Leitora: Olá! Tenho 12 anos de casada. Estou com 36 anos e ele com 48. Temos duas filhas. Ele é maravilhoso como pai, como marido (namorado, como ele prefere). Mas desde o início, passamos por várias situações financeiras bem difíceis, a ponto de faltar grana para a comida. Mas sempre ele recorre à mãe. Sempre acho que ele se acomoda com isso.
Temos uma microempresa, sou jornalista e ele produtor de vídeo. Todo mundo ama o trabalho dele, mas ele é um péssimo administrador. E também, às vezes acho que ele esquece os prazos. Eu acabei assumindo isso tudo, mas fico sobrecarregada. Sinto que sou mais responsável que ele. Sempre resolvo tudo da casa (compras, cardápio, quanto gastar) e na empresa também. E o pior que não está dando certo, pois continuamos cheio de dívidas. Estou no meu limite, pensei em separar, mas a gente se dá muito bem. Parece que, pra ele, se a gente tiver transando e comendo bem, tá bom. Pode me dar um help, por favor? Obrigada pela sua atenção! Adoro o site!
Minha amiga, se você o ama, ele é bom caráter e gente boa, o resto a gente conserta!!
Vamos começar por não colocarmos a culpa inteira nele. Não que você tenha feito isso, mas concorda que, quando o cara chega ao ponto que ele chegou, é porque mesmo que inconscientemente, você permitiu algumas coisas?
Vamos imaginar o caso da mãe: todo dia ela faz comida quente, dobra as roupas e cuida de tudo do filho. Sem nunca ensiná-lo a pescar, mas sim, no fundo, sempre acreditou que ele não seria capaz de fazer “tão bem quanto ela”, ou que ele “merece esse mimo”. Daí o danado cresce, fica folgado e você faz o quê? Reclama como se fosse um desvio dele, mesmo sendo um “desvio” que você alimentou, mesmo que não tenha tido a intenção ter feito isso.
Percebe como você quer sempre resolver tudo pro seu marido? Sempre saber dos prazos? Cuidar de tudo por ele? “Porque ele não seria capaz”? E aí, concorda que no fundo ele sempre acaba esperando que você faça o mesmo de sempre – e com razão?! Note que você gerou um hábito (negativo) que acabou gerando um outro hábito (negativo) nele: o da folga e desorganização por no fundo saber que sempre terá alguém para salvá-lo.
A partir de hoje, primeiro faça a parte óbvia: diga que se sente mal por ele sempre recorrer à mãe (outra que está alimentando um hábito negativo nele) e que tá muito difícil pra você carregar tudo nas costas. Dê exemplos práticos de tudo isso e faça com que ele visualize da melhor forma possível: nem que você tenha que desenhar e fazer tabelas kkkkk. Depois, assuma que você também não é lá grandes coisas na administração, até porque como você mesma disse, mesmo assim as contas não estão fechando.
Se não rola pagar um “personal” ou um curso específico, assistam e assinem canais do Youtube que dão dicas de economia. Eu por exemplo já dei algumas bem basiquinhas nesse vídeo aqui, mas é claro que vocês precisam de bem mais do que isso. Sem contar os livros, etc.
Aprendam também a usar a agenda e o alarme do celular, assim ele será avisado com “x horas” de antecedência e bem antes de todos os prazos terminarem. Nisso você não precisará gastar sua saliva e nem se/o sufocará! Sem contar que o eletrônico/programado fará com muito mais exatidão e eficiência do que você faria kkkk.
Prepare-se também para, no começo, ele não fazer as coisas tãoooo bem feitas assim, do tipo esquecer uma farinha no supermercado ou comprar o molho de tomate errado kkk. Porém, com paciência e persistência, ele irá conseguindo. Afinal de contas, é como ser um bom apresentador: ele só aprende a ficar realmente bom com muito estudo, tempo e prática, né? kkkk.
Por fim, livre-se dessa neura de querer ser sempre “a supermulher” e aprenda a delegar funções, mesmo que, a princípio, não saiam tão bem feitas caso você mesma tivesse feito (nós mulheres somos fodas e ainda vamos dominar o mundo kkkkkk). Faça que nem eu faço com o Thi: o leve no mercado, ensine como escolher os melhores produtos, frutas, verduras, etc – a não ter medo de pedir desconto (os ricos riem da gente, mas nós pobres sabemos que faz diferença kkk), etc e use essa lógica para todos os assuntos da vida. Depois, simplesmente solte a cria.
Só não termine o seu casamento por causa dessa bobeira, mas sim use o ocorrido como um aviso de que, sim, os dois estão errando, os dois têm muito o que aprender, mas juntos tudo valerá a pena e vocês só se fortalecerão depois de tanto aprendizado. Lembre-se que unidos vocês duplicam as chances das coisas darem certo e vamos que vamos!
Boa sorte!