Adorei saber que iria entrevistar uma namoradinha virtual, até porque não sei (quase) nada sobre isso e gostaria que você me contasse tudo! Fiquei meio pensativa sobre a entrevista por você não ser mais uma namoradinha, porém, fico feliz porque como você não está mais na profissão, poderá nos contar com mais facilidade tudo e mais um pouco com 100% de verdade, não é mesmo?!
PAM: O que te fez começar esse trabalho?
Tudo começou como uma brincadeira de sala de bate papo, eu entrava em salas de bate papo tradicionais e conhecia as pessoas e trocava MSN. Daí um garoto me pediu para ligar a cam e eu liguei. Ele começou a querer que eu tirasse a roupa, senti que ele estava excitado e eu estava no domínio da situação. Daí eu disse a ele que poderia tirar desde que ele me pagasse, ele concordou, passei meus dados bancários ele fez a transferência, me enviou o comprovante por e-mail e eu deixei ele ver meus seios…Foi legal….
Depois disso comecei a perceber que poderia ganhar grana assim, pesquisei sobre o assunto e descobri que muitas mulheres ganham a vida com Strip virtual. Eu estava na faculdade, precisava de grana, daí juntou-se a “fome com a vontade de comer” (rsrsrs)
PAM: Nos dê uma breve explicação de como funcionava o trabalho, como o cliente pagava, se era por hora, etc.
Eu entrava nas salas de bate papo de vários sites e fazia a minha propaganda como Stripper virtual, usava o codinome de Namoradinha virtual, e divulgava meu MSN… Os interessados enviavam a solicitação, eu aceitava daí começava a conversar, eu avaliava se ele iria pagar ou não. Primeiro era feito o pagamento, após confirmado eu abria a cam e fazia um show de acordo com o acordado. O show era basicamente um Strip, eu tinha opções de roupas como enfermeira, colegial, diabinha… Daí o cliente escolhia qual a roupa para o show.
PAM: Como você escondia sua identidade? Já aconteceu de um cliente descobrir quem é você na vida real? Ou até mesmo de você dar de cara com algum conhecido em meio ao trabalho?
Não. Eu usava uma toca ninja, apesar de liberar o áudio eu não falava nada, apenas me exibia, e fazia uma dança sensual… O show durava em média 15 minutos, a não ser que o cliente contratasse um show especial… Nunca aconteceu de alguém conhecido contratar meus serviços não.
PAM: Como foi o seu primeiro programa virtual? Você gostou?
O primeiro foi para o garoto que citei no início, bem amador. Depois eu fiz um plano de ação, gravei alguns vídeos, olhei, enviei para um amigo homem que pedi uma opinião masculina. O primeiro de forma oficial foi tranquilo… Na verdade foi excitante, ver do outro lado um cara se masturbando vendo você.
PAM: Sinceramente, você já chegou a se considerar uma prostituta por conta disso? Eu sei que você não fazia sexo real, mas sim um strip virtual, porém, mesmo assim não deixa de ser uma venda do corpo em forma erótica. O que você pensa disso?
Não. Na verdade o nome prostituta soa muito mal, eu era uma espécie de profissional do sexo, que como qualquer outra, levava ao cliente prazer, da maneira que ele procurava. Talvez se dentro de cada mulher tivesse um pouco de “prostituta” haveria menos infidelidade e casamentos mais felizes. Os homens procuram fora aquilo que não tem dentro de casa. Eu era uma profissional do prazer.
PAM: Você tinha um número limitado de peças para tirar? A quantidade de peças a tirar tinha a ver com o preço ou dependia da sua empolgação e “boa vontade” do momento?
Não. O cliente escolhia o figurino e pagava o show. O show era vendido por tempo, fazia show de 5, 10, 15 e 20 minutos. E cada tempo tinha seu preço. Tinha também os shows especiais de 20 minutos com uso de acessório, daí era outro custo. Nada por empolgação, tudo cronometrado e bem profissional.
PAM: Se o cliente quisesse que você fizesse algo a mais teria que pagar algo extra? Como era feito o pagamento? Porque a internet é vasta!
Eu não fazia improviso, no blog tinha as opções de show. O improviso sai do profissionalismo. O pagamento era feito através de transferência bancária ou depósito. No caso do segundo, era apenas em shows agendados, não fazia shows sem confirmar o pagamento. Tirar a roupa, só com a grana na conta. A internet é uma ferramenta incrível, se acha tudo!
PAM: Você já fez um único strip para várias pessoas ao mesmo tempo para economizar tempo, ou era sempre um por vez?
Sim. Uma vez eram 3 garotos do outro lado. Não tem problema, o tempo era o mesmo.
PAM: O cliente também ficava na webcam, ou nem sempre? Quando eles ligavam a cam geralmente o que faziam?
A maioria não ligava a cam, principalmente os casados. Aqueles que ligavam, normalmente ficavam assistindo e se masturbando, eu adorava… Isso me excitava! Adorava ver os garotos ejaculando ao me assistir.
PAM: O que eles mais te pediam para fazer e/ou ver?
Era um show comprado, eles escolhiam o show e eu seguia os procedimentos. Era exibicionismo, alguns pediam para focar os seios, outros o bumbum… Cada um gosta de uma coisa, tem uma fantasia… Alguns pediam para que eu avaliasse o tamanho do pênis, pediam para eu prestar a atenção na hora da ejaculação… Tinha de tudo!
PAM: Já teve alguma coisa engraçada ou absurda que te pediram para fazer? Se tiver dos dois exemplos melhor ainda!
Sim, uma vez um cara queria q eu me fantasiasse de cachorra.. Essa cachorra seria periguete mesmo. Cachorra é uma gíria comum aqui no RJ, era roupa curta, vestido curto, bem decotado, etc.
PAM: Você sentia prazer, tesão no que fazia ou o que interessava mesmo era dar tesão para o outro e pegar o seu dinheiro (já que foi o dinheiro que te fez entrar nisso!)
Eu oferecia prazer, e isso por si só é excitante. Depois vem o lado da vaidade, você saber que alguém paga pra ver você nua, e ainda se masturba… Isso é excitante. Mas eu fazia por dinheiro.
PAM: Você considera que o trabalho valeu a pena? Ganhava bem?
Sim, faturei muita grana. Paguei minha faculdade, comprei um carro, e mandava dinheiro pra casa com dinheiro de Strip.
PAM: Você morava com a sua família, não é? Como você fazia para ninguém te pegar trabalhando?
Hoje sim, na época dividia o apto com uma amiga da faculdade, que por sinal as vezes me ajudava com os strips rsrs
PAM: Você ganhou alguns amigos nesse meio? Conheceu alguém ao vivo?
Não.
PAM: Você já fez um strip para algum cara que você acabou se apaixonando (antes ou depois de fazer)? E eles? algum já se apaixonou por você?!
Olha, muitos se diziam apaixonados, alguns deles ja me fizeram propostas para sairmos, para festas, eventos, programas…Mas eu nunca aceitei, nunca foi meu objetivo. Eu tratava o stripper virtual de maneira profissional, não deixava meus clientes de forma alguma farem parte da minha vida pessoal e principalmente dos meus sentimentos
PAM: Cite alguns prós e contras desse trabalho.
Olha como qualquer outro trabalho tem os prós e os contras, o que vejo de positivo é ser um trabalho que renda um dinheiro considerável, tinha uma renda considerável. O lado negativo é a exposição do corpo e o preconceito das pessoas, por isso optei pelo anonimato.
PAM: O que você recomenda para as meninas que querem fazer a mesma coisa que você fazia, você diria que vale a pena?
Não, não recomendo, pois infelizmente nós devemos satisfação para sociedade, eu escondi muito minha identidade e isso não é legal. Eu aconselho as meninas a estudar e buscar um emprego digno, algo que a sociedade não condene.
PAM: Muito obrigada pela entrevista, que foi bem breve em vista das outras que temos aqui, mas que acredito que foi bem explicativa sobre essa vida. Grande beijo!
Eu agradeço ao espaço do blog para que eu pudesse dividir um pouco da minha experiencia de vida, parabenizar a consultora pelo trabalho maravilhoso, e me colocar sempre a disposição para ajudar o site.
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Veja a entrevista que fiz com uma camgirl do Câmera Hot, que NÃO é a mesma da entrevista escrita acima.