUU
2- Se trata apenas de uma crise entre vocês, por sinal, bastante comum quando o relacionamento está ficando “mais sério”. Nisso e por mais contraditório que pareça, os dois tendem a ficar um pouco assustados e, consequentemente, “fugindo do compromisso sério” ao usar qualquer motivo – inclusive “besta” – pra isso.
Se a resposta é a 1 ou a 2, só você poderá dizer. Mas, respondendo a sua questão do “se é possível um relacionamento durar apenas pelo afeto produzido pela convivência ou se isso seria o mais puro comodismo disfarçado pelo nome de “amor”, é óbvio que a resposta seria a 2 e você sabe disso kkkk. Sem contar que nem você mesmo sabe se gosta dela. Precisa mesmo desenhar o que talvez já esteja claro para ambos?
Sem contar que, se a paixão acabou, não se trata de considerar o outro como um objeto descartável ou não, mas sim questão de honestidade e, acima de tudo, de saber que a vida é assim mesmo. Por mais que a sociedade tente e force toda uma situação, não existe cartório, registro ou palavra que esteja acima da loucura que é a vida. Por mais que as pessoas jurem frente a um padre que o amor será eterno e repitam isso todos os dias para si mesmas, não significa que será uma verdade eterna. Fazer o quê? Só aceitar que dói menos, como diria a filósofa Valesca.
Agora só cuidado também pra não pagar de “bonzinho” que não quer tratar, nem ser tratado como objeto, enquanto na verdade você tá é se borrando de medo de ficar sozinho “e de não conseguir uma outra companheira”, etc.
Coragem,
Lu