Leitora: Bom dia, estou em um relacionamento faz 1 ano e 7 meses, só que estou ajuntada desde 1 ano. Meu marido trabalha direto, mas o tempo vago que ele tem, ele não fica comigo e sim com os amigos em jantas, ou arrumando as motos ou empinando. No sábado quando ficamos juntos, é para sentar e assistir tv, ou para transar e apenas dormir e nada mais.
Quando saímos com os amigos dele, sinto que não gostam de mim e as namorada dos amigos deles não me dão atenção e eu fico que nem retardada no canto. Quando precisa, ele compra chocolate, faz comida, só que eu sinto que já virou rotina e que não existe mais amor, e sim convivência.
Ele nunca pergunta sobre como estou, como foi o trabalho ou a escola. Estou preocupada com isso, já até tive conversas com ele falando que se ele quer tanto ficar com os amigos dou um tempo ou termino, só que ele não quer, vem e chora e diz que quer o espaço dele que eu já sabia que ele era assim e tal. O que devo fazer insistir ou terminar? Já estou esgotada, me ajude, por favor?
Minha amiga, cadêeee você que você sumiu?! Saia por detrás das portas. Quando for se encontrar mais uma vez com os amigos(as) dele, mostre a que veio. Converse, ria, pergunte sobre a vida deles, aprenda com as diferenças e, acima de tudo: seja você mesma.
“Mas Luiza, essa não sou eu mesma”.
Será que não? É claro claro que cada uma de nós tem seu perfil psicológico, algumas são mais exageradas, outras menos, etc. Porém, será mesmo que o que você tem pra dar é apenas isso? Um “não gostam de mim e eu fico que nem retardada no canto?”.
Você fica que nem retardada no canto, ou você quer que te tirem urgentemente de lá, numa espécie de pena, tipo “olha que coitada, como essa menina está sobrando?”. Sem que você faça absolutamente nada para gostarem de você ou até mesmo para valorizarem a sua companhia?
Não estou falando que seu marido é um santo ou que todos os amigos deles são super legais. Mas estou afirmando, sim, que você pode fazer melhor. Sempre podemos!
Crie também a sua própria rotina. Pare de ficar observando o que seu marido faz ou deixa de fazer por você e faça você mesma. Um homem (ou uma mulher) serve para ser seu parceiro e te surpreender, não pra te sustentar em tudo (inclusive nas suas necessidades psicológicas). É tudo acréscimo, jamais o centro da sua felicidade. Entende a diferença?
Vá lá, saia, compre você mesma seus chocolates. Dê a sua própria alegria. Se coloque no mundo, mulher!!!
Crie coisas que saiam das suas mãos: desde um simples texto até um artesanato ou um bolo. Sei lá, faça pequenas coisas que te deixem orgulhosa de ser quem você é. Faça aquilo que você sabe que só você mesma pode fazer e mais ninguém. Descubra essa mulher especial e única que você é (todas somos!). Encontre o seu dom, que com certeza não é o de ser triste e o de sentir constantemente rejeitada pelos outros.
E CADÊ SUAS AMIGAS, MULHER?!
Ele deve achar que você não tem vida social, e aí, fora ser muito cômodo pra ele (que nem tem de fato com o que se “preocupar”), fica sendo pior ainda pra você, que fica, sim, tendo pelo o que se preocupar, visto que ninguém merece ter vida social (e pessoal) zero!
Dê um jeito do seu emprego ser mais interessante, saia com suas amigas de lá, sei lá, se vire. Se, mesmo trabalhando, você depende dele, veja como lição para sair dessa. Eu particularmente não sou a favor nem de ser uma dona de casa (ou de ficar nessa posição “só porque ganha pouco”), nem de ser uma madame. E sabe por que? Porque, em geral, nem os homens, nem as próprias mulheres valorizam esses estilos de vida. No fim, o que acontece é que ambos apenas se sentem confortáveis, sem valorizar e de fato serem felizes com as respectivas posições.
Pra tudo tem exceção, mas né? Se desse jeito não tá dando, vamos ao menos tentar de outro, concorda comigo?
Pegue um papel, anote tudo que te incomoda e faça a sua parte para sair dessa.
Não faça pelo seu marido, mas sim por você. Ou melhor, pelos dois! Porém, se nem depois dessa ele te notar (= te admirar mais e, consequentemente, te dar mais atenção pelo simples fato de ser um prazer ficar perto de você – não porque você está mendigando), tá tudo bem também. Afinal de contas, você lutou tanto por você mesma e terá conquistado tantas pequenas – e grandes conquistas – pessoais/profissionais nesse meio tempo, que mesmo que você saia com dor, terá certeza que também será forte o bastante pra continuar sem ele. Afinal de contas, “se ele sempre foi assim”, você já não será mais a mesma.
Brilhe, mulher, porque sem brilhar, fica mesmo difícil ser e até mesmo fazer as outras pessoas felizes. Aprenda com ele e crie sua vida própria também.
Boa sorte e até amanhã,
Luiza