Leitora: Estou chocadíssima com uma coisa que descobri e gostaria de uma opinião sua. Tenho 20 anos e meu namorado 26, estamos namorando a sério há 2 anos e pretendemos nos casar. Eu ouvi escondida uma conversa do meu namorado com seu primo e fiquei sabendo que, quando eles entraram na adolescência, lá pelos 12 ou 13 anos, eles faziam troca-troca, ou seja, um comia o outro e depois trocavam, e como se isso não bastasse eu também ouvi que eles faziam troca-troca com outros meninos também, tipo suruba mesmo. Os dois estavam rindo e relembrando todas as coisas nojentas que faziam. Então, o meu namorado que eu pensava que era super másculo na verdade já deu a bunda e chupou um monte de vezes com outros meninos quando eram mais jovens. Pra mim só menino com tendência gay que faz isso, certo? Eu estou super revoltada com ele, mas ele ainda não sabe que eu sei e eu também não sei o que fazer. Eu sei que não vou conseguir ficar calada e vou exigir explicações dele. Será que ele ainda é gay? Será que ele ainda dá a bunda escondido ou ainda tem vontade mas não faz para se preservar? Eu estou profundamente decepcionada com ele e nunca vou casar com um cara que não seja 100% homem. Eu quero falar com ele mas não sei como abordar.
Primeiro de tudo: não existe ex-gay. Então, se na sua opinião pessoal quem fez isso na adolescência é gay e você simplesmente não aceitaria se casar com um homem que, de acordo com você mesma, “não seria tão másculo”, concorda que você só estaria adiando o fim???? E concorda que se você se conhece o bastante para saber que, a depender do seu nível de cabeça dura, mesmo que ele dissesse que nunca mais fez ou faria, você não aceitaria mesmo assim?
Com isso quero dizer que, se você acredita que se “deu uma vez é porque já não é 100% macho” (rs) e não tem como voltar com o leite derramado, você está apenas complicando o que já está óbvio que irá acontecer…
Sei também que você quer que a gente diga algum milagre, ou que ele diga algum milagre que te faça não ter que passar pelo desgaste de um término (entendo que é complicado também), mas é como disse nesse vídeo que o leitor namora uma garota de programa: tem coisa que não é passível de amenidades: ou a gente aceita a pessoa com seu respectivo passado/crença, ou cai fora. Ficar louca, neurótica ou ficar sempre cobrando tudo dele que não dá, certo? Lembre-se que por mais que a gente se case com alguém em que não concordamos com certas atitudes, permanecer com a pessoa é sempre uma decisão nossa. E aí que no futuro não valerá culpá-lo por algo que, ao ter descoberto e ter aceitado, foi “culpa” sua. A gente sempre sabe nossos próprios limites!
Ainda que eu pessoalmente não acredite que isso mudará grandes coisas a respeito “do seu trauma cerebral”, em geral, muitos homens que fizeram troca-troca não veem isso como coisa de gay, mas sim como uma descoberta hormonal. Algo de fase. E olha que interessante: tem muitoo, mas muitooo mais homem que já fez troca-troca do que a gente imagina! E sabe por quê eles não contam isso para ninguém? Para evitar reações como as suas kkkk. Não que isso seja certo ou errado, porém, a maioria prefere guardar para si ou simplesmente omitir essa parte, caso seja questionado. Sem contar que, cá pra nós, caso você não tenha preconceito caso seu noivo seja por exemplo bi, não tem que ter medo “dele voltar a dar a bunda”, mas sim acreditar na fidelidade dele. Afinal de contas, vida a dois é mais uma questão de escolhas e de confiança mútua do que de orientação sexual ou de passado. Sem contar um extra aqui pra nós: mulher sabe o machinho que tem em casa, né? Se ele faz gostoso e não te deixa faltar nada, vai de você pensar se esse tipo de “detalhe” é realmente tão importante, ou se de “detalhe” não tem nada. É de fato uma questão de ponto de vista.
Por fim, para abordá-lo, tem que começar falando com a boca mesmo kkkk e claro, ter educação, falar baixo e de forma alguma olhar com olhos de reprovação (pois desse jeito ele não se sentirá confortável = não confiará em ti = mais chances de te dar informações pouco confiáveis, só para se livrar do seu julgamento). Só entenda que, nesse caso, quanto mais enrolação, rodeios e cara de desespero, pior ficará.
Se preocupe também em estar a sós e com um tempo sobrando no dia em que for falar com ele. Ou seja, certifique-se que nenhum dos dois terão compromissos ou serão interrompidos “durante as horas da conversa”. Vocês precisarão de tempo extra para se entenderem, concorda? Depois disso, é só se ligar nos resultados e na linguagem corporal que ele te enviar.
Até amanhã!