Leitora: Olá, estou passando por um momento difícil. Irei resumir: conheci um rapaz quando eu tinha 13 anos. Hoje eu tenho 19. Namoramos um tempão, até que então ele foi embora pra outro estado e começou a namorar outra lá. No final do ano de 2016, ele voltou pra minha cidade e terminou o namoro com a outra mulher porque não daria pra manter a distância.
Ele sempre teve umas amizades bem erradas sabe? E nessa situação, ele acabou acompanhando o “amigo” dele em um assalto. Mas ele só acompanhou mesmo. E então, o “amigo” dele fugiu e ele não, achando que não daria problemas para ele. Mas a situação foi toda distorcida e ele foi preso. Ficou 2 meses em regime fechado e pegou aberto por ser primário. Agora está usando a tornozeleira domiciliar.
No dia 10/01/2017 resolvemos nos ver, e aquilo foi tudo novo pra mim. Porque eu sou nova, não sei se mereço conviver com alguém nesse estado. Fora que minha família nunca aceitariam esse fato. Eu o amo já faz 7 anos e vice-versa. Preciso de ajuda… se devo ou não seguir em frente com isso. Estou muito confusa 🙁
Amiga, se ele “só acompanhou o cara”, como conseguiram distorcer a história, sendo que a história dele era a verdadeira? É óbvio que milhares de pessoas são presas injustamente no Brasil e no mundo todos os dias, porém, se ele só acompanhou mesmo, peça para ele contratar os melhores advogados e se livrar disso – nem que para isso seja necessário pedir uma vaquinha pra família, vender coisas, etc. Bem, ao menos EU venderia até as calças pra pagar o melhor advogado do mundo em uma situação dessas.
Porém, sem desconfiar do cara, mas ao mesmo tempo, você tem CERTEZA que ele só acompanhou? Sei lá, se o amigo dele ia roubar, e tal como você mesma disse, ele nunca andou com flor que se cheire, por que ele foi só “acompanhar” e não ajudou em nada? Se o amigo era bandido formado (rs), não iria querer alguém para atrapalhar (tipo só ficar por perto, sem ajudar em nada), iria? Bem, não sei, talvez. Porém e mesmo assim, eu no seu lugar pediria para ele me contar a versão dele mil vezes e ficaria bem atenta aos detalhes. Repararia se, fora parecer verossímil, ele SEMPRE repetiria a mesma história pra mim, do contrário, pode ser que ele que esteja enganando você, não bem a polícia que o prendeu injustamente. MASSSSSSSSSS e por falar em injustiça, se você concluir que ele tá dizendo a verdade, volte pra história de pagarem o melhor advogado que tiver. Apesar de que, né? Mesmo que ele tenha errado e já que é primário, ainda tem muita chance de se dar bem na vida e de não repetir a merda. Afinal de contas, quem nunca errou? E é aí que entra a minha outra dica:
Até ter 100% certeza de que ele é um cara bom pra mim, eu no seu lugar não me envolveria muito não, até porque, tal como você mesma disse, você é muito jovem (e nem se não fosse!). Se gosto do cara e quero dar uma esperança, falaria para ele mudar as amizades, procurar terapia (sim, quem anda com bandido 100% certo da cabeça que não é, né? Rola no mínimo uma baixa autoestima da parte dele), e aí, se ele tivesse boa vontade e eu visse que ele realmente tá mudando, quem sabe daria uma segunda chance pro moço.
Mas enquanto isso não acontece, ficaria mais na amizade, sem super me iludir que o cara seria o príncipe que procuro, até porque ele já não é mais o “cara bobo e ingênuo de anos atrás”. Se ele quer ser príncipe, tendo roubado ou não, tem que se esforçar e muito, porque o que não dá pra fazer é simplesmente acreditar na teoria dele em si e por si – até porque o problema dele (geral) nem é só ter roubado ou não, mas sim toda uma má companhia e forma de encarar a vida, concorda? E que mesmo sendo inocente, ele precisa mudar. Se ele te ama mesmo, vamos ver se ele se esforça pela tentativa, até porque se ele for minimamente esperto e depois de ter levado esse susto da polícia, saberá que se afastar de certas pessoas será bom pra ele também.
PS: E ele tem um emprego? Caso ninguém queira dar esse emprego devido ao “currículo dele”, nem que seja por meio período, espero que ao menos ele venda doces no sinaleiro… E estudar? Ele estuda? Sem estudos, sem trabalho digno e com amigos na bandidagem, não vejo muitas chances de mudanças.