Leitor: Bom dia, ando muito confuso, sou casado há 22 anos, tenho 46 anos e minha esposa 47. Sempre procurei agradar minha esposa, mas de dois anos para cá, percebo que não tenho esta vontade mais, acontece que minha esposa é muito fechada e quase não temos diálogo, falta de assunto mesmo.
Não tenho prazer em estar sozinho com ela, a não ser na cama, pois o sexo é bom. Infelizmente não tenho paciência em ficar ao seu lado. Casamos devido a ela estar grávida, na época tinha 22 anos e não tive maturidade para entender a situação. O nosso namoro foi eu que procurei e em insisti, pois ela se mostrava difícil , ficou tipo um jogo para mim, mas aconteceu de engravidar e ainda ficou emburrada ou me demonstrava isto, me dava a impressão que me culpava pela situação, e olha que engravidou sem haver penetração.
Há algum tempo atrás fiz um DNA para saber ser realmente a filha é minha e deu positivo. Ela sempre falou que separação era coisa normal e para ela não faria diferença alguma. Sempre me fez sentir que não lutaria por nosso casamento, mas quando fiz um acompanhamento psicológico e percebi que o errado era eu em aceitar que ela se posicionasse desta forma, passamos a conversar sobre separação e ela afirmava que não acreditava mais em nosso casamento, no entanto, quando chamei para separarmos, ela mudou e hoje vive querendo me agradar, só que não consigo falar mais que lhe amo, pois não sinto este amor.
Fazemos sexo umas três vezes por semana, mas faço por gostar do sexo e não por amor. Hoje sinto vontade de me apaixonar e de viver um amor. Ela não tem formação superior, pois nunca se interessou, vivia reclamando de ficar em casa, assim montei um comércio para ela se valorizar, mas não assume de cabeça e acabou sobrando para mim esta função, apesar de ter meu emprego. Tenho outros negócios e ela não ajuda e acaba me falando que não vê necessidade de ficar buscando algo mais, só que sou eu que banco tudo sozinho.
Tudo que começa errado, acaba mal.
Seu relacionamento era pra ter terminado lá atrás, mesmo com a gravidez indesejada, mas você resolveu persistir e sentia prazer em correr atrás de quem não lhe dava moral, e agora que o jogo virou e é ela que está correndo contra a maré, é você que está fazendo cu doce. Só consigo pensar que você é um bundão.
Bundão por curtir correr atrás de quem não lhe quer. Bundão por esperar 22 anos pra descobrir que seu relacionamento poderia ser substituído com facilidade por um masturbador masculino e uma TV de 42″. Bundão por vir num site de aconselhamentos ao invés de sentar e conversar como adulto com a sua esposa.
Contudo, sempre há luz no fim do túnel pra gente perdida e sem rumo voltar a ser feliz, assim, trago para você uma lipoaspiração de bunda e, se você seguir esses conselhos, te garanto que os dias de bundão vão ficar pra trás!
Não vou entrar no mérito do seu casamento, mas vou abordar “como não ser um bundão na vida”. Peço que não leve a mal, que leia tudo na esportiva e tire as lições que achar aplicáveis ao seu caso.
1 – Nunca, jamais, brinque de pega-pega
Brincar de pega-pega só é legal na infância e qualquer adulto que sinta prazer em correr atrás de quem faz cu doce tem sérios problemas de autoestima, autoaceitação, autoafirmação e todos os autos que você pesquisar no Google.
Se o desafio da conquista mexe com seu cerebelo, vá jogar The Wicther, Horizon ou Mario World que lhe garanto muitas e muitas horas de bons desafios e quebra-cabeças. Serve também qualquer tipo de entretenimento, tal como airsoft, paintball ou jogar bola com os colegas.
Livrando-se dessa necessidade absurda de correr atrás da própria sombra, pode ter certeza que vai morrer de infarto, mas não por falta de amor, sinceridade e carinho.
2 – Nunca, jamais, contente-se com pouco
As pessoas agem na nossa vida na medida que permitimos acesso, liberdade e controle.
Acesso: as pessoas tem aquilo que procuram em você a qualquer momento do dia (seja carinho, favor ou conselhos);
Liberdade: as pessoas falam e fazem aquilo que querem na medida em que se sentem livres para fazê-lo, ou seja, dificilmente um conhecido (amigos, parentes ou marido) meu vai me mandar à merda ou me tratar mal, pois vai saber que vai ouvir uma resposta à altura;
Controle: a partir do momento em que o outro entende que não tem controle sobre você e que não há certeza de nada (a não ser que todos vamos morrer), haverá mais cuidado em falar ou fazer merda. Um exemplo: eu sei que não tenho controle sobre as atitudes ou sentimentos do meu marido, por isso, faço por onde para mantê-lo feliz em estar ao meu lado e lhe dou muitos motivos para querer estar comigo. Contudo, se um dia ele decidir partir e procurar outro amor, que vá e faça, pois estarei tranquila com a minha consciência ao saber que sempre fiz o meu melhor.
Eu quero dizer é que por muito tempo você deixou a sua esposa acreditar que o jogo estava ganho, que ela tinha controle absoluto na relação e que você estava comendo um caminhão de cocô por ela, onde os discursos de “não acredito no nosso matrimônio”, “não quero mais você” e “não sei se vale a pena tentar” eram utilizados para manipular seus sentimentos e nutrir o seu êxtase pela conquista.
Não faça mais isso e utilize esses 22 anos como aprendizado do que não fazer para outro ser humano (mulher ou homem). Não vale a pena se contentar com migalhas afetivas ou conviver com quem não lhe dá valor.
3 – Nunca, jamais, aceite permanecer num relacionamento onde não há admiração, respeito, cumplicidade e amor
Pra mim, um relacionamento deve estar alicerçado no quarteto fantástico: admiração, respeito, cumplicidade e amor.
Admiração: pra você ir na surdina fazer DNA é por que não havia admiração e muito menos confiança.
Respeito: você não respeita a sua companheira como mulher, basta ler o seu relato em voz alta e visualizar as oportunidades que ela desperdiçou e seu discurso “quem banca as contas sou eu”.
Cumplicidade: voltar para casa e ser recepcionado por quem se quer bem é tudo de bom, mas voltar para casa e ficar ao lado de quem não se tem assunto ou o que compartilhar, é pra acabar com o piqui de Goiás! Melhor criar gato ou cachorro.
Amor: sei não, mas acho que não era e nunca foi amor. Tava mais pra carência e pra cumprir a tabela das obrigações masculinas (assumir a criança feita nas coxas).
Por fim leitor, procure um advogado, reparta os bens, converse com a criança e deixe claro que você vai largar a mamãe, mas que nunca vai deixar de ser pai e vá ser feliz. Tenha coragem pra enfrentar todo o drama emocional que um divórcio acarreta, mas sabendo que você está sendo homem o suficiente pra ser feliz e deixar a sua esposa (futura ex) procurar alguém que queira estar ao lado dela.
Tenha orgulho de si, orgulho das suas escolhas, orgulho da sua família e prazer ao partilhar a vida com quem se ama e admira.
Boa sorte, pare de ser bundão, pare de ameaçar com o divórcio e vá lá agora terminar de enterrar o defunto, pois seu casamento tá mais morto que meu pé de pimenta.