Como sempre, fico muito feliz quando um leitor quer colaborar com o blog, contando a sua história ou seja lá como for. Hoje apresento uma crônica que fala sobre a questão da virgindade e que foi feita por uma pessoa que resolveu esperar pelo homem certo.
Dizem por aí que virgindade, atualmente, é peça de museu.
Bem, eu acho que fui um mausoléu, na linguagem popular, até setembro do ano passado…
Sempre quis que meu marido tivesse o prazer de ser o primeiro, mas é lógico que bati na trave durante essa longa caminhada. Sim, longa, porque perdi a virgindade aos trinta anos.
Alguns namorados tentaram ser os primeiros. “Quê que tem? A gente vai casar… Eu te amo…”.
Não caí na deles…
Como foi a minha história?
Bem, no meu caso teve o fundo religioso, como com a maioria das virgens. Sempre quis casar virgem porque era o que eu acreditava e ainda acredito ser o certo.
Pequei não poucas vezes na minha visão. Tive muitos conflitos dentro de mim, porque com alguns namorados, a sessão de amassos às vezes quase colocou tudo em risco. No fundo eu sabia que eram os caras errados, e que mais cedo ou mais tarde eu pularia fora.
Aquele estalo mágico de “Esse cara é ele”, ainda não tinha surgido no coração…
Culpei-me durante muito tempo, por ter deixado a intimidade atingir aqueles patamares. Senti-me até suja, porque um dos caras, eu chamei gentilmente de rato, por muitos anos. Hoje eu lavei meu coração desse passado… Já perdoei e me perdoei por isso.
Daí veio o meu esposo na parada. Eu com 29 anos, ele com 21. Relutei para caramba. Pensava dentro de mim: o que esse menino quer comigo?
Pensei que ele queria curtir comigo, enrolar uns tempos e depois arrumar uma de 21, quando ele já tivesse 29…
Mas eu percebi com o passar do tempo, que nós havíamos sido feitos um para o outro!
A idade dele era diferente da cabeça ele. Acho que o documento parou no tempo e a mente evoluiu. Quando ele nasceu eu tinha 7 anos! Já estava na escola, lendo, escrevendo e dançando quadrilha!
Ele lá no interior, quietinho se guardando para mim e eu na capital cometendo um monte de burradas!
Quando começamos a namorar ele disse que percebeu que tinha alguma coisa errada. Eu tímida demais, mas ele ficava encabulado: “virgem aos 29 anos? Será?”.
Até que um dia eu contei para ele, e ele afirmou já desconfiar por causa do meu jeito.
Resultado? Ele achou o máximo e com menos de 30 dias já falou de casamento, dizendo estar cansado de meninas de 21 anos sem nada na cabeça. Ele dizia que comigo, se sentia completo, tendo papo, coisas para conversar, afinidades.
E o tempo foi passando. Aquele menino tomando cada dia mais do meu coração.
Se o Roberto Carlos já tivesse criado essa música em 2011 ele diria para mim: Esse cara que você espera há tanto tempo sou Eu!
Rapidamente ele tomou de assalto os meus dias, e eu os dele. Começamos a dividir as contas e fazer os planos.
Eu que nunca tinha viajado com namorado, me peguei indo para o interior conhecer a sogra e dormindo em um quarto só com ele.
Mais pecados cometidos. Os amassos eram, a cada viagem, mais intensos. Hoje eu sorrio da história, mas tive muita crise de consciência.
O que difere do passado? O Amor. Dessa vez eu sentia que estava com a pessoa certa!
Com onze meses de namoro, ficamos noivos e tivemos o desafio de organizar um casamento em seis meses, com quase nada de dinheiro.
Pensei que fosse pirar!
Marcamos o casamento para 27 de outubro de 2012. Data que escolhemos com duas semanas de namoro acredita?
Deu tudo certo!
Mas eu acabei morrendo na praia a um mês do casamento. Pois é, a carne foi fraca…
Durante um dia de reforma no apartamento que moraríamos, acho que o cheiro da tinta me anestesiou e foi ali mesmo no banheiro, no chão, meio engraçado, se não fosse trágico.
Custava esperar mais uns dias mocinha? Meu esposo ficou preocupado com a minha reação depois. Abraçou-me muito, me beijou e disse que me amava, e que eu não valia menos por tudo que tinha acontecido, ao contrário, valia mais, porque havia me guardado para ele.
Sei que fui contra a fé que sempre segui. E que gostaria que minha filha, se eu tiver uma, consiga esperar o que eu não esperei.
Foi bem diferente da noite de núpcias que eu havia sonhado, com o vestido de noiva descendo lentamente, aqueles sonhos de menina. Mas consegui que meu esposo fosse o único em minha vida!
A vida a dois vai muito bem. Completaremos neste mês, cinco meses de casados, e ainda parece que foi ontem, aquela caminhada noturna na pista de cooper…
Eu o chamando de menino, e ele pensando dentro de si… “ela ainda vai quebrar a cara por me chamar de menino e não de homem…”.
Conselho que eu dou às que ainda são virgens?
Esperem, esperem… O cara certo existe, ele está muitas vezes do seu lado, escondido no seu preconceito, no seu medo de tentar, de arriscar.
Ele não diz: Eu te amo enquanto abre seu sutiã. Ele se preocupa com o que você comeu ontem. Ele se preocupa com as suas contas, se você estourou o cartão de crédito. Te leva na emergência quando a cólica chacoalha seu útero como uma máquina de lavar, na função centrífuga!
Meu esposo é assim, mas eu sei que Deus fez para cada panela, uma tampa que dá certinho!
É só abrir os olhos e parar de ficar perdendo tempo com tampas se você é uma tampa…
Sua panelinha está por aí…
Acredite! Vida de solteiro é muito chata! O bom é acordar abraçada com alguém que faz seu coração bater a mil por hora…
Até a próxima!
* Ariana…